Sónia M. Lourenço, in Expresso
Os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística sobre a evolução da esperança de vida permitem já calcular a idade normal de acesso à reforma em 2020. Pela primeira vez não há um aumento. Tudo por causa da desaceleração no aumento da longevidade
Depois de subir para 66 anos e quatro meses em 2018 e os 66 anos e cinco meses em 2019, a idade da reforma vai manter-se nos 66 anos e cinco meses em 2020.
Os dados provisórios sobre a evolução da esperança de vida, publicados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, indicam que a esperança de vida aos 65 anos subiu apenas ligeiramente em 2018, para os 19,49 anos, o que compara com 19,45 anos em 2017.
A partir deste dado já é possível calcular a idade da reforma para 2020, que, devido ao aumento ser muito ligeiro, se manterá nos já referidos 66 anos e cinco meses.
"Os dados do INE indicam uma maior mortalidade em idades mais avançadas, o que significa uma desaceleração do aumento da esperança de vida aos 65 anos", explica Jorge Bravo, professor de Economia e Finanças da Universidade Nova de Lisboa - Information Management School (NOVA IMS) e especialista em pensões.
Estes dados do INE permitem também calcular já o corte para as pensões antecipadas iniciadas em 2019, associado ao fator de sustentabilidade, e que atingirá os 14,7%.
A idade normal de acesso à reforma aumentou dos 65 anos previstos na lei até 2013, para os 66 anos em 2014, quando o GOverno PSD/CDS-PP reviu o regime, em pleno resgate internacional a Portugal.
Assim, a idade da reforma começou a subir em linha com os ganhos na esperança de vida aos 65 anos.
Em 2016 passou para os 66 anos e dois meses e, desde então, tem vindo a subir um mês todos os anos. Até agora, já que se vai manter em 2020.
A idade legal da reforma em 2020 resulta dos números publicados esta sexta-feira pelo INE, que também indicam o corte que as pensões antecipadas enfrentam já em 2019, por via do fator de sustentabilidade.