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Investigadores descobrem novo mecanismo celular que evita anomalias ligadas ao cancro
Um estudo da Universidade de Stanford hoje publicado na revista Nature comprova o que empiricamente sabemos, a idade não passa por todos de igual forma. Os estilos de vida contribuem, mas ao nível molecular e dos órgãos mais sensíveis ao passar dos anos há diferenças cujo conhecimento pode ajudar a prevenir doenças e a garantir um envelhecimento melhor.
A comparação feita por quem trabalha os temas do envelhecimento é interessante e útil. As reuniões de ex-colegas de liceu são perfeitas para determinar quem envelheceu “bem” e quem não. Há aqueles que em poucos anos envelheceram décadas e os outros que continuam frescos que nem uma alface, passe o termo. Até aqui esta era uma observação empírica, agora tornou-se científica com a descoberta de “idadetipos” em vez de estereótipos.
Um estudo de um grupo de cientistas da Universidade de Stanford publicado pela revista Nature avaliou um conjunto de marcadores num grupo de 106 pessoas saudáveis entre os 29 e os 75 anos e descobriu que há realmente diferenças ao nível molecular na forma como cada um de nós envelhece.
O estudo seguiu o grupo de controlo durante dois anos e avaliou análises de sangue e outros marcadores biológicos para determinar as variações moleculares. “As pessoas envelhecem a ritmos diferentes, mas o que é igualmente importante ou até talvez mais é conseguirmos ver onde estão a envelhecer de forma distinta", afirmou um dos autores do estudo, Michael Snyder, professor de genética na Universidade de Medicina de Stanford.
Para esta classificiação, os autores do estudo identificaram quatro órgãos onde o processo de envelhecimento é mais ativo, sendo que a predominância de cada um corresponde a um tipo de envelhecimento. São eles o sistema imunitário, os rins, o fígado e o metabolismo. As pessoas deste último grupo, por exemplo, têm mais tendência a ter diabetes tipo 2 à medida que envelhecem; as do grupo da imunidade têm tendência a ter mais problemas inflamatórios e maior risco de doenças ligadas à imunidade, o mesmo acontecendo com os grupos dos rins e do fígado. Um outro grupo, o do coração, poderá ser identificado, mas para já não foi considerado um dos quatro principais.
Cada pessoa pode ter um grupo dominante, mas também pode estar associada aos quatro perfis de envelhecimento. Isso pode manifestar-se na forma como envelhece, mas os autores do estudo esperam sobretudo que as suas conclusões ajudem a processos mais precisos na prevenção e proporcionem um melhor envelhecimento para todos.