Por André Jegundo, in Jornal Público
Os pedidos de habitação social no município de Coimbra não têm parado de aumentar desde o ano passado. Em 2009, a autarquia recebeu 230 novos pedidos e, desde o início deste ano, os serviços camarários têm recebido, em média, um novo pedido de habitação por dia. O desemprego, a precariedade laboral e alterações na situação familiar são os principais motivos que estão na origem desta situação e que levam o vereador da Habitação, Francisco Queirós, a pedir a intervenção do Governo.
"A autarquia de Coimbra nem nenhuma autarquia do país tem meios à sua disposição para responder a uma crise social com estas proporções", afirma Francisco Queirós, vereador da CDU com o pelouro da Habitação. De acordo com os serviços camarários, o perfil das pessoas que pedem habitação social também está a mudar. Se, até aqui, o problema da habitação se colocava apenas a um sector muito restrito da população com elevados níveis de pobreza, hoje, com a crise económica e financeira, outros sectores da sociedade estão também a ser "afectados". "Esta crise veio trazer muitos fenómenos de pobreza encapotada", afirma Francisco Queirós.
A autarquia tem, ao todo, cerca de mil fogos de habitação social que se encontram preenchidos "quase na totalidade" e, por isso, Francisco Queirós apela ao Governo para que "asssuma as suas responsabilidades". "É preciso uma política de combate às carências habitacionais através, por exemplo, de programas de habitação para os cidadãos de menores recursos e de uma política de solos e de ordenamento do território que crie zonas urbanas que escapem à especulação", propõe. O vereador da Habitação defende também uma revisão das políticas de licenciamento urbanístico de novas habitações por parte da autarquia.