Por Paulo Miguel Madeira, com Lusa, in Público on-line
A CGTP e a UGT reúnem-se hoje com os representantes da UE, BCE e FMI, no Ministério das Finanças, o mesmo devendo acontecer com o PSD e o CDS, depois de o Bloco de Esquerda, o PCP e Os Verdes terem recusado participar nestas consultas. As confederações patronais, que se encontram amanhã com a troika, não querem aumentos no salário mínimo.
As duas centrais sindicais pretendem apresentar a esta troika, que está em Lisboa a preparar as negociações sobre o plano de resgate, questões relacionadas com o pedido de ajuda externa e a situação económica do país.
A CGTP vai apresentar propostas alternativas para a crise, porque considera que “o país não está condenado ao desastre”, enquanto a UGT vai pedir que seja cumprido o acordo para a competitividade e o emprego que foi celebrado em Março na concertação social.
“Vamos também referir que é preciso reduzir o défice, mas com sensibilidade social e políticas viradas para o emprego, sob pena de a crise se agravar e aumentar o desemprego”, disse à agência Lusa o secretário-geral da UGT, João Proença.
O PSD deverá encontrar-se também hoje com os representantes destas instituições, tendo como interlocutor o economista Eduardo Catroga, o ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva que negociou com o Governo o Orçamento do Estado deste ano.
O CDS-PP deve ter a sua reunião ainda durante a manhã, e ontem ainda não tinha definida a composição do grupo de interlocutores. O líder do partido, Paulo Portas, faz depois pelas 13h uma comunicação sobre a assistência externa, na Assembleia da República.
Bloco de Esquerda, o PCP e Os Verdes recusaram participar nestas consultas, para as quais tinham sido convidados.
Salário mínimo não deve ser actualizado, defende Confederação do Comércio e Serviços de Portugal
As reuniões entre as confederações patronais e a troika (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) foram adiadas para amanhã, devido ao atraso nas reuniões de ontem com os partidos políticos.
Uma das propostas que o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) vai apresentar é que o salário mínimo nacional (SMN) não seja actualizado para os 500 euros este ano, ao contrário do objectivo traçado no final de 2010 entre o Governo e os parceiros sociais, noticia o Diário Económico de hoje.
Após uma semana de análise da situação financeira e económica do país, as delegações das entidades financiadoras começaram com os contactos políticos tendo em vista a elaboração do acordo com as autoridades portuguesas.
O documento, que depois terá ainda de passar pelo crivo do Ecofin (Conselho de Ministros de Economia e Finanças da UE), do Eurogrupo (Conselho de Ministros de Economia e Finanças da Zona Euro) e do FMI, irá conter os compromissos que Portugal terá de assumir para cada três meses, e que uma vez cumpridos permitirão receber a respectiva parcela seguinte do empréstimo que for acordado com as instituições internacionais.