In Correio do Minho
O presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro, Joaquim Cracel, manifestou-se ontem preocupado com a elevada taxa do desemprego no concelho. O autarca falava na sessão comemorativa dos 501 anos da atribuição do Foral de D. Manuel I.
Apesar da preocupação Joaquim Cracel disse estar motivado para combater o desemprego.
“É a luta contra o desemprego, a desertificação e o envelhecimento da população que mais nos preocupa e motiva. A criação de emprego depende, sobretudo, da evolução da economia a nível nacional. As autarquias podem atenuar a falta de emprego, mas não podem resolver, definitivamente o flagêlo social que é o desemprego. Contudo, temos de continuar esta luta”, disse Joaquim Cracel.
O presidente da autarquia terrabourense manifestou também o desejo de contribuir para o bem-estar da população local. “Queremos que todos os terrabourenses se sintam bem aqui e cada vez mais orgulhosos da sua terra. Para isso, não abdicaremos das obras e das iniciativas que consideramos fundamentais para Terras de Bouro, ao nível da projecção do Turismo, da Agricultura, da Educação, da Cultura, da preservação do meio ambiente e dos valores naturais, da qualidade de vida, da Saúde e de muitas outras áreas”, destacou Joaquim Carcel.
A cerimónia serviu, também para apresentar o livro ‘Pela Serra do Jurês e ao Longo da Jeira’, da autoria de Fernando Cosme, com fotografias de Luís Coelho Borges.
A publicação, salientou o edil, é de grande valor para Terras de Bouro. “Para honrarmos a nossa história, decidimos enriquecer a nossa cultura e o nosso espólio com mais uma obra. Esta obra valoriza e fortalece a nossa memória colectiva, a nossa história e as nossas raízes. Com esta obra fica o nosso futuro mais rico e completo quanto a saberes e memórias do passado e do presente",disse Joaquim Cracel.
O livro, reconhece o autor, resultou de décadas de investigação e de experiências pessoais.
“Fui muitas vezes com os vizinhos para a serra com as vacas e achava os nomes das serras bonitos. Quando apresentei a minha tese, foi precisamente sobre Vilar da Veiga e Rio Caldo. Bastantes anos depois decidi retomar o estudo incluindo a toponímia do Parque Nacional da Peneda-Gerês”, justificou Fernando Cosme.
O estudo debruçou-se, essencialmente, sobre a origem dos nomes atribuídos aos espaços , localidades, monumentos, fauna e flora. “A zona de Terras de Bouro tinha uma toponímia muito diferente, ligada à romanização. Só na parte da jeira romana (entre Braga e Terras de Bouro) encontrei cerca de 15 mil topónimos de origem romana”, frisou Fernando Cosme.
O fotógrafo Luís Borges explicou que, para fazer este trabalho “tive, muitas vezes, de me levantar às 5 horas e percorrer longas distâncias a pê, quase sempre sozinho, e muitas vezes durante cerca de 12 horas por dia”.
As comemorações dos 501 anos do Foral incluíram também o hastear das bandeiras da União Europeia, de Portugal e do Município de Terras de Bouro, junto aos Paços do Concelho.
No dia anterior (segunda-feira) os alunos do primeiro e segundo ciclos do ensino básico da Escola Básica e Secundária de Terras de Bouro deram a conhecer o projecto ‘À Descoberta da Natureza”, composto por um pequeno livro e um CD, alusivos aos diferentes tipos de animais e plantas que se podem encontrar no concelho de Terras de Bouro.
No domingo (dia 18) teve lugar, na Vila do Gerês, o Festival dos 6 Continentes ‘Pintar o Gerês’ e o encontro de Escritores e Espectáculo de Fado. As comemorações começaram na passada sexta-feira, com a visita de uma delegação francesa.