in Açoriano Oriental
A Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, acolhe esta semana uma nova mostra “Isto é PARTIS”, durante a qual serão discutidos e apresentados projetos de intervenção social pelas artes apoiados por aquela instituição.
Na mostra, com entrada gratuita e que decorre entre sexta-feira e domingo, serão apresentados alguns dos 15 projetos que estão a ser apoiados pela fundação na terceira edição (2019-2021) da iniciativa Práticas para a Inclusão Social (PARTIS).
A mostra começa, na sexta-feira, com a conferência internacional “Arriscar juntos: que novos centros de criação artística hoje?”, na qual participam, entre outros, Philipp Dietachmair, da European Cultural Foundation (Holanda), Stella Duffy, cofundadora do projeto “Fun Palaces” (Reino Unido) , Magda Henriques, diretora artística das Comédias do Minho, e Marco Paiva, fundador da Terra Amarela.
No primeiro dia será ainda apresentado o livro “Arte e Esperança. Percursos da iniciativa PARTIS”, com coordenação de Hugo Cruz, e “Estamos todos no mesmo barco”, peça inspirada em “Os Lusíadas”, de Luís de Camões, interpretada por jovens reclusos do Estabelecimento Prisional de Leiria e resultado de uma residência artística com o Leirena Teatro, no âmbito do projeto Pavilhão Mozart – Ópera na Prisão.
No sábado de manhã, a “Isto é PARTIS” troca a sede da Fundação Calouste Gulbenkian pela Biblioteca Municipal de Marvila, onde será apresentado o projeto Meio no Meio, “uma iniciativa da Artemrede que desenvolve formações artísticas com jovens e adultos residentes na Área Metropolitana de Lisboa como forma de promover a capacitação, as oportunidades de aprendizagem e a cidadania ativa”.
À tarde, na sede da fundação, haverá uma nova apresentação da pela “estamos todos no mesmo barco” e será exibido o documentário “Batida de Lisboa”, de Rita Maia e Vasco Viana.
O programa de domingo inclui a apresentação da instalação/performance “Enxoval, um bordado a muitas mãos”, do projeto Enxoval, que “partindo do símbolo do enxoval enquanto representação social da condição feminina, propõe a criação de um bordado feminista coletivo e subversivo”, e o primeiro espetáculo do projeto Mare Liberum, “Monstro em Mim”, no qual 13 jovens do Centro Educativo Navarro de Paiva “interpretam uma história sobre medo e superação”.
A encerrar a mostra haverá um concerto da Orquestra de Percussão Corporal, do Conservatório D’Artes de Loures, “que prova de que qualquer pessoa pode fazer música utilizando apenas o seu corpo”, e a exibição do filme “Djon África”, de Filipa Reis e João Miller Guerra, sobre um jovem que viaja para Cabo Verde em busca das raízes familiares e do pai, que não conheceu.
Na primeira edição do PARTIS (2013/2016) foram apoiados 17 projetos, entre mais de 200 candidaturas, na segunda (2016/2018) 16, de 160 projetos recebidos. Na terceira edição (2019/2021) foram escolhidos 15 projetos, de 132 candidaturas.