Por Ana Rita Faria, in Público on-line
O encontro entre Merkel e Sarkozy, ontem à noite, parece ter dado frutos. Os dois países chegaram a uma “posição comum”, que foi discutida com o presidente do BCE e com o presidente da UE.
Os detalhes só serão divulgados hoje, quando os dois chefes de Estado se encontrarem com os outros líderes europeus, em Bruxelas, para a cimeira extraordinária da zona euro.
De acordo com a imprensa internacional, esta posição conjunta franco-alemã foi o resultado de sete horas de discussão em Berlim entre a chanceler alemã e o presidente francês. Os resultados terão também sido discutidos com o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, e com o presidente da União Europeia (UE), Herman Van Rompuy, que participaram por telefone.
Entre as propostas que deverão estar em cima da mesa está um imposto sobre os bancos da zona euro, que chegaria aos 50 mil milhões de euros. Outra hipótese é um programa de troca de obrigações, que assume a participação dos investidores privados. Estes seriam encorajados a converter os seus títulos de dívida grega em obrigações a 30 anos, o que poderia reduzir a dívida do país em 90 mil milhões de euros.
O grande problema desta solução é que seria provavelmente entendida como um default por parte das agências de rating, que reduziriam a nota do país, obrigando, consequentemente, o BCE a deixar de aceitar como colaterais (garantias) os títulos de dívida gregos nos empréstimos que dá aos bancos do país. Isto deixaria a banca grega à beira do colapso, obrigando a uma intervenção dos Governos europeus.
Os líderes europeus reúnem-se hoje em Bruxelas para tentar encontrar uma solução para a Grécia, de modo a tentar travar o contágio da crise da dívida soberana às grandes economias do euro, como Itália ou Espanha.