por Carla Aguiar, in Diário de Notícias
Aumento de 1000 inscritos em Fevereiro é o menor desde Maio de 2009 a nível mensal.
O número de inscritos nos centros de emprego ficou praticamente estagnado em Fevereiro, aumentando em apenas 1003 desempregados, mais 0,2% do que no primeiro mês do ano. O universo elevou-se agora a 561 315 pessoas à procura de trabalho. Embora os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), a que o DN teve acesso, continuem a revelar em Fevereiro uma subida do desemprego em termos homólogos de 19,6%, é a primeira vez desde Maio do ano passado que a variação anual fica abaixo das 100 mil pessoas e dos 20%. Registam-se agora mais 92 086 desempregados do que em Fevereiro de 2009.
Há ainda outro factor animador que é o facto de esta estagnação, ao contrário do que aconteceu em Dezembro de 2009, ser anómala em termos sazonais. De Janeiro para Fevereiro de 2009 o número de inscritos disparou em 21 333 pessoas, um aumento de 4,8%, o que contrasta com a variação actual de 0,2%.
Em termos homólogos, o maior aumento de desempregados deu-se no segmento dos baixos níveis de instrução, o que se verificou também na variação mensal.
A maior quebra em termos mensais (-3,2%) registou-se entre os homens com educação superior, quando no mesmo mês de 2009 aquele grupo sofria ainda um agravamento de 19,3% no desemprego, contra 10,7% para as mulheres.
De acordo com os dados do IEFP, também as ofertas de emprego recolhidas em Fevereiro subiram 22,8% face a igual período do ano anterior, com mais 8485 ofertas, criando um stock acumulado de 18 340 ofertas por satisfazer. É uma subida de 30% em relação a igual mês do ano passado, mas uma descida de 3,6% em relação aos empregos disponibilizados pelas empresas em Janeiro deste ano. Em consonância com aquela evolução, também as colocações de desempregados cresceu 27,3% em termos homólogos , situando-se em 4499 afectações.
As estatísticas regionais permitem mesmo detectar sinais de recuperação nos Açores (-2%), Centro (-0,8%), Alentejo (-0,5%) e Norte, até agora a região mais afectada, com menos 0,1% de inscritos. Se for apenas considerado o mês de Fevereiro as maiores recuperações são na Madeira (-37%), Algarve (-25,5%) e no Norte, região em que houve uma quebra de 10,9% nos inscritos nos centros de emprego.