in Notícias ao Minuto
O desemprego, o despovoamento e a exclusão da terceira idade são alguns dos problemas que a Iniciativa para a Economia Cívica (IEC), câmaras municipais e outras entidades locais propuseram hoje combater através de projetos de inovação social.
No total, sete municípios - Lousã, Gouveia, Vila Velha de Ródão, Idanha-a-Nova, Fundão, Penela e Miranda do Corvo -, juntamente com mais de 160 entidades públicas, privadas e da área da Economia Social, apresentaram em Lisboa "projetos-bandeira" que pretendem lançar soluções inovadoras para problemas e desafios sociais.
A presidir à cerimónia esteve a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, para quem estes projetos "são o exemplo daquilo que se pode fazer de maneira diferente, não desprezando as soluções tradicionais, mas potenciando outros caminhos que poderão ser sustentáveis e poderão trazer novas respostas para problemas que vão desde o envelhecimento da população ao desemprego jovem, ao insucesso escolar, à reinserção social, à reconstrução do espírito de comunidade".
Maria Manuel Marques frisou, contudo, que estas iniciativas "não são vistas por este Governo como uma oportunidade para se desresponsabilizar da resolução dos problemas que afetam a sociedade".
"Não é esse o seu objetivo, não será essa a nossa linha de atuação. Temos uma tradição de muitos séculos de descentralização de respostas aos problemas da sociedade e queremos reforçá-la. Contamos com o saber de entidades como as misericórdias, as fundações, as instituições particulares de solidariedade social, as coletividades e com as autarquias", afirmou.
A governante aproveitou a ocasião para anunciar que as primeiras candidaturas para o programa Portugal Inovação Social abrem até ao dia 15 de julho e apelou aos parceiros sociais para aproveitarem os fundos comunitários de 150 milhões de euros disponíveis.
Entre os projetos hoje apresentados, está o de "Saúde Inteligente e Preventiva", da Câmara de Penela, que pretende modificar comportamentos e melhorar a qualidade de vida da população.
"Passará fundamentalmente por um processo de inovação social: modificação de hábitos de vida, mais focados na alimentação saudável, no cuidado físico e, na parte mais tecnológica, desenvolver um conjunto de plataformas, serviços e produtos que ajudem à monitorização e acompanhamento para que essas pessoas possam melhorar os seus indicadores de saúde", explicou à Lusa o presidente, Luís Matias.
Em Miranda do Corvo, o projeto "Família Pública" quer promover os deveres da fraternidade, que "são fundamentais" e se foram perdendo, disse o presidente da Fundação Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional, Jaime Ramos.
"Nos últimos anos habituámo-nos muito a criar uma população muito exigente em termos de direitos, mas quase nunca assumimos os deveres da fraternidade, que são fundamentais. Preocuparmo-nos com os outros, com os vizinhos, em fazer uma comunidade melhor. Queremos esta caminhada para envolver mais as pessoas com os outros", afirmou.
Além destes, serão desenvolvidos os projetos 'Território Inclusivo' (Lousã), 'TIC e Inovação Social' (Fundão), 'Valorização do Capital Intergeracional' (Gouveia), 'Plataforma Digital de Promoção e Comercialização da Economia Local' (Vila Velha de Ródão) e 'Idanha Social Lab Valley' (Idanha-a-Nova).
A IEC é uma plataforma que pretende promover uma nova economia de base local e de interesse geral, desenvolvendo projetos escolhidos pelas comunidades locais e que contribuam para resolver problemas, gerar riqueza e emprego nas mais diferentes áreas de ação de uma sociedade, entre as quais saúde, educação e desenvolvimento económico.