in Diário de Notícias
Desde finais do ano passado 3500 empresários estiveram envolvidos em acções para melhorar competências de gestão e estratégia. Acções dão créditos para a universidade.
Os empresários portugueses estão a voltar às "aulas". Foram já 3500 os envolvidos em acções no âmbito da Iniciativa Formação para Empresários, desde finais do ano passado, quando começaram no terreno as primeiras acções, soube o DN junto do Ministério do Trabalho.
Reclamado há vários anos , o financiamento público da formação para empresários está agora a dar os primeiros passos através de fundos comunitários, ao abrigo do Programa Operacional de Potencial Humano (POPH). Aquela iniciativa - que ainda está a decorrer - coordenada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, deverá abranger um universo de 5 mil empresários, segundo informação avançada pelo ministério.
Se é verdade que um dos principais problemas do tecido empresarial português é a baixa qualificação da mão-de-obra, o mesmo se aplica aos próprios donos das empresas. Dados do Departamento de Estudos e Planeamento do Ministério do Trabalho referiam que os empresários surgidos entre 1991 e o ano 2000 tinham apenas 7,7 anos de escolaridade, em média. Uma realidade que não é compatível com as exigências de uma economia desenvolvida e em concorrência à escala global.
Também por isso, a iniciativa de formação tem como objectivo prioritário reforçar e desenvolver as competências de gestão dos empresários de micro e pequenas e médias empresas, para todos os sectores de actividade.
Mas os conteúdos dependem do perfil do empresário: os que têm qualificações inferiores ao 12.º ano têm uma formação de nível base; os de qualificação superior acedem a formação avançada, com conteúdos relacionados com os domínios mais críticos na gestão de micro e PME, nomeadamente os que se reportam à liderança e organização do trabalho, à estratégia e aos instrumentos de apoio à gestão. No primeiro caso, os interessados pagam uma inscrição no valor de 250 euros, reembolsáveis uma vez concluída a formação. No caso da formação avançada não há lugar a reembolso.
Segundo o desenho da iniciativa, a formação culmina com um período de aconselhamento individual, directo e personalizado, que é assegurado por um consultor, tendo em vista "apoiar o empresário a desenvolver e a aplicar as suas competências nos domínios considerados críticos para cada empresário, no sentido de o ajudar a melhorar os processos de gestão da sua empresa", explica fonte do gabinete do secretário de Estado do Emprego e Formação, Valter Lemos.
O desenvolvimento das acções está a cargo das associações e confederações patronais que assinaram protocolos com o IEFP, os conselhos de reitores das universidades e institutos politécnicos. Um dos principais atractivos da Iniciativa é a possibilidade de a formação ser creditável no âmbito do Programa das Novas Oportunidades, no nível base, e garantir créditos para prosseguir estudos graduados ou pós-graduados no ensino superior.