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SEF anunciou hoje que deteve dois empresários de futebol sul-americanos indiciados por tráfico de seres humanos.
Esta quinta-feira, através de um comunicado, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) anunciou que deteve dois empresários de futebol sul-americanos, que estão indiciados por tráfico de seres humanos. Além disso, foram ainda constituídos arguidos um clube desportivo da Nazaré e o seu presidente.
“O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) deteve ontem [quarta-feira], na cidade de Leiria, dois cidadãos sul-americanos, agentes desportivos e responsáveis pela entrada e permanência ilegal de um número substancial de jovens futebolistas, em situação irregular. Os arguidos estão indiciados pela prática dos crimes de tráfico de seres humanos, auxílio à imigração ilegal e falsificação de documentos", pode ler-se no comunicado emitido pelo SEF.
A mesma nota indica que as detenções foram coordenadas pelo Ministério Público (MP) e que da investigação resultaram buscas domiciliárias às residências dos suspeitos, a várias viaturas e a um clube desportivo da Nazaré – a entidade que foi também constituída arguida, bem como o seu presidente.
“Esta ação constituiu o desfecho de meses de investigações iniciadas pelo SEF em finais de 2018. Na altura, no final do ano passado, uma outra ação do SEF levou à identificação de cerca de duas dezenas de cidadãos estrangeiros em situação irregular, jovens futebolistas, que se encontravam alojados em áreas afetas à associação desportiva, agora constituída arguida, em condições indignas, vivendo com extremas dificuldades económicas.
Comprovou-se que teriam vindo para território nacional, angariados através de um esquema que envolvia vários intervenientes, e no qual os cidadãos agora detidos desempenhavam um papel crucial", lê-se na mesma nota.
A mesma força policial indica ainda que "aos atletas, todos sul-americanos, era prometida a legalização em território nacional e a celebração de contratos profissionais como futebolistas, a troco de elevadas quantias monetárias, sendo que, em muitos casos, a vinda implicou o endividamento das respetivas famílias”. Quando os atletas se encontravam já em Portugal, “eram canalizados para o clube em questão, mas sem que qualquer das promessas fosse cumprida".