Ana Sofia Santos, in Expresso
Programa Incorpora chegou a Portugal há um ano e pretende fomentar o emprego junto das franjas da sociedade que são mais vulneráveis, como ex-reclusos, vítimas de violência doméstica, ex-toxicodependentes ou indivíduos com incapacidade
O programa Incorpora da Fundação ”la Caixa”, que arrancou há um ano em Portugal com o objetivo de fomentar o emprego junto de pessoas em situação de vulnerabilidade, conseguiu facilitar a ocupação de 570 postos de trabalho, numa colaboração com 238 empresas.
Em comunicado de imprensa, a Fundação ”la Caixa” menciona que, em 2019, desde que foi adotado este programa, há mais entidades sociais (passaram de 33 para 46) que se encarregam de fazer a ligação entre os candidatos a emprego e as companhias portuguesas disponíveis para lhes dar trabalho. “Estas entidades encontram-se em Lisboa (14), Porto (9), Coimbra (5) e Setúbal (5). Em 2019, a rede passou a incluir também Faro (5 entidades), Beja (3), Viseu (3) e Évora (2)”.
Estas entidades, que são selecionadas ao abrigo das regras do programa Incorpora, “têm como objetivo promover a contratação, por parte das empresas portuguesas, de pessoas em risco ou situação de exclusão em diferentes zonas do país”. Tratam-se de indivíduos em risco, nomeadamente os chamados jovens NEET (nem estudam nem trabalham), desempregados de longa duração com mais de 45 anos de idade, ex-reclusos, ex-toxicodependentes, vítimas de violência doméstica e pessoas com deficiência ou incapacidade.
Este projeto conta com a colaboração do Instituto do Emprego e Formação Profissional que, através de um protocolo com a Fundação ”la Caixa”, esteve no processo de seleção das entidades Incorpora em Portugal e presta apoio no processo de desenvolvimento do programa no país.
A Fundação ”la Caixa” iniciou em 2018 a sua atividade em Portugal, consequência da compra do BPI pelo catalão CaixaBank. Em 2019, estão destinados 20 milhões de euros para projetos sociais, de investigação, educativos e de divulgação cultural e científica. Este valor deverá ser aumentado, gradualmente, ao ritmo de 10 milhões anuais, para dar lugar a 50 milhões de euros, a partir de 2022, foi revelado recentemente num encontro com jornalistas que contou com a presença de Artur Santos Silva, presidente honorário do BPI e curador da Fundação “la Caixa”.
Há mais de 110 anos que a Fundação “la Caixa”, detida pela Fundação Bancária “la Caixa” – que, por sua vez, possui 100% da holding Criteria onde estão alocados os 40% do CaixaBank, banco que ficou com a totalidade do capital do BPI – faz investimento social, sobretudo em Espanha, mas também noutros territórios (como por exemplo, México e China, onde tem participações em instituições financeiras locais).