10.7.15

Doze migrantes morreram afogados e 500 foram resgatados no Mediterrâneo

in Público on-line

Os ministros do Interior da União Europeia voltaram a falhar um acordo para a redistribuição de cerca de 60 mil migrantes.

O navio Dattilo e outras duas fragatas da Guarda Costeira de Itália resgataram cerca de 500 pessoas no mar Mediterrâneo, na quinta-feira, num total de quatro operações de salvamento. Uma das embarcações estava “meio submersa” quando a ajuda chegou e doze pessoas morreram afogadas, a cerca de 65 quilómetros da costa da Líbia, confirmaram as autoridades italianas.

Os corpos dos doze migrantes foram resgatados pelo Dattilo, assim como as restantes 106 pessoas que se encontravam na embarcação, segundo um porta-voz da Guarda Costeira italiana.

Noutras três operações de resgate que ocorreram nesse mesmo dia, as embarcações italianas salvaram mais 393 migrantes, incluindo outros 106 que se encontravam perto da ilha italiana de Lampedusa.

O mesmo porta-voz, citado pela agência Reuters, informou que o Dattilo “está ainda envolvido noutras operações de resgate envolvendo barcos em dificuldade”, pelo que o número de migrantes salvos, poderá aumentar nos próximos dias.

Ainda não foram divulgadas as nacionalidades dos doze mortos ou dos 500 resgatados, pelo que a única certeza é que embarcaram na Líbia, com o objectivo de chegar à Europa.

Milhares de pessoas continuam a arriscar a vida no Mediterrâneo, em busca da segurança europeia. Fogem da guerra, da fome e das perseguições, em África e no Médio Oriente. A agência europeia Frontex contabilizou a chegada à Europa de 153 mil imigrantes, um número que revela um aumento de 149% em relação ao equivalente em 2014.

União Europeia adia acordo sobre redistribuição de migrantes
Os ministros do Interior dos 28 países da União Europeia estiveram reunidos, no Luxemburgo, na quinta-feira, mas voltaram a falhar um acordo para a redistribuição de cerca de 60 mil migrantes.

“Fizemos alguns progressos, mas ainda não chegámos lá”, informou Dimitris Avramopoulos, comissário europeu com a pasta das Migrações, citado pela Reuters, à saída da reunião.

Dos 60 mil migrantes a redistribuir pelos Estados-membros da União, segundo a proposta da Comissão Europeia, em Maio deste ano, apenas ficou definido o futuro de 20 mil pessoas, vindas directamente dos países de origem, como a Síria ou a Eritreia. As divergências entre os 28 prendem-se com a redistribuição dos cerca de 40 mil migrantes que se encontram, actualmente, na Grécia e na Itália, vindo do Mediterrâneo.

Segundo a Reuters, a Alemanha e a França anunciaram abertura para receber, conjuntamente, mais de 20 mil refugiados nos próximos dois anos, enquanto que a Polónia informou que poderá receber dois mil. Vários países fizeram alguns compromissos, embora sem apresentar números formais.

O Reino Unido e a Dinamarca não mostraram interesse em receber migrantes do grupo de 40 mil que estão na Grécia e na Itália, mas estão abertos para aceitar alguns dos 20 mil que virão directamente dos países de origem. Já a Eslováquia, a Áustria e Espanha recusaram-se a apresentar números ou compromissos.

Uma nova reunião foi marcada para o dia 20 de Julho, em Bruxelas.