in Diário de Notícias
As sete economias mais industrializadas do mundo, excluindo o Japão, que sofreu um terramoto devastador no mês passado, cresceram mais depressa do que o previsto no início de 2011, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Em consequência deste ritmo mais acelerado, diz a OCDE num relatório hoje divulgado, "o crescimento das economias do G7, excluindo o Japão, poderá subir para uma taxa anualizada de três por cento na primeira metade do ano".
A OCDE prevê, no entanto, que o desemprego em todos os 34 membros da organização se mantenha em níveis médios mais elevados -- cerca de dois pontos percentuais - do que no início da crise financeira global, em 2008.
A inflação deverá também aumentar, devido ao aumento dos preços das matérias-primas, acrescentou a organização.
Quanto aos riscos para as economias dos estados-membros, a OCDE destaca que a instabilidade no Médio Oriente e no Norte de África, ao fazer aumentar os preços do petróleo, "poderá ter um efeito desestabilizador para a actividade económica no curto prazo".
A continuação da crise da dívida na zona euro, em especial nos estados com finanças públicas mais fracas da região da moeda única, é outra fonte de preocupação, refere a OCDE.
Por outro lado, a organização destaca, do lado positivo, a boa saúde da actividade económica das empresas do setor não-financeiro, que "pode dar um novo impulso, através do investimento privado" ao crescimento económico.
"De forma geral, o ímpeto do crescimento económico na maioria dos países revela-se mais forte do que em projeções anteriores", sublinha a OCDE, referindo que, numa análise geral, há motivos para acreditar que a recuperação económico se está a tornar auto-sustentada.
Para o Japão, a OCDE diz que, sendo ainda difícil apurar ao efeitos do terramoto, do tsunami e do consequente desastre nuclear no mês passado, é possível adiantar, numa primeira estimativa, que o crescimento abrande entre 0,2 e 0,6 pontos percentuais no primeiro trimestre e entre 0,5 e 1,4 pontos percentuais no segundo trimestre.
"Os esforços de reconstrução deverão, provavelmente, começar de forma relativamente rápida e estes poderão começar a compensar os efeitos negativos já no terceiro trimestre", refere ainda a organização.