14.1.20

10 tendências que vão marcar o trabalho nos próximos dez anos

Catia Mateus, in Expresso

Mobilidade, flexibilidade, envelhecimento progressivo da população ativa, escassez de talento, precarização do trabalho, automação e estagnação salarial vão marcar o mercado de trabalho na próxima década. O Expresso reuniu um conjunto de especialistas — recrutadores, sociólogos e economistas — para antecipar os próximos anos em matéria de emprego

“O envelhecimento da população ativa vai acentuar-se” e esse será um dos principais motores da mudança que se antecipa para o mercado de trabalho nos próximos dez anos. É João Cerejeira, economista e professor da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, quem o afirma. Cerejeira realça que “mesmo estando a aumentar o emprego nos grupos de trabalhadores mais seniores, quando analisamos a tendência dos últimos anos, o grupo dos 35 anos continua a perder pessoas”. Um fenómeno que deverá acentuar-se na próxima década e que colocará desafios acrescidos às empresas do ponto de vista da atração e da retenção de talento.

O sociólogo, professor e investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Elísio Estanque, diz que “a tendência de maior flexibilidade e desregulação laboral vai acentuar-se”. Elísio Estanque antecipa que a rápida evolução da tecnologia e da inteligência artificial (IA) “tornará irreversível a regressão do modelo de trabalho — com estabilidade, segurança, condições negociadas, contratação coletiva, garantias de progressão — que está já hoje ameaçado”. O sociólogo acredita que a digitalização “roubará milhões de postos de trabalho na próxima década” e diz ser “incerta” a capacidade de reconversão dos profissionais. O diretor-geral da Randstad Portugal, José Miguel Leonardo, também alerta para os riscos ao reconhecer que a flexibilização não está a ser acompanhada pela evolução jurídica: “A lei tem de acelerar e acompanhar as tendências tecnológicas, económicas e sociais, sob pena de se criar um mercado não regulado e sem fronteiras que vive sem lei.”

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