in Público Última Hora
A ministra da Saúde, Ana Jorge, garantiu hoje ser “impossível” colocar de imediato cerca de seis mil enfermeiros a receber 1200 euros por mês, mas que tal poderia acontecer de forma faseada no prazo de três anos.
Ao comentar em Viseu a greve convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Ana Jorge afirmou que “são cerca de seis mil os enfermeiros que neste momento estão a trabalhar a um nível inferior aos 1200 euros” e que o ministério aceita que “todos têm o direito de passar aos 1200 euros no escalão 1”. No entanto, frisou que “é impossível fazê-lo por razões financeiras, face aos constrangimentos que há neste momento”, mas que “garantidamente todos ficarão em três anos com os 1200 euros”.
A governante, que na altura em que falou com os jornalistas ainda não tinha dados consolidados sobre o turno que iniciou às 08h00, disse que a única maneira de o conseguir é “de forma progressiva”. “Não temos outra maneira de o fazer. Temos vindo a tentar apelar aos enfermeiros que entendam esta necessidade, garantindo nós que todos entrarão para a administração pública em 2013 logo de início com os 1200 e que, neste momento, cerca de dois mil em cada ano ficariam a ganhar os 1200 de imediato”, frisou.
Ana Jorge estranhou o facto de o sindicato ter assinado um contrato colectivo de trabalho com os hospitais privados que prevê um escalão de entrada na carreira com um salário de 900 euros. “O mesmo sindicato que connosco não está a aceitar a proposta que nós lhe estamos a fazer dos 1200 euros (180 euros mensais a mais) à entrada de carreira, que é igual a todos os licenciados da administração pública, com o sector privado está a aceitar 900 euros”, afirmou.
Ana Jorge contou que têm também vindo a ser negociadas outras condições além do vencimento, mas “quando há tranquilidade, não em fase de uma contestação como esta”. A greve dos enfermeiros começou na segunda-feira à tarde e termina na quinta-feira de manhã