Por Revista Dignus
Os idosos e as mulheres que vivem sozinhos, bem como as famílias portuguesas mais pobres…
Os idosos e as mulheres que vivem sozinhos, bem como as famílias portuguesas mais pobres são os grupos mais incapazes de pagar para manter a casa quente o suficiente.
A realidade revelada pelo Eurostat referente a um inquérito feito em 2018 está no entanto longe de ser um exclusivo das famílias desfavorecidas, pois o problema não afeta apenas famílias pobres.
Os dados divulgados mostram que mesmo entre quem está acima do limiar de risco de pobreza, cerca de 15,8% em Portugal, admitem essa incapacidade e o número que sobe para 37% entre as famílias consideradas pobres (abaixo desse limiar).
Assim sendo, 19,4% da população em Portugal admite não conseguir manter a casa aquecida. Este número que tem descido de forma consistente nos últimos 4 anos desde o fim da crise económica e o alargamento, em 2016, a centenas de milhares de famílias da tarifa social de eletricidade que passou a ser atribuída de forma automática.
Mesmo assim, Portugal continua a estar entre os cinco países da União Europeia em que uma maior fatia da população se encontra nesta situação, apenas atrás da Bulgária, Lituânia, Grécia e Chipre.
Idosos e mulheres que vivem sozinhos
A incapacidade de aquecer a casa dispara mesmo para 47,5% entre os idosos que vivem sozinhos e com rendimentos abaixo do limiar de pobreza, que apresentam uma percentagem (32,1%) muito acima do resto da população, mesmo quando se compara com casas onde existem filhos que representam, naturalmente, mais uma despesa para o agregado familiar.
As mulheres que vivem sozinhas em Portugal também têm muito mais limitações no aquecimento da casa (31,5%) do que os homens sozinhos (22,2%).
Contudo, tal como nos idosos, a percentagem dispara para 51% se olharmos apenas para as mulheres que vivem sozinhas e estão, pelos baixos rendimentos, em risco de pobreza.