22.10.20

Portugueses possuem o maior risco de cair na pobreza

Paula Santos Ferreira, in Contacto

Do total de residentes do Luxemburgo em perigo de viver abaixo do limiar da pobreza, 30% são portugueses.

Do total de residentes do Luxemburgo em perigo de viver abaixo do limiar da pobreza, 30% são portugueses. O alerta é relatado no novo relatório do Statec “Coesão Social e Trabalho”, no País em tempos de pandemia. Os portugueses são a nacionalidade estrangeira residente no Luxemburgo mais exposta à pobreza e “em maior risco de se tornar pobre”. Esta é uma das conclusões do relatório. “Existe uma representação elevada de pessoas de nacionalidade portuguesa entre os pobres, a sua percentagem é de 27,4% entre as pessoas em risco de pobreza que afeta 14,9% da população total do País” nessa situação, lê-se no estudo do Statec.

E o que significa viver abaixo do limiar da pobreza? “É viver com um rendimento mensal inferior a 1804 euros, por mês, no Luxemburgo”. Os jovens sozinhos, os estrangeiros e as famílias monoparentais são as mais expostas a este risco, vinca o Statec. Os portugueses surgem em primeiro lugar. A comunidade portuguesa é a maior do País, representando 15,2% da população total do Luxemburgo. Traduzido em números absolutos, em janeiro de 2020, dos 626.108 residentes no Grão-Ducado, 95.057 pessoas tinham nacionalidade portuguesa, indica o relatório.

“Mesmo antes da crise, o Luxemburgo era já um país com desigualdades crescentes e situações de pobreza terríveis, especialmente para famílias numerosas, famílias monoparentais, crianças e jovens, estrangeiros e pessoas com poucas qualificações”, frisa por seu turno a Caritas Luxemburgo no balanço da atividade da Corona Helpline.

Em 2018, o Luxemburgo era “o segundo país da Europa com um maior número de trabalhadores pobres, 13,5% da população ativa do país”, percentagem que aumento com a crise da pandemia. “A Cáritas Luxemburguesa apela ao Governo para que faça maiores esforços na luta contra a pobreza e a desigualdade”, vinca o relatório.