Cristina Santos, in Fátima Missionária
«Ir ao encontro daqueles que necessitam da nossa presença, da nossa palavra». Este é o caminho de um voluntário cuja principal missão deve ser ouvir, considera um peregrino
«Nestas situações, a fé vem mais ao de cima. Vimos que as pessoas, apesar das suas limitações físicas, estão presentes, junto de Maria para poder efectivamente mostrar a sua fé», afirma Adão Leite que pela terceira vez marcou presença na peregrinação. «No dia-a-dia, cada um de nós tem os seus afazeres, os seus empregos, as suas coisas. E este é um momento de paragem, de reflexão, de oração, para estar em convívio com os outros, estar presente».
O homem de 62 anos, residente em Águas Santas, presta-se ao voluntariado, através de visitas aos doentes que efectua três vezes por semana. «O voluntariado é necessário e é essencialmente querer estar junto das pessoas que mais necessitam». Há muita solidão, considera. «Era necessário haver muitos voluntários que dessem um bocadinho do seu tempo disponível para estar com as pessoas que não têm com quem estar», afirma, lembrando os recentes casos de idosos que morreram, sós, nas suas casas.
«Cada um de nós tem de fazer esse caminho de voluntário: ir ao encontro daqueles que necessitam da nossa presença, da nossa palavra. Às vezes, não é o problema material, é mais o problema de terem com quem conversar, com quem estar. Nós, como voluntários, somos mais ouvintes do que dialogantes», explica Adão Leite. «É isso que temos de fazer como voluntários: escutar os outros e partilharmos também um pouco da nossa vida com eles. Sermos capazes de dizer que estamos presentes».