in Notícias ao Minuto
Caldas da Rainha e Amadora estão a participar num projeto que envolve Portugal, Espanha, França e Eslováquia num estudo sobre os novos paradigmas da ativação e emancipação dos jovens, dificultadas pelo desemprego a nível europeu.
O aumento do número de "jovens 'nem-nem', que nem trabalham nem estudam" e a convicção de que "não haverá no futuro uma sociedade de trabalho como temos hoje", são o mote do projeto que visa "cocriar propostas de solução para um problema comum a todos os países", explicou à agência Lusa Jon Etxeberría, coordenador do "YouthLab".
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Resultante de uma candidatura da Asociación Navarra Nuevo Futuro (Espanha) ao Eramus+, o projeto, financiado em cerca de 100 mil euros, junta nove associações daquele país, França, Eslováquia e Portugal (Caldas da Rainha e Amadora) que, durante 18 meses, recolhem exemplos de boas práticas de integração de jovens no mercado de trabalho e em contextos de cidadania ativa.
"Preocupa-nos o desemprego, mas também a dificuldade dos jovens em se emanciparem, em se tornarem adultos interventivos a nível social, uma passagem que se está a dilatar no tempo e a criar muitos problemas para as famílias e a sociedade", afirmou Jon Etxeberría, no final de um encontro de coordenação realizado em Bratislava, na Eslováquia.
"Temos a sensação de que fazemos, a nível europeu, muitas ações para os jovens, mas temos de questionar se são as certas, que resultados práticos têm", defendeu, sublinhando a importância de "o individuo se sentir socialmente útil, mesmo quando não tem trabalho".
Em quatro dias de trabalho acompanhados pela agência Lusa, as associações fizeram um balanço das ações realizadas na primeira fase do projeto iniciado em fevereiro e que se prolongará até junho de 2016.
Na Eslováquia, onde foram visitadas associações com boas práticas, os exemplos recaem em iniciativas viradas para a integração social de crianças e jovens de etnia cigana e acompanhamento de grupos excluídos, como profissionais do sexo, aos quais é prestado acompanhamento social e jurídico.
Em França, desportos como o futebol e o boxe estão a ser usados para a criação de laços comunitários em bairros periféricos na zona de Bordéus.
Em Espanha, o projeto envolve também universidades, entre as quais a MONDRAGON TEAM ACADEMY, no País Basco, onde os alunos têm "apenas três meses de aulas" e desenvolvem no resto do ano "projetos empresariais em vários pontos do mundo, com os quais geram dinheiro para outros projetos em que adquirem experiência profissional e competências sociais pelas quais são avaliados", explicou David Maetzu Santiago, um dos participantes.
Em Portugal, o projeto é dinamizado pela CAI - Conversas Associação Internacional, que em abril de 2016 apresentará associações que apoiam jovens na criação de projetos inovadores.
A estes exemplos juntar-se-ão as ideias recolhidas nos fóruns internacionais realizados nos quatros países e que serão sintetizadas num documento final que será "o ponto de partida para uma investigação de novos modelos de organização laboral e social que respondam ao problema dos jovens, concluiu Jon Etxeberría.