in Jornal Público
Os países com mais escassez de água estão entre os que recebem menos ajuda do Banco Mundial para melhorar a sua situação, revela um estudo do grupo de avaliação independente desta instituição, divulgado ontem, Dia Mundial da Água.
Mais de 40 países enfrentam problemas de falta de água. Um terço dos empréstimos feitos pelo banco entre 1997 e 2007, mais de 54 mil milhões de dólares, visava melhorar este problema, mas "não há uma relação clara entre os empréstimos ligados à água e a falta de água". A Etiópia, o Haiti e o Níger são dos países com menos água para enfrentar as necessidades, mas receberam muito menos dinheiro do que a Guiana, por exemplo, considerada "rica em água".
Nos próximos anos, o número de pessoas sem acesso a água potável pode chegar aos 800 milhões e o número dos que não têm saneamento básico pode ser de 1,8 mil milhões.
Só na África Ocidental e Central são hoje 155 milhões as pessoas (ou 33 por cento da população) sem acesso a água potável, indica a Unicef. Há seis países - Guiné Equatorial, Níger, Mauritânia, República Democrática do Congo, Chade e Serra Leoa - onde a cobertura de água potável não chega ainda aos 50 por cento. Na RDC, no Níger e na Nigéria, a cobertura nas zonas rurais é só de 28, 29 e 42 por cento, respectivamente.