Raquel Albuquerque, in Expresso
A mortalidade infantil voltou a diminuir e o número de óbitos de bebés foi o mais baixo desde que há registos. As estatísticas do INE mostram que a população residente continua em declínio
A população residente em Portugal continua a diminuir e está cada vez mais próxima de passar para baixo da barreira dos 10 milhões de habitantes. Entre 2012 e 2017 perderam-se 192 mil residentes e neste momento contam-se 10,2 milhões, mostram as Estatísticas Demográficas de 2017, divulgadas esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Ao contrário da subida de nascimentos registada em 2016, o número voltou a descer no ano passado. Nasceram 86.154 bebés, menos 972 do que no ano anterior. Esse é um número já distante dos quase 90 mil nascimentos de 2012, registados ainda no início da crise económica e financeira que teve um impacto direto na demografia.
Apesar de terem nascido menos bebés, o índice sintético de fecundidade registou um “aumento ténue” para 1,37 filhos por mulher (1,36 em 2016), “verificando-se, pelo quarto ano consecutivo, uma ligeira recuperação”, explica o INE. Ainda assim, abaixo do limite mínimo necessário para a renovação das gerações (2,1 filhos por mulher).
Estas estatísticas mostram ainda que a mortalidade infantil desceu no ano passado para 229 óbitos, menos 53 óbitos que em 2016, o valor mais baixo observado em Portugal desde que há registos. A taxa de mortalidade infantil é a segunda mais baixa desde 1990 (só em 2010 se atingiu os 2,5%, abaixo dos atuais 2,7%).
Nas estatísticas agora divulgadas vê-se ainda um aumento do número de casamentos (33.634 em 2017) – mais 3,8% que no ano anterior (32.399). Já em 2016 tinha havido uma estabilização (apenas mais seis casamentos que em 2015), mas esta subida vem contrariar a tendência que está para trás.
O número de divórcios também desceu (menos 3,4% em relação ao ano anterior para 21.577), consolidando a tendência geral de queda que se tem vindo a verificar.