C.C., in Jornal de Notícias
Impacto
A restrição da aberturas de grandes superfícies de comércio aos domingos e feriados é uma medida que "não faz qualquer sentido" e tem "carácter reaccionário", caracterizou, ontem, Luís Vicente Dias, presidente da APED, relembrando a perda de 2,5 mil milhões para o PIB nacional.
O mesmo responsável relembrou, ainda, que a abertura destas superfícies iria permitir a criação de cinco mil postos de trabalho, directos e indirectos, logo no primeiro ano, e oito mil em 10 anos.
Manifestamente contra a medida implementada pela lei portuguesa, Vicente Dias recordou os números recolhidos pela Roland Berger há alguns anos sobre o impacto do encerramento das grandes superfícies comerciais: "O impacto macroeconómico do novo horário varia entre 2300 mil milhões e 2700 mil milhões de euros até 2017, com maior impacto no ramo não alimentar". Os portugueses "pagam 2500 mil milhões para ter as lojas fechadas", sublinhou.
Há duas semanas, o tema voltou a estar no centro da discussão através do parecer da PGR, dado a pedido da ASAE, em que ficou esclarecido que todas as áreas de venda contínuas acima de 2000 metros quadrados têm de encerrar a partir de 13 horas, nos domingos e feriados. A clarificação, afirmou Vicente Dias, acabou por ter duas consequências: um aspecto "extremamente positivo", já que "foi dado um pequeno passo" no sentido da liberalização dos horários, "permitindo a mais algumas lojas abrirem"; um aspecto "extremamente negativo", pois evidenciou "o número de formatos que ainda não o podem fazer" o que agrava a "discriminação".