in Expresso
A produção "Balada de um Batráquio", da realizadora Leonor Teles, venceu o Urso de Ouro na categoria melhor curta-metragem. Veja aqui o trailer do filme.
A produção “Balada de um Batráquio”, da realizadora Leonor Teles, venceu o Urso de Ouro no Festival de Berlim na categoria melhor curta-metragem.
O título aborda os comportamentos xenófobos a ciganos em Portugal, através da figura de sapos de cerâmica, normalmente utilizados por proprietários de cafés e restaurantes para evitarem a entrada de membros desta comunidade nos locais.
A realizadora Leonor Teles falou à Agência usa no final da cerimónia e explicou que o prémio foi “completamente inesperado”: “Nunca pensei, achei que era impossível. Somos pequeninos, fizemos um filme com pouco dinheiro, sempre acreditaram em mim e estar aqui e ter ganhado o urso de ouro é uma coisa inacreditável”.
Sobre o tema do filme, afirmou: “Se formos a ver, os ciganos estão à margem da sociedade e provavelmente lá vão continuar. Acho que falar um pouco sobre eles pode ajudar”.
Para Leonor Teles, o Urso de Ouro “representa o reconhecimento de um trabalho de dois anos, e de todas as pessoas que trabalharam no filme”.
Falando da “loucura abismal” que se seguiu à entrega do prémio, a realizadora lembrou, com boa disposição, que conheceu um dos atores famosos que estavam a assistir à cerimónia: “Não é todos os dias que se conhece o Clive Owen. Isso sim é um sucesso na vida”.
O filme estava em competição nas Berlinale Shorts ao lado de “Freud und Friends”, de Gabriel Abrantes, e de outros 22 trabalhos de todo o mundo.
BERLIN, GERMANY - FEBRUARY 20: Director Leonor Teles winner of the Golden Bear for Best Short Film for 'Balada de um Batráquio' speaks on stage during the closing ceremony of the 66th Berlinale International Film Festival on February 20, 2016 in Berlin, Germany. (Photo by Sean Gallup/Getty Images)
Leonor Teles foi ao palco agradecer o prémio
Este é o segundo trabalho de Leonor Teles como realizadora. A sua estreia aconteceu com o documentário curta-metragem “Rhoma Acans”, que partilha com “Balada de um Batráquio” o tema da inter-culturalidade. A história da sua família, com um pai cigano e uma mãe não cigana, serve de inspiração a Leonor para investigar o que teria sido da sua vida se o pai, inspirado pela sua própria mãe, não tivesse quebrado a tradição da comunidade cigana onde nasceu.
Nascida em 1992, Leonor Teles é natural de Vila Franca de Xira e estudou na Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC) da Amadora.