5.4.11

Construção em Portugal deverá cair 5% este ano

in Diário de Notícias

As insolvências na construção aumentaram 21,6 por cento em Portugal no último trimestre de 2010, segundo dados hoje divulgados pela seguradora Crédito y Caución, que estima uma queda de cinco por cento na atividade do sector este ano.

De acordo com o Market Monitor da Crédito y Caución, um observatório sectorial que traça previsões sobre o grau de insolvência e incumprimento nas empresas, "os níveis de insolvência no sector da construção registaram em Portugal um aumento de 21,6 por cento no último trimestre de 2010, deixando antever níveis igualmente elevados para 2011".

A seguradora diz que 2010 foi "um ano negativo para o sector da construção em Portugal, tendo registado uma diminuição de 6,5 por cento nos níveis de produção e um decréscimo de 1,8 por cento no número de empresas a operar".

No ano passado, o número de desempregados da construção subiu quatro por cento, os investimentos caíram 11,2 por cento e as encomendas 21,7 por cento, "registando a mais forte queda desde o ano 2000".

Os analistas da Crédito y Caución prevêem para este ano uma queda de cinco por cento na actividade do sector em Portugal.

"Esta evolução negativa deverá manifestar-se no subsector residencial, não residencial e da construção civil, com quebras de oito por cento, cinco por cento e três por cento, respectivamente", refere a seguradora num comunicado divulgado hoje.

A Crédito y Caución prevê que este ano as construtoras portuguesas "continuem a reduzir os seus preços de forma a ganhar novos contratos e que o sector, no seu conjunto, continue, tendencialmente, a voltar-se para a manutenção e renovação de edifícios".

Já os grandes grupos de construção, refere a seguradora, "será privilegiada a entrada em mercados estrangeiros, maioritariamente em economias emergentes, com o objectivo de compensar a queda na actividade doméstica".

Neste contexto, a Crédito y Caución estima que a construção em Portugal "mantenha a tendência decrescente", devido à "deterioração da procura no sector privado, as políticas de austeridade e as restrições no acesso ao crédito para as atividades de construção".