«El Niño» deixa 26 milhões de crianças em dificuldades

Texto F.P., in Fátima Missionária

O fenómeno climatérico foi um dos mais severos, causou as temperaturas mais altas dos últimos 130 anos, e deixou um rasto de fome, desnutrição e doença, que afeta sobretudo os menores do continente africano

O último ciclo do fenómeno «El Niño» está a chegar ao fim, mas as consequências vão continuar a fazer-se sentir nos próximos meses para mais de 26 milhões de crianças africanas, afetadas pela fome e pela desnutrição, segundo o mais recente relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

As secas severas e inundações agravaram o acesso a água potável em muitos países, o que levou também ao aumento dos casos de dengue, diarreia, cólera e febre amarela. Moçambique, por exemplo, enfrenta a pior seca dos últimos 30 anos, e 1,5 milhões de habitantes encontram-se numa situação de insegurança alimentar. Nos próximos 12 meses, teme-se que mais de 190 mil crianças fiquem desnutridas.

Em Angola, a estiagem está a afetar 1,4 milhões de pessoas, entre as quais estão mais de 750 mil crianças. Neste momento, cerca de 96 mil menores sofrem de desnutrição severa, e um surto de febre amarela que começou em dezembro do ano passado já provocou 345 vítimas mortais, refere a UNICEF.