4.7.11

Imposto extraordinário é "consequência da incompetência e mentira" do anterior executivo

in Jornal de Notícias

O presidente da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira, disse esta sexta-feira que o imposto extraordinário anunciado quinta-feira, que equivale a metade do subsídio de Natal, "é apenas consequência da incompetência e da mentira acumulada" do anterior Governo socialista.

"Eu ainda não me esqueci do que foi dito durante a campanha eleitoral pelo Eng. José Sócrates, não me esqueço da responsabilidade do anterior ministro das Finanças que nos dizia que a execução orçamental estava a correr bem e portanto este é o último pagamento que eu espero fazer pela incompetência e pela mentira que nos foi servida todos os dias, durante muito tempo", disse Rui Moreira à Agência Lusa à margem da conferência "Portugal com Norte" que hoje decorre no Porto.

Dizendo-se "furioso" -- aliás como imagina estarem todos os portugueses --, o presidente da Associação Comercial do Porto garante que não vai "atirar pedras a quem nos diz a verdade e a quem nos obriga a fazer um sacrifício hoje e não espera até à última da hora".

"É a política real de um país real, que foi desgovernado e que espero que passe a ser mais bem governado", sintetizou.

Segundo Rui Moreira, "houve uma cumplicidade entre o Ministério das Finanças e o PS em que iam dizendo que nada era preciso, que a execução orçamental estava a correr bem".

"Parto do princípio de que o Dr. Pedro Passos Coelho e o atual ministro das Finanças ouviram a mesma coisa e de repente são surpreendidos com um buraco", observou.

Para o também presidente da Porto Vivo, Sociedade de Reabilitação Urbana, o que "estão a pedir aos portugueses é para que tapem o buraco".

"Nós não podemos ter um défice orçamental acima de seis por cento no final do ano. De outra maneira, em janeiro a situação será extraordinariamente grave porque pura e simplesmente não vamos ter dinheiro para sustentar a nossa economia", sublinhou.

Recordando que durante a campanha eleitoral "o PS e os seus governantes sabiam o que estava a acontecer e mentiram todos os dias", Rui Moreira considerou assim que "isto é uma situação desesperada" e que "nenhum Governo gosta de chegar no primeiro dia ao Parlamento e anunciar um imposto destes".

"Ontem, quando ouvi o Dr. Francisco Assis -- que é uma pessoa que eu considero muito -- fiquei envergonhado por ele porque passou a campanha eleitoral a dizer que não havia que desconfiar", enfatizou.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, revelou na quinta-feira que o Governo estima conseguir uma receita adicional de cerca de 800 milhões de euros com a contribuição especial que vai aplicar em sede de IRS.