in Dinheiro Vivo
Parece mentira, mas não é: há ofertas de emprego por aí. Mais, algumas aparecem a pessoas que nem estão à procura de trabalho. Apesar de soar algo estranho, num mercado que produz desempregados a uma velocidade alucinante, a verdade é que há profissionais que encontram trabalho sem querer.
Para a autora Maite Piera, autora do livro «Procurar trabalho para totós», isto não acontece por mero acaso. Há que ter a atitude certa e ser flexível o suficiente para saber identificar as novas oportunidades.
E há algumas dicas a cumprir.
1. Quando for confrontado diga… depende! Estaria disposto a mudar de trabalho? Se lhe fizeram esta pergunta responda “depende”. Não feche portas, nem mostre a sua opinião de forma aberta. É que não sabe se a oferta que lhe fazem o vai motivar ou vai de encontro aos seus intereses.
2. A sua situação deve ser conhecida. É conveniente que os seus amigos, familiares, antigos chefes e colegas conheçam os seus intereses. Se eles receberem uma oferta, podem sempre endereçá-la para si.
3. Uma boa rede de contactos. Amplie a sua rede de networking, trave conhecimento com gente que poderá vir a oferecer-lhe trabalho, conte às pessoas o que faz profissionalmente e peça mais informações quando alguém lhe diz o que faz.
4. Proactividade. Se a empresa não vem a si, venda-se como o candidato perfeito. Ofereça os seus serviços à organização para a qual quer trabalhar.
5. Mudar sem sair da sua empresa. Conheça a cultura e as características da empresa em que trabalha. Preste atenção às mudanças e indague se há alguma vaga nas áreas que mais lhe interessam.
Deixe procurar para encontrar
Peter Bregman, assessor de CEO e de equipas, tem como teoria de que quem precisa de um emprego deve deixar de o procurar compulsivamente. Segundo Bregman, não é necessário dedicar mais que um par de horas por dia a essa actividade. Mais importante é complementar essa busca com outras actividades que requerem tempo e dedicação.
1. Elabore um currículo eficaz
2. Não fique obcecado com os portais de emprego
3. Invista o seu tempo em almoços com pessoas que poderão dar-lhe emprego, a falar com eles, a conhecer futuros empregadores. Networking, em suma.
Dedique 90% do seu tempo a fazer coisas que sempre quis fazer e nunca teve tempo. Se realizar alguma destas actividades com outras pessoas, procure ser o líder.
30.9.11
Candidaturas ao "Porta 65" arrancam esta sexta-feira
in Jornal de Notícias
A terceira fase de candidaturas deste ano ao programa de apoio ao arrendamento jovem arranca, esta sexta-feira, na semana em que a ministra do Ambiente considerou que o 'Porta 65' está descaracterizado e anunciou que será reformulado.
O período de candidaturas que arranca sexta-feira durará até 17 de Outubro, segundo fonte do Ministério do Ambiente.
Durante uma audição na comissão parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local, Assunção Cristas considerou que o programa está com pouca capacidade para atingir os objectivos traçados e disse que o 'Porta 65' será reorganizado e que será feita uma reafectação de verbas.
No primeiro período de candidaturas deste ano, que decorreu entre Abril e Maio, foram aprovados 5.733 processos, menos 2.420 do que em período homólogo do ano anterior, isto apesar de o número de candidaturas ter aumentado, com pedidos de 10.147 jovens, o maior número alguma vez alcançado desde o início do programa.
O 'Porta 65' foi lançado em 2007 e recebeu na ocasião queixas de toda a oposição, protestos que, em conjunto com a avaliação feita do programa, levaram o anterior governo a alterar por duas vezes as regras de acesso.
As primeiras alterações surgiram em 2008, com o aumento dos tectos máximos das rendas a apoiar - que em alguns casos subiram mais de 80% - e da taxa de esforço (peso da renda no rendimento mensal).
Ano e meio depois, em Janeiro de 2010, o Governo acabou por alterar de novo as regras, alargando o limite de idade (pode concorrer-se até aos 30 anos e o apoio dura três anos) e possibilitando a inclusão de prestações sociais (subsídios maternidade ou bolsas de estudo) no cálculo dos rendimentos.
Entre as alterações introduzidas o ano passado contam-se a possibilidade de apresentar a declaração de rendimentos dos últimos seis meses, e não do último ano, como inicialmente previsto, e de entregar apenas a promessa de contrato de arrendamento, e não o contrato final.
Foi igualmente aprovado um aumento da majoração (10 para 20%) para os arrendamentos em zonas urbanas históricas, para incentivar a ocupação pelos jovens destes territórios, e introduzida uma majoração de 10 % nos casos de agregados com dependentes a cargo ou com deficientes.
Passou também a ser possível mudar de residência e continuar no programa, assim como os candidatos passaram a poder interromper o 'Porta65' e voltar a ter direito a ele posteriormente.
Durante o ano de 2008 cerca de 35 mil jovens receberam apoio ao arrendamento e em 2009 foram 22 mil.
Os montantes investidos neste programa também baixaram nos dois primeiros anos, com 22 milhões gastos em 2008 (seis dos quais ao abrigo já do 'Porta 65') e 16,5 milhões em 2009. O ano passado a verba disponível subiu para 20 milhões, a mesma prevista para este ano.
A terceira fase de candidaturas deste ano ao programa de apoio ao arrendamento jovem arranca, esta sexta-feira, na semana em que a ministra do Ambiente considerou que o 'Porta 65' está descaracterizado e anunciou que será reformulado.
O período de candidaturas que arranca sexta-feira durará até 17 de Outubro, segundo fonte do Ministério do Ambiente.
Durante uma audição na comissão parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local, Assunção Cristas considerou que o programa está com pouca capacidade para atingir os objectivos traçados e disse que o 'Porta 65' será reorganizado e que será feita uma reafectação de verbas.
No primeiro período de candidaturas deste ano, que decorreu entre Abril e Maio, foram aprovados 5.733 processos, menos 2.420 do que em período homólogo do ano anterior, isto apesar de o número de candidaturas ter aumentado, com pedidos de 10.147 jovens, o maior número alguma vez alcançado desde o início do programa.
O 'Porta 65' foi lançado em 2007 e recebeu na ocasião queixas de toda a oposição, protestos que, em conjunto com a avaliação feita do programa, levaram o anterior governo a alterar por duas vezes as regras de acesso.
As primeiras alterações surgiram em 2008, com o aumento dos tectos máximos das rendas a apoiar - que em alguns casos subiram mais de 80% - e da taxa de esforço (peso da renda no rendimento mensal).
Ano e meio depois, em Janeiro de 2010, o Governo acabou por alterar de novo as regras, alargando o limite de idade (pode concorrer-se até aos 30 anos e o apoio dura três anos) e possibilitando a inclusão de prestações sociais (subsídios maternidade ou bolsas de estudo) no cálculo dos rendimentos.
Entre as alterações introduzidas o ano passado contam-se a possibilidade de apresentar a declaração de rendimentos dos últimos seis meses, e não do último ano, como inicialmente previsto, e de entregar apenas a promessa de contrato de arrendamento, e não o contrato final.
Foi igualmente aprovado um aumento da majoração (10 para 20%) para os arrendamentos em zonas urbanas históricas, para incentivar a ocupação pelos jovens destes territórios, e introduzida uma majoração de 10 % nos casos de agregados com dependentes a cargo ou com deficientes.
Passou também a ser possível mudar de residência e continuar no programa, assim como os candidatos passaram a poder interromper o 'Porta65' e voltar a ter direito a ele posteriormente.
Durante o ano de 2008 cerca de 35 mil jovens receberam apoio ao arrendamento e em 2009 foram 22 mil.
Os montantes investidos neste programa também baixaram nos dois primeiros anos, com 22 milhões gastos em 2008 (seis dos quais ao abrigo já do 'Porta 65') e 16,5 milhões em 2009. O ano passado a verba disponível subiu para 20 milhões, a mesma prevista para este ano.
ERS entrega sexta-feira ao ministro estudo sobre sustentabilidade financeira do SNS
in Jornal de Notícias
A Entidade Reguladora da Saúde entrega sexta-feira ao ministro da Saúde um estudo sobre a sustentabilidade financeira do Serviço Nacional de Saúde, que pretende identificar "de A a Z" os problemas que afectam o sector.
O presidente da ERS, Jorge Simões, avançou à agência Lusa que o estudo foi solicitado pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo, e tinha um prazo de 60 dias para ser concluído, que termina a 30 de Setembro e que vai ser cumprido.
"O estudo está previsto para o último dia de Setembro. Foi aquilo que me comprometi com o senhor ministro da Saúde", disse Jorge Simões, adiantando que se trata de uma análise sobre sustentabilidade financeira do Serviço Nacional de Saúde.
"Trata-se de identificar ou tentar identificar 'de A a Z' os aspectos que condicionam o desenvolvimento da despesa pública e tentar permitir que o decisor político tenha uma boa análise técnica dos problemas", explicou.
O objectivo é que a decisão política vá no sentido de "cortar aquilo que não é necessário do ponto de vista dos interesses nucleares dos cidadãos, e não [cortar] aquilo que eventualmente sejam interesses efectivos e nucleares dos cidadãos".
Questionado pela Lusa sobre se a sustentabilidade do SNS está assegurada, Jorge Simões referiu que "o estudo técnico vai no sentido daquilo que é necessário fazer, quer, por um lado, para assegurar os compromissos do Governo português no âmbito do memorando com a 'troika' e, por outro lado, identificar aquilo que do ponto de vista da equidade não mexe com os cidadãos e do ponto de vista da eficiência permite aumentar a eficiência do SNS".
A Entidade Reguladora da Saúde entrega sexta-feira ao ministro da Saúde um estudo sobre a sustentabilidade financeira do Serviço Nacional de Saúde, que pretende identificar "de A a Z" os problemas que afectam o sector.
O presidente da ERS, Jorge Simões, avançou à agência Lusa que o estudo foi solicitado pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo, e tinha um prazo de 60 dias para ser concluído, que termina a 30 de Setembro e que vai ser cumprido.
"O estudo está previsto para o último dia de Setembro. Foi aquilo que me comprometi com o senhor ministro da Saúde", disse Jorge Simões, adiantando que se trata de uma análise sobre sustentabilidade financeira do Serviço Nacional de Saúde.
"Trata-se de identificar ou tentar identificar 'de A a Z' os aspectos que condicionam o desenvolvimento da despesa pública e tentar permitir que o decisor político tenha uma boa análise técnica dos problemas", explicou.
O objectivo é que a decisão política vá no sentido de "cortar aquilo que não é necessário do ponto de vista dos interesses nucleares dos cidadãos, e não [cortar] aquilo que eventualmente sejam interesses efectivos e nucleares dos cidadãos".
Questionado pela Lusa sobre se a sustentabilidade do SNS está assegurada, Jorge Simões referiu que "o estudo técnico vai no sentido daquilo que é necessário fazer, quer, por um lado, para assegurar os compromissos do Governo português no âmbito do memorando com a 'troika' e, por outro lado, identificar aquilo que do ponto de vista da equidade não mexe com os cidadãos e do ponto de vista da eficiência permite aumentar a eficiência do SNS".
Novo regime de preço dos medicamentos foi aprovado
in Jornal de Notícias
O Governo aprovou, esta quinta-feira, um decreto-lei que estabelece um novo regime de formação do preço dos medicamentos com o objectivo de conseguir "uma baixa generalizada dos respectivos preços" e "uma redução nos gastos públicos".
Segundo o comunicado do Conselho e Ministros, "procede-se à revisão do actual sistema de referenciação de preços, baseado nos preços internacionais, alterando os países de referência, no espaço da União Europeia, e estabelecendo o preço máximo de venda ao público do primeiro medicamento genérico a introduzir no mercado, com referência ao preço do produto de marca com o mesmo princípio activo".
De acordo com o ministro da Saúde, o regime aprovado esta quinta-feira altera os países que servem de referência à fixação do preço dos medicamentos em Portugal e diminui a margem de lucro das farmácias e dos distribuidores, permitindo "uma redução de encargos para o Estado de 20 milhões" relativamente aos "33 medicamentos mais vendidos".
Na conferência de imprensa sobre as conclusões do Conselho de Ministros, Paulo Macedo assinalou que o decreto-lei aprovado dá cumprimento a duas medidas sobre a formação do preço dos medicamentos incluídas no programa de assistência económica e financeira a Portugal.
A primeira é a alteração dos países que servem de referência nesta matéria: "Portugal passou a adoptar como países de referência a Espanha, Itália e a Eslovénia. Introduziu um país como a Eslovénia, que vai no sentido de que os preços de referência baixarão e, portanto, haverá aqui um ganho, quer para os utentes que compram os seus medicamentos, quer para o valor a comparticipar pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS)".
A segunda medida é "a baixa da margem das farmácias e dos distribuidores", que "deverá corresponder, pelo menos, a 50 milhões de euros para o SNS" e permitirá também uma poupança para os cidadãos, disse o ministro.
Paulo Macedo destacou o facto de se "passar de uma margem fixa para uma margem regressiva" com o objectivo de "não haver tendência de a farmácia querer vender os medicamentos de preço mais elevado".
"Nos primeiros segmentos mantém-se a margem de 20%, e ela depois é regressiva até atingir um valor fixo", referiu.
O ministro da Saúde considerou que o Governo tem aprovado "um conjunto significativo de medidas que tem baixado os encargos do SNS e também das pessoas, e obviamente tem vindo a representar menos proveitos para a indústria e também, neste caso, para as farmácias ".
"Portanto, é necessário, de facto, fazer um diálogo com a indústria e com as farmácias no sentido de que não queremos de maneira nenhuma que haja desaparecimento de empresas, que haja situações extremas. Teremos de ver com a indústria farmacêutica, de facto, a possibilidade de novos protocolos. A indústria já se disponibilizou para isso, e vamos trabalhar. Como sabem, também teremos de trabalhar na área do medicamento hospitalar", acrescentou Paulo Macedo.
O Governo aprovou, esta quinta-feira, um decreto-lei que estabelece um novo regime de formação do preço dos medicamentos com o objectivo de conseguir "uma baixa generalizada dos respectivos preços" e "uma redução nos gastos públicos".
Segundo o comunicado do Conselho e Ministros, "procede-se à revisão do actual sistema de referenciação de preços, baseado nos preços internacionais, alterando os países de referência, no espaço da União Europeia, e estabelecendo o preço máximo de venda ao público do primeiro medicamento genérico a introduzir no mercado, com referência ao preço do produto de marca com o mesmo princípio activo".
De acordo com o ministro da Saúde, o regime aprovado esta quinta-feira altera os países que servem de referência à fixação do preço dos medicamentos em Portugal e diminui a margem de lucro das farmácias e dos distribuidores, permitindo "uma redução de encargos para o Estado de 20 milhões" relativamente aos "33 medicamentos mais vendidos".
Na conferência de imprensa sobre as conclusões do Conselho de Ministros, Paulo Macedo assinalou que o decreto-lei aprovado dá cumprimento a duas medidas sobre a formação do preço dos medicamentos incluídas no programa de assistência económica e financeira a Portugal.
A primeira é a alteração dos países que servem de referência nesta matéria: "Portugal passou a adoptar como países de referência a Espanha, Itália e a Eslovénia. Introduziu um país como a Eslovénia, que vai no sentido de que os preços de referência baixarão e, portanto, haverá aqui um ganho, quer para os utentes que compram os seus medicamentos, quer para o valor a comparticipar pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS)".
A segunda medida é "a baixa da margem das farmácias e dos distribuidores", que "deverá corresponder, pelo menos, a 50 milhões de euros para o SNS" e permitirá também uma poupança para os cidadãos, disse o ministro.
Paulo Macedo destacou o facto de se "passar de uma margem fixa para uma margem regressiva" com o objectivo de "não haver tendência de a farmácia querer vender os medicamentos de preço mais elevado".
"Nos primeiros segmentos mantém-se a margem de 20%, e ela depois é regressiva até atingir um valor fixo", referiu.
O ministro da Saúde considerou que o Governo tem aprovado "um conjunto significativo de medidas que tem baixado os encargos do SNS e também das pessoas, e obviamente tem vindo a representar menos proveitos para a indústria e também, neste caso, para as farmácias ".
"Portanto, é necessário, de facto, fazer um diálogo com a indústria e com as farmácias no sentido de que não queremos de maneira nenhuma que haja desaparecimento de empresas, que haja situações extremas. Teremos de ver com a indústria farmacêutica, de facto, a possibilidade de novos protocolos. A indústria já se disponibilizou para isso, e vamos trabalhar. Como sabem, também teremos de trabalhar na área do medicamento hospitalar", acrescentou Paulo Macedo.
Reforma da lei do arrendamento concretizada até ao final do ano
in Jornal de Notícias
A ministra da Agricultura, Ambiente, Mar e Ordenamento do Território, Assunção Cristas, afirmou, esta quinta-feira, que a reforma da lei do arrendamento será concretizada até ao final do ano.
"A reforma do arrendamento será concretizada até ao final do ano", afirmou a ministra na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Conselho de Ministros, salientando que o Governo cumprirá, assim, o prazo definido no Memorando de Entendimento assinado com a 'troika'.
A ministra da Agricultura, Ambiente, Mar e Ordenamento do Território, Assunção Cristas, afirmou, esta quinta-feira, que a reforma da lei do arrendamento será concretizada até ao final do ano.
"A reforma do arrendamento será concretizada até ao final do ano", afirmou a ministra na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Conselho de Ministros, salientando que o Governo cumprirá, assim, o prazo definido no Memorando de Entendimento assinado com a 'troika'.
Isenção de taxas para doentes crónicos só nos actos de doença
in Jornal de Notícias
O ministro da Saúde anunciou, esta quinta-feira, que a isenção de pagamento de taxas moderadoras para os portadores de doenças vai deixar de ser total, passando a aplicar-se apenas aos actos relativos à respectiva doença.
"Passa a haver a isenção, não pelo doente em si, mas por tudo o que é relacionado com a doença, ou seja, tudo o que são consultas e sessões de hospital de dia, actos complementares no decurso e no âmbito da doença", afirmou Paulo Macedo.
"Outro tipo de actos que não têm nada a ver com a doença, esses passarão a estar sujeitos", acrescentou o ministro da Saúde, na conferência de imprensa sobre as conclusões do Conselho de Ministros, que aprovou um decreto-lei que altera as regras de aplicação das taxas moderadoras de acordo com a taxa da inflação.
O ministro reforçou que, "fora dessa doença não se põe a condição de isenção, ou está abrangido pela condição de recursos ou terá um tratamento normal".
Segundo Paulo Macedo, é sobretudo esta alteração de regras vai permitir ganhos para o Estado: "É isto que faz aqui uma diferença, porque de resto, de facto, em termos de recursos passará a haver mais pessoas isentas. Mas é essa a nossa intenção deliberada".
Até agora, estavam isentos do pagamento de qualquer taxa moderadora no Serviço Nacional de Saúde, entre outros, os diabéticos, hemofílicos, parkinsónicos, tuberculosos, doentes do foro oncológico, alcoólicos crónicos e toxicodependentes em recuperação, doentes com lúpus e com dermatomiose.
"Mantém-se a isenção total para as grávidas e crianças até aos 12 anos" e para "um conjunto grande" de outros casos, mas os dadores benévolos de sangue e bombeiros, actualmente também dispensados de pagar qualquer taxa moderadora, passarão a estar isentos apenas "na prestação de cuidados de saúde primários", referiu Paulo Macedo.
O ministro da Saúde anunciou, esta quinta-feira, que a isenção de pagamento de taxas moderadoras para os portadores de doenças vai deixar de ser total, passando a aplicar-se apenas aos actos relativos à respectiva doença.
"Passa a haver a isenção, não pelo doente em si, mas por tudo o que é relacionado com a doença, ou seja, tudo o que são consultas e sessões de hospital de dia, actos complementares no decurso e no âmbito da doença", afirmou Paulo Macedo.
"Outro tipo de actos que não têm nada a ver com a doença, esses passarão a estar sujeitos", acrescentou o ministro da Saúde, na conferência de imprensa sobre as conclusões do Conselho de Ministros, que aprovou um decreto-lei que altera as regras de aplicação das taxas moderadoras de acordo com a taxa da inflação.
O ministro reforçou que, "fora dessa doença não se põe a condição de isenção, ou está abrangido pela condição de recursos ou terá um tratamento normal".
Segundo Paulo Macedo, é sobretudo esta alteração de regras vai permitir ganhos para o Estado: "É isto que faz aqui uma diferença, porque de resto, de facto, em termos de recursos passará a haver mais pessoas isentas. Mas é essa a nossa intenção deliberada".
Até agora, estavam isentos do pagamento de qualquer taxa moderadora no Serviço Nacional de Saúde, entre outros, os diabéticos, hemofílicos, parkinsónicos, tuberculosos, doentes do foro oncológico, alcoólicos crónicos e toxicodependentes em recuperação, doentes com lúpus e com dermatomiose.
"Mantém-se a isenção total para as grávidas e crianças até aos 12 anos" e para "um conjunto grande" de outros casos, mas os dadores benévolos de sangue e bombeiros, actualmente também dispensados de pagar qualquer taxa moderadora, passarão a estar isentos apenas "na prestação de cuidados de saúde primários", referiu Paulo Macedo.
Casais que ganhem até 1248 euros/mês isentos de taxas moderadoras
in Jornal de Notícias
A isenção de pagamento de taxas moderadoras na saúde vai passar a ser decidida em função de todos os rendimentos dos agregados familiares, incluindo os de capitais, que sejam do conhecimento da Direcção Geral dos Impostos.
Estarão isentos de pagar taxas moderadoras os agregados com rendimentos mensais totais, por pessoa, inferiores a 1,5 vezes o valor do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), fixado em 624 euros. Ou seja, estarão isentos os casais com rendimentos inferiores a 1248 euros por mês.
Até agora, o valor de referência para o não pagamento de taxas moderadoras na saúde, no caso de pensionistas, trabalhadores por conta de outrem e desempregados, era o do salário mínimo nacional, actualmente de 485 euros.
Esta alteração de regras faz parte de um decreto-lei aprovado, esta quinta-feira, em Conselho de Ministros e apresentado pelo ministro da Saúde, que assinalou que "não haverá modelação das taxas moderadoras" em função dos rendimentos, "ou seja, haverá isenção ou sujeição".
"A definição dos rendimentos e, portanto, dos utentes que estarão isentos ou não, será resultante da informação da Direcção Geral dos Impostos e, portanto, a única informação que virá é se o utente está isento ou não isento", acrescentou Paulo Macedo.
O ministro da Saúde considerou "uma alteração importante" o facto de se passar a ter em conta "os rendimentos sujeitos a IRS, mas também os rendimentos isentos e outros rendimentos que não são objecto de englobamento", como "rendimentos de capitais", em síntese, tudo o que "seja do conhecimento da Direcção Geral dos Impostos".
Paulo Macedo referiu que algumas pessoas poderão deixar de estar isentas por causa dos rendimentos do cônjuge ou, por exemplo, um desempregado com um subsídio de desemprego baixo mas que depois tenha "rendimentos prediais" significativos.
"Portanto, há uma base maior que será apurada", mas ao mesmo tempo "há um aumento do valor a partir do qual se está isento", resumiu.
A isenção de pagamento de taxas moderadoras na saúde vai passar a ser decidida em função de todos os rendimentos dos agregados familiares, incluindo os de capitais, que sejam do conhecimento da Direcção Geral dos Impostos.
Estarão isentos de pagar taxas moderadoras os agregados com rendimentos mensais totais, por pessoa, inferiores a 1,5 vezes o valor do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), fixado em 624 euros. Ou seja, estarão isentos os casais com rendimentos inferiores a 1248 euros por mês.
Até agora, o valor de referência para o não pagamento de taxas moderadoras na saúde, no caso de pensionistas, trabalhadores por conta de outrem e desempregados, era o do salário mínimo nacional, actualmente de 485 euros.
Esta alteração de regras faz parte de um decreto-lei aprovado, esta quinta-feira, em Conselho de Ministros e apresentado pelo ministro da Saúde, que assinalou que "não haverá modelação das taxas moderadoras" em função dos rendimentos, "ou seja, haverá isenção ou sujeição".
"A definição dos rendimentos e, portanto, dos utentes que estarão isentos ou não, será resultante da informação da Direcção Geral dos Impostos e, portanto, a única informação que virá é se o utente está isento ou não isento", acrescentou Paulo Macedo.
O ministro da Saúde considerou "uma alteração importante" o facto de se passar a ter em conta "os rendimentos sujeitos a IRS, mas também os rendimentos isentos e outros rendimentos que não são objecto de englobamento", como "rendimentos de capitais", em síntese, tudo o que "seja do conhecimento da Direcção Geral dos Impostos".
Paulo Macedo referiu que algumas pessoas poderão deixar de estar isentas por causa dos rendimentos do cônjuge ou, por exemplo, um desempregado com um subsídio de desemprego baixo mas que depois tenha "rendimentos prediais" significativos.
"Portanto, há uma base maior que será apurada", mas ao mesmo tempo "há um aumento do valor a partir do qual se está isento", resumiu.
Saiba se está isento das taxas moderadoras
in Jornal de Notícias
O diploma aprovado, esta quinta-feira, em Conselho de Ministros que revê as categorias de isenção das taxas moderadoras no acesso aos cuidados de saúde distingue entre quem está ou não isento directamente.
Assim, de acordo com um documento do Ministério da Saúde, estão isentos directamente do pagamento de todas as taxas moderadoras:
- Utentes em situação de comprovada insuficiência económica;
- Grávidas e parturientes;
- Crianças até aos 12 anos, inclusive;
- Utentes com grau de incapacidade igual ou superior a 60%;
- Doentes transplantados de órgãos;
- Deficientes das Forças Armadas.
Nos cuidados primários (centros de saúde) estão ainda isentos:
- Dadores benévolos de sangue;
- Dadores de órgãos;
- Bombeiros e militares.
Estão ainda previstas isenções para doentes crónicos, mas nas prestações ou actos de saúde associadas à condição da doença. Nestes casos, é ao médico que cabe definir o âmbito da doença.
O diploma aprovado, esta quinta-feira, em Conselho de Ministros que revê as categorias de isenção das taxas moderadoras no acesso aos cuidados de saúde distingue entre quem está ou não isento directamente.
Assim, de acordo com um documento do Ministério da Saúde, estão isentos directamente do pagamento de todas as taxas moderadoras:
- Utentes em situação de comprovada insuficiência económica;
- Grávidas e parturientes;
- Crianças até aos 12 anos, inclusive;
- Utentes com grau de incapacidade igual ou superior a 60%;
- Doentes transplantados de órgãos;
- Deficientes das Forças Armadas.
Nos cuidados primários (centros de saúde) estão ainda isentos:
- Dadores benévolos de sangue;
- Dadores de órgãos;
- Bombeiros e militares.
Estão ainda previstas isenções para doentes crónicos, mas nas prestações ou actos de saúde associadas à condição da doença. Nestes casos, é ao médico que cabe definir o âmbito da doença.
Taxas moderadoras serão mais elevadas nos hospitais
in Jornal de Notícias
O Ministério da Saúde afirma que o valor das taxas moderadoras não vai ultrapassar um terço do preço pago pelo Serviço Nacional de Saúde por cada acto, mas sem adiantar o montante dos aumentos. Por outro lado, serão mais elevadas nos hospitais do que nos centros de saúde.
No caso de uma urgência hospitalar, cujo valor pago pelo SNS é de cerca 150 euros, significa que a taxa moderadora andará sempre abaixo dos 50 euros, quando hoje é de 9,60 euros.
Segundo um documento distribuído pelo Ministério, com a revisão da tabela das taxas moderadoras que ainda será feita, pretende-se aumentar a diferença entre o pagamento em hospital ou em centro de saúde, colocando taxas mais elevadas a nível hospitalar.
O Governo quer ainda introduzir taxas moderadoras nas consultas realizadas por profissionais de saúde não médicos e nas sessões de hospital de dia.
Os utentes passam a estar sujeitos ao pagamento de taxa moderadora nas consultas: nos hospitais, nas unidades de cuidados de saúde primários, no domicílio e também nas entidades privadas, no caso de terem convenções com o SNS.
As taxas moderadoras devem também ser pagas na realização de meios complementares de diagnóstico, em serviços públicos ou privados, como no caso das entidades convencionadas. A excepção é para os exames feitos em regime de internamento.
O Governo cria ainda alguns casos em que as prestações de cuidados de saúde não carecem de pagamento de taxa moderadora, como consultas relacionadas com o VIH/sida, consultas de planeamento familiar, consultas no âmbito de doenças degenerativas oncológicas, oncologia, radioterapia ou saúde mental.
O Ministério da Saúde esclarece ainda que sempre que um doente é internado através da urgência não há lugar ao pagamento de qualquer taxa moderadora pelo atendimento urgente.
Também não se paga taxa moderadora na urgência quando se é referenciado pelo médico de família, o que implicou ter sido visto antecipadamente nos cuidados de saúde primários.
Hoje, em Conselho de Ministros, o Governo aprovou já o novo modelo de isenções das taxas moderadoras, mas ainda não apresentou os novos valores a pagar.
No diploma, o Governo isenta de pagamento os agregados com rendimentos mensais totais, por pessoa, inferiores a 1,5 vezes o valor do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), fixado em 624 euros. Ou seja, estarão isentos os casais com rendimentos inferiores a 1248 euros por mês.
O Ministério da Saúde afirma que o valor das taxas moderadoras não vai ultrapassar um terço do preço pago pelo Serviço Nacional de Saúde por cada acto, mas sem adiantar o montante dos aumentos. Por outro lado, serão mais elevadas nos hospitais do que nos centros de saúde.
No caso de uma urgência hospitalar, cujo valor pago pelo SNS é de cerca 150 euros, significa que a taxa moderadora andará sempre abaixo dos 50 euros, quando hoje é de 9,60 euros.
Segundo um documento distribuído pelo Ministério, com a revisão da tabela das taxas moderadoras que ainda será feita, pretende-se aumentar a diferença entre o pagamento em hospital ou em centro de saúde, colocando taxas mais elevadas a nível hospitalar.
O Governo quer ainda introduzir taxas moderadoras nas consultas realizadas por profissionais de saúde não médicos e nas sessões de hospital de dia.
Os utentes passam a estar sujeitos ao pagamento de taxa moderadora nas consultas: nos hospitais, nas unidades de cuidados de saúde primários, no domicílio e também nas entidades privadas, no caso de terem convenções com o SNS.
As taxas moderadoras devem também ser pagas na realização de meios complementares de diagnóstico, em serviços públicos ou privados, como no caso das entidades convencionadas. A excepção é para os exames feitos em regime de internamento.
O Governo cria ainda alguns casos em que as prestações de cuidados de saúde não carecem de pagamento de taxa moderadora, como consultas relacionadas com o VIH/sida, consultas de planeamento familiar, consultas no âmbito de doenças degenerativas oncológicas, oncologia, radioterapia ou saúde mental.
O Ministério da Saúde esclarece ainda que sempre que um doente é internado através da urgência não há lugar ao pagamento de qualquer taxa moderadora pelo atendimento urgente.
Também não se paga taxa moderadora na urgência quando se é referenciado pelo médico de família, o que implicou ter sido visto antecipadamente nos cuidados de saúde primários.
Hoje, em Conselho de Ministros, o Governo aprovou já o novo modelo de isenções das taxas moderadoras, mas ainda não apresentou os novos valores a pagar.
No diploma, o Governo isenta de pagamento os agregados com rendimentos mensais totais, por pessoa, inferiores a 1,5 vezes o valor do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), fixado em 624 euros. Ou seja, estarão isentos os casais com rendimentos inferiores a 1248 euros por mês.
28.9.11
Portugal deixou de pagar a organizações internacionais
Por Margarida Bon de Sousa , in ionline
Portugal deixou de pagar contribuições para as organizações internacionais das quais é membro. A informação é oficiosa, embora até à hora de fecho desta edição não tenha sido possível obter junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros o montante total, nem a lista integral, dos organismos internacionais aos quais já não pagamos.
Fontes próximas do processo explicaram ao i que, em regime de contenção, o governo vê-se na contingência de não conseguir pagar as contribuições voluntárias e às que está obrigado para com as mais de oito dezenas de organizações internacionais a que o país pertence.
Este é um problema que se arrasta há vários anos. Já anteriormente tinha havido atrasos significativos na regularização de quotas em dívida, tendo estado Portugal à beira da ameaça de expulsão de alguns destes organismos por este motivo.
Desta vez, a situação é pior e obriga-nos a rever todos os compromissos.
Desde Junho que o governo está a reavaliar esta situação e ao que conseguimos apurar, há vários graus de incumprimento. Desde a suspensão de pagamentos de quotas, ao fim das contribuições obrigatórias ou facultativas. É voz corrente dentro do executivo que haverá casos em que Portugal será mesmo obrigado a deixar de pagar em definitivo, pelo menos até sair da actual crise.
O princípio que norteia o pagamento destes valores é a sua percentagem relativamente ao Produto Interno Bruto nacional. E como este está em contracção, os montantes têm vindo a diminuir automaticamente.
Mas nem assim o país está a conseguir cumprir com os seus compromissos. A falta de liquidez acabou por ser determinante e o dilema acabou por se resolver por si próprio. Numa altura em que nem sequer há verbas para acudir à economia nacional, não faz sequer sentido retirar de um tacho vazio quantias inexistentes,
O facto de esta situação se ter agravado durante os últimos anos do governo de José Sócrates faz com que se tenha chegado a um efeito de bola de neve, transitando os saldos negativos de ano para ano.
As Nações Unidas, a União Europeia, a Nato, o Fundo Europeu para o Desenvolvimento, o Banco Mundial, o Banco Asiático e o Banco Africano de Desenvolvimento encabeçam a lista dos organismos a quem Portugal mais deve. Só as três primeiras instituições absorvem mais de 90% do total das contribuições internacionais do país.
Em instituições como a Organização das Nações Unidas, a partir de um determinado tempo de suspensão dos pagamentos, o país perde direito de voto.
Nos bancos internacionais para desenvolvimento, as consequencias são diferentes e dizem directamente respeito às empresas, que ficam de fora dos concursos.
A lista de organizações internacionais às quais pertencemos inclui ainda pérolas do bizarro como a Organização Internacional das Madeiras Tropicais, a Organização Internacional da Juta, a União Postal das Américas, Espanha e Portugal e a Organização Ibero-Americana de Juventude.
Contudo, não é só a estas que Portugal não paga. Há muito que deixámos de contribuir para outros organismos de maior destaque, como a Organização Internacional do Trabalho ou várias das instituições que dependem directamente das Nações Unidas, como o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Foi aliás esta uma das questões principais que trouxe a Lisboa o ex-primeiro ministro socialista António Guterres. O Alto Comissário da ONU para os Refugiados veio não só lamentar a “incapacidade da comunidade internacional” para prevenir crises que se multiplicam um pouco por todo o mundo, mas esclarecer com o executivo português uma reavaliação da nossa dívida à ACNUR.
Portugal deixou de pagar contribuições para as organizações internacionais das quais é membro. A informação é oficiosa, embora até à hora de fecho desta edição não tenha sido possível obter junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros o montante total, nem a lista integral, dos organismos internacionais aos quais já não pagamos.
Fontes próximas do processo explicaram ao i que, em regime de contenção, o governo vê-se na contingência de não conseguir pagar as contribuições voluntárias e às que está obrigado para com as mais de oito dezenas de organizações internacionais a que o país pertence.
Este é um problema que se arrasta há vários anos. Já anteriormente tinha havido atrasos significativos na regularização de quotas em dívida, tendo estado Portugal à beira da ameaça de expulsão de alguns destes organismos por este motivo.
Desta vez, a situação é pior e obriga-nos a rever todos os compromissos.
Desde Junho que o governo está a reavaliar esta situação e ao que conseguimos apurar, há vários graus de incumprimento. Desde a suspensão de pagamentos de quotas, ao fim das contribuições obrigatórias ou facultativas. É voz corrente dentro do executivo que haverá casos em que Portugal será mesmo obrigado a deixar de pagar em definitivo, pelo menos até sair da actual crise.
O princípio que norteia o pagamento destes valores é a sua percentagem relativamente ao Produto Interno Bruto nacional. E como este está em contracção, os montantes têm vindo a diminuir automaticamente.
Mas nem assim o país está a conseguir cumprir com os seus compromissos. A falta de liquidez acabou por ser determinante e o dilema acabou por se resolver por si próprio. Numa altura em que nem sequer há verbas para acudir à economia nacional, não faz sequer sentido retirar de um tacho vazio quantias inexistentes,
O facto de esta situação se ter agravado durante os últimos anos do governo de José Sócrates faz com que se tenha chegado a um efeito de bola de neve, transitando os saldos negativos de ano para ano.
As Nações Unidas, a União Europeia, a Nato, o Fundo Europeu para o Desenvolvimento, o Banco Mundial, o Banco Asiático e o Banco Africano de Desenvolvimento encabeçam a lista dos organismos a quem Portugal mais deve. Só as três primeiras instituições absorvem mais de 90% do total das contribuições internacionais do país.
Em instituições como a Organização das Nações Unidas, a partir de um determinado tempo de suspensão dos pagamentos, o país perde direito de voto.
Nos bancos internacionais para desenvolvimento, as consequencias são diferentes e dizem directamente respeito às empresas, que ficam de fora dos concursos.
A lista de organizações internacionais às quais pertencemos inclui ainda pérolas do bizarro como a Organização Internacional das Madeiras Tropicais, a Organização Internacional da Juta, a União Postal das Américas, Espanha e Portugal e a Organização Ibero-Americana de Juventude.
Contudo, não é só a estas que Portugal não paga. Há muito que deixámos de contribuir para outros organismos de maior destaque, como a Organização Internacional do Trabalho ou várias das instituições que dependem directamente das Nações Unidas, como o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Foi aliás esta uma das questões principais que trouxe a Lisboa o ex-primeiro ministro socialista António Guterres. O Alto Comissário da ONU para os Refugiados veio não só lamentar a “incapacidade da comunidade internacional” para prevenir crises que se multiplicam um pouco por todo o mundo, mas esclarecer com o executivo português uma reavaliação da nossa dívida à ACNUR.
Banco de Portugal também acha que recessão vai ser maior em 2012
Rui Peres Jorge, in Jornal de Negócios
O Banco de Portugal também irá baixar a sua previsão de crescimento para o próximo ano. Começa a ser cada vez mais provável que a recessão de 2011 implique uma contracção do PIB superior a 2%, adiando a inversão do ciclo económico da economia nacional para lá de 2012.
A última previsão do Banco de Portugal apontava para uma recessão de 2% este ano e de -1,8% para 2012. Questionado no Parlamento sobre o que espera em termos de crescimento, Carlos Costa recusou dar valores concretos, mas disse que “ninguém deve esperar previsões melhores do que as últimas”, isto porque “a degradação externa vai ter impacto necessariamente na economia, via exportações”, disse, vincando que “o nosso motor de crescimento hoje são as exportações”.
O Governo, que tinha previsões alinhadas com as do BdP e com as da troika, já admitiu que espera que o crescimento de 2011 seja um pouco melhor que o antecipado tendo, contudo, baixado as suas expectativas para 2012, apontando agora para uma recessão próxima dos -2,5%.
A revisão em alta para este ano é explicada por um primeiro trimestre melhor que o esperado em termos de crescimento. Estas alterações significam que, ao contrário do perfil assumido até agora, a recessão em Portugal deverá ser maior em 2012 do que em 2011.
O Banco de Portugal também irá baixar a sua previsão de crescimento para o próximo ano. Começa a ser cada vez mais provável que a recessão de 2011 implique uma contracção do PIB superior a 2%, adiando a inversão do ciclo económico da economia nacional para lá de 2012.
A última previsão do Banco de Portugal apontava para uma recessão de 2% este ano e de -1,8% para 2012. Questionado no Parlamento sobre o que espera em termos de crescimento, Carlos Costa recusou dar valores concretos, mas disse que “ninguém deve esperar previsões melhores do que as últimas”, isto porque “a degradação externa vai ter impacto necessariamente na economia, via exportações”, disse, vincando que “o nosso motor de crescimento hoje são as exportações”.
O Governo, que tinha previsões alinhadas com as do BdP e com as da troika, já admitiu que espera que o crescimento de 2011 seja um pouco melhor que o antecipado tendo, contudo, baixado as suas expectativas para 2012, apontando agora para uma recessão próxima dos -2,5%.
A revisão em alta para este ano é explicada por um primeiro trimestre melhor que o esperado em termos de crescimento. Estas alterações significam que, ao contrário do perfil assumido até agora, a recessão em Portugal deverá ser maior em 2012 do que em 2011.
Portugueses não gostam do que vêem ao espelhoPortugueses vêem-se ao espelho e não gostamEstudo revela que a ausência de eficácia governativa deixa os portugueses muito desiludidos com o seu país.
in RR
Estudo revela que a ausência de eficácia governativa deixa os portugueses muito desiludidos com o seu país.
A auto-estima dos portugueses nunca esteve tão baixa. Um estudo feito pelo Reputation Institute em 53 países mostra que só os gregos, os italianos e os húngaros estão mais descontentes do que os portugueses.
O principal motivo de insatisfação prende-se com o mau funcionamento das instituições. A ausência de eficácia governativa deixa igualmente os portugueses muito desiludidos com o seu país.
As coisas mudam de figura quando são os outros a avaliar-nos. O Reputaion Institue pediu aos habitantes dos oito países mais ricos do mundo para dizerem o que pensam sobre os 53 países e Portugal surge na 21ª posição.
Os estrangeiros reconhecem que Portugal é pouco desenvolvido do ponto de vista económico. Acham até que está mal governado, mas maravilham-se com a paisagem e com a cultura portuguesas, trunfos que podem ser sobretudo usados pelas instituições que se dedicam à promoção turística do país. O turismo surge inclusivamente como o sector em que Portugal tem mais futuro.
O estudo, cujo trabalho de campo foi feito no primeiro trimestre deste ano, vai já na terceira edição. De 2009 para cá, Portugal foi sempre caindo na tabela, que este ano é liderada pelo Canadá. O Iraque fecha a lista como o país menos atractivo do mundo.
Estudo revela que a ausência de eficácia governativa deixa os portugueses muito desiludidos com o seu país.
A auto-estima dos portugueses nunca esteve tão baixa. Um estudo feito pelo Reputation Institute em 53 países mostra que só os gregos, os italianos e os húngaros estão mais descontentes do que os portugueses.
O principal motivo de insatisfação prende-se com o mau funcionamento das instituições. A ausência de eficácia governativa deixa igualmente os portugueses muito desiludidos com o seu país.
As coisas mudam de figura quando são os outros a avaliar-nos. O Reputaion Institue pediu aos habitantes dos oito países mais ricos do mundo para dizerem o que pensam sobre os 53 países e Portugal surge na 21ª posição.
Os estrangeiros reconhecem que Portugal é pouco desenvolvido do ponto de vista económico. Acham até que está mal governado, mas maravilham-se com a paisagem e com a cultura portuguesas, trunfos que podem ser sobretudo usados pelas instituições que se dedicam à promoção turística do país. O turismo surge inclusivamente como o sector em que Portugal tem mais futuro.
O estudo, cujo trabalho de campo foi feito no primeiro trimestre deste ano, vai já na terceira edição. De 2009 para cá, Portugal foi sempre caindo na tabela, que este ano é liderada pelo Canadá. O Iraque fecha a lista como o país menos atractivo do mundo.
Pais e escolas indignados com cancelamento de bolsas de méritoGoverno quer desviar esse dinheiro para projectos nas escolas de apoio aos mais carenciados.
in RR
Os pais e o Conselho de Escolas estão indignados com a decisão do Ministério da Educação de cancelar a entrega do prémio de 500 euros aos melhores alunos do ensino secundário.
“Isto é o que chamo defraudar as expectativas de uma pessoa”, afirma o presidente da Confederação das Associações de Pais (Confap), Albino Almeida. “É lamentável que isto tenha sido feito sem ouvir os parceiros. Percebo que tenhamos todos que fazer sacrifícios nesta altura, mas não é por aqui que, seguramente, se devia começar”, critica, na Renascença.
O cancelamento do prémio foi confirmado esta manhã pela Renascença junto do Ministério da Educação e Ciência, que explica que as verbas vão ser desviadas para projectos da escola, de apoio aos mais carenciados.
A decisão chegou, contudo, aos estabelecimentos de ensino dois dias antes da cerimónia de entrega das bolsas, marcada para a sexta-feira (dia 30).
O presidente do Conselho de Escolas apela, por isso, a todos os directores que mantenham o prémio, recorrendo a outras fontes de financiamento.
“Penso que as escolas devem atribuir na mesma os prémios de mérito aos miúdos, não recorrendo às verbas do Ministério da Educação, mas fazendo tudo para, através das juntas de freguesia, associações de pais e outras instituições, juntar os 500 euros. Os directores das escolas não podem de maneira nenhuma consentir que, a dois dias de 30 de Setembro, recebam uma informação destas quando já deram a cara perante os pais e as famílias estão à espera do prémio”, afirma Manuel Esperança.
O prémio de mérito foi criado em 2008 pela ministra Maria de Lurdes Rodrigues com o objectivo de promover a excelência nas escolas. É agora retirado agora pelo Ministério tutelado por Nuno Crato, a poucos dias da sua entrega.
Os pais e o Conselho de Escolas estão indignados com a decisão do Ministério da Educação de cancelar a entrega do prémio de 500 euros aos melhores alunos do ensino secundário.
“Isto é o que chamo defraudar as expectativas de uma pessoa”, afirma o presidente da Confederação das Associações de Pais (Confap), Albino Almeida. “É lamentável que isto tenha sido feito sem ouvir os parceiros. Percebo que tenhamos todos que fazer sacrifícios nesta altura, mas não é por aqui que, seguramente, se devia começar”, critica, na Renascença.
O cancelamento do prémio foi confirmado esta manhã pela Renascença junto do Ministério da Educação e Ciência, que explica que as verbas vão ser desviadas para projectos da escola, de apoio aos mais carenciados.
A decisão chegou, contudo, aos estabelecimentos de ensino dois dias antes da cerimónia de entrega das bolsas, marcada para a sexta-feira (dia 30).
O presidente do Conselho de Escolas apela, por isso, a todos os directores que mantenham o prémio, recorrendo a outras fontes de financiamento.
“Penso que as escolas devem atribuir na mesma os prémios de mérito aos miúdos, não recorrendo às verbas do Ministério da Educação, mas fazendo tudo para, através das juntas de freguesia, associações de pais e outras instituições, juntar os 500 euros. Os directores das escolas não podem de maneira nenhuma consentir que, a dois dias de 30 de Setembro, recebam uma informação destas quando já deram a cara perante os pais e as famílias estão à espera do prémio”, afirma Manuel Esperança.
O prémio de mérito foi criado em 2008 pela ministra Maria de Lurdes Rodrigues com o objectivo de promover a excelência nas escolas. É agora retirado agora pelo Ministério tutelado por Nuno Crato, a poucos dias da sua entrega.
ontratar desempregados só custa às empresas 65 euros
in Diário de Notícias
Governo quer dar incentivo de 420 euros para quem contratar desempregados à procura de emprego há mais de seis meses.
As empresas portuguesas irão beneficiar de uma redução drástica nos custos de contratação de novos trabalhadores que estejam desempregados há mais de seis meses.
O Governo oferecerá um subsídio de 420 euros por cada nova contratação. Caso seja oferecido ao trabalhador o salário mínimo (485 euros), os custos da empresa com esse ordenado descem para 180 euros - 65 euros do salário e 115 euros de contribuições para a Segurança Social. Se o desempregado estiver sem trabalho há mais de um ano, a empresa fica também isenta de pagar os 115 euros de taxa social única. Os números do INE apontam para a existência de 460 mil pessoas à procura trabalho há mais de seis meses.
Entre os inscritos nos centros de emprego, 43% fizeram-no há pelo menos um ano. Este apoio terá a duração máxima de seis meses, sendo também esse o prazo mínimo para a permanência na empresa. Depois disso, poderão ser afastados. Os sindicatos acusam o Governo de estar a incentivar a precariedade, enquanto os patrões questionam a eficácia da medida.
Governo quer dar incentivo de 420 euros para quem contratar desempregados à procura de emprego há mais de seis meses.
As empresas portuguesas irão beneficiar de uma redução drástica nos custos de contratação de novos trabalhadores que estejam desempregados há mais de seis meses.
O Governo oferecerá um subsídio de 420 euros por cada nova contratação. Caso seja oferecido ao trabalhador o salário mínimo (485 euros), os custos da empresa com esse ordenado descem para 180 euros - 65 euros do salário e 115 euros de contribuições para a Segurança Social. Se o desempregado estiver sem trabalho há mais de um ano, a empresa fica também isenta de pagar os 115 euros de taxa social única. Os números do INE apontam para a existência de 460 mil pessoas à procura trabalho há mais de seis meses.
Entre os inscritos nos centros de emprego, 43% fizeram-no há pelo menos um ano. Este apoio terá a duração máxima de seis meses, sendo também esse o prazo mínimo para a permanência na empresa. Depois disso, poderão ser afastados. Os sindicatos acusam o Governo de estar a incentivar a precariedade, enquanto os patrões questionam a eficácia da medida.
Famílias falidas aumentaram 156% em 2011
in Diário de Notícias
São 4650 os pedidos de insolvência particular entregues entre Janeiro e o dia 21 deste mês. O distrito do Porto é o que tem maior número de casos.
São 4650 os pedidos de insolvência particular entregues entre Janeiro e o dia 21 deste mês. O distrito do Porto é o que tem maior número de casos.
Guterres defende "discriminação positiva" de refugiados
in Diário de Notícias
O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, defendeu hoje uma "discriminação positiva" à integração em Portugal dos refugiados, que considerou poderem dar "um contributo muito importante" para o futuro do país.
"Como felizmente não são muitos eu creio que uma discriminação positiva ou se quiserem uma acção afirmativa em relação à integração dos refugiados na sociedade portuguesa se torna hoje, nos momentos difíceis que nós atravessamos, particularmente importante", declarou.
Guterres falava numa conferência sobre "Refugiados em Portugal: A sua história é a nossa história", no âmbito do 20.º aniversário do Conselho Português para os Refugiados (CPR).
Para o Alto Comissário, as dificuldades económicas que Portugal atravessa neste momento não deverão servir para recusar um tal apoio. "Pelo contrário, creio que estas pessoas se integradas na vida portuguesa poderão dar um contributo muito importante ao nosso futuro colectivo", disse.
"Olhando para a nossa historia verificamos que sempre que recebemos gente isso foi bom para nós e sempre que fomos abandonados pelos nossos próprios cidadãos porque não tínhamos condições ou porque os perseguíamos isso foi mau para nós", disse, dando como exemplo no primeiro caso "os retornados de África após o 25 de Abril" e no segundo"a expulsão dos judeus" e "a emigração dos anos 60".
"Importa não cometer os mesmos erros em relação ao futuro", disse ainda Guterres, que foi um dos fundadores do CPR.
Constituído a 20 de Setembro de 1991, o CPR é a única organização não governamental em Portugal que trabalha exclusivamente com requerentes de asilo e refugiados.
Segundo a presidente da direcção do CPR, Teresa Tito de Morais Mendes, no Centro que acolhe aquela população, na Bobadela, encontram-se actual 64 residentes, sendo ainda apoiados 303 antigos residentes.
A responsável assinalou ainda a inauguração em breve do primeiro centro de acolhimento para crianças refugiadas.
O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, defendeu hoje uma "discriminação positiva" à integração em Portugal dos refugiados, que considerou poderem dar "um contributo muito importante" para o futuro do país.
"Como felizmente não são muitos eu creio que uma discriminação positiva ou se quiserem uma acção afirmativa em relação à integração dos refugiados na sociedade portuguesa se torna hoje, nos momentos difíceis que nós atravessamos, particularmente importante", declarou.
Guterres falava numa conferência sobre "Refugiados em Portugal: A sua história é a nossa história", no âmbito do 20.º aniversário do Conselho Português para os Refugiados (CPR).
Para o Alto Comissário, as dificuldades económicas que Portugal atravessa neste momento não deverão servir para recusar um tal apoio. "Pelo contrário, creio que estas pessoas se integradas na vida portuguesa poderão dar um contributo muito importante ao nosso futuro colectivo", disse.
"Olhando para a nossa historia verificamos que sempre que recebemos gente isso foi bom para nós e sempre que fomos abandonados pelos nossos próprios cidadãos porque não tínhamos condições ou porque os perseguíamos isso foi mau para nós", disse, dando como exemplo no primeiro caso "os retornados de África após o 25 de Abril" e no segundo"a expulsão dos judeus" e "a emigração dos anos 60".
"Importa não cometer os mesmos erros em relação ao futuro", disse ainda Guterres, que foi um dos fundadores do CPR.
Constituído a 20 de Setembro de 1991, o CPR é a única organização não governamental em Portugal que trabalha exclusivamente com requerentes de asilo e refugiados.
Segundo a presidente da direcção do CPR, Teresa Tito de Morais Mendes, no Centro que acolhe aquela população, na Bobadela, encontram-se actual 64 residentes, sendo ainda apoiados 303 antigos residentes.
A responsável assinalou ainda a inauguração em breve do primeiro centro de acolhimento para crianças refugiadas.
Depressão é causa de aposentação precoce
in Diário de Notícias
A depressão é a principal causa de aposentação precoce nas mulheres e a terceira nos homens, segundo dados da Caixa Geral de Aposentações relativos a 2010, que apontam para um aumento da contribuição dos episódios depressivos.
Os números, revelados à Lusa pelo psiquiatra Luís Câmara Pestana, indicam que, nos homens, a depressão passou de sétima causa de incapacidade permanente para terceira causa em apenas um ano.
No caso das mulheres, de 2009 para 2010, o número de aposentações precoces por depressão aumentou 10 por cento, de 160 para 169 casos. Nos homens, em números absolutos, passou-se de 25 para 45 aposentações.
Câmara Pestana, presidente da Associação Portuguesa de Psiquiatria Psicológica, lembra também que a Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que a depressão é das principais causas de incapacidade para o trabalho.
O especialista frisa ainda que o stress, a depressão e a ansiedade são apontados por um estudo europeu recente como a segunda causa mais relevante de problemas ligados ao trabalho, logo a seguir às doenças reumáticas e de esforço muscular.
Em vésperas do Dia Europeu da Depressão, que se assinala no sábado, os especialistas vão desenvolver várias iniciativos pelos diferentes países, com o objetivo de sensibilizar para a importância do diagnóstico da depressão, diminuir o estigma provocado pela doença e facilitar o acesso a consultas.
Estima-se que a depressão afete 124 milhões de pessoas em todo o mundo. Na Europa serão 50 milhões, ou seja, 11 por cento, que já sofreram de pelo menos um episódio depressivo no ano anterior.
Em Portugal, um estudo epidemiológico de 2010 aponta para mais de 20 por cento da população afetada por uma perturbação psiquiátrica. A ansiedade é a mais dominante, seguida das perturbações depressivas.
Tal como a OMS já assumiu, a crise económica e financeira traz um aumento do risco de prevalência das perturbações psiquiátricas, o que deverá ocorrer igualmente em Portugal, avisa Câmara Pestana.
Por isso, o médico alerta as autoridades para a necessidade de rever as políticas de saúde mental em função do aumento do risco.
"Devem ser promovidos programas de maior facilidade de acesso às consultas e ao tratamento", defende em entrevista à Lusa, recordando que apenas um em cada três portugueses tem acesso a cuidados médicos, a diagnóstico e tratamento.
"Há pessoas que não a ser tratadas. Duas em cada três não estarão a ser tratadas. Ou por se sentirem estigmatizadas ou por não terem acesso a cuidados médicos. Mas a doença não tratada é um estigma muito maior do que o tratamento", sublinha Câmara Pestana.
A depressão é a principal causa de aposentação precoce nas mulheres e a terceira nos homens, segundo dados da Caixa Geral de Aposentações relativos a 2010, que apontam para um aumento da contribuição dos episódios depressivos.
Os números, revelados à Lusa pelo psiquiatra Luís Câmara Pestana, indicam que, nos homens, a depressão passou de sétima causa de incapacidade permanente para terceira causa em apenas um ano.
No caso das mulheres, de 2009 para 2010, o número de aposentações precoces por depressão aumentou 10 por cento, de 160 para 169 casos. Nos homens, em números absolutos, passou-se de 25 para 45 aposentações.
Câmara Pestana, presidente da Associação Portuguesa de Psiquiatria Psicológica, lembra também que a Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que a depressão é das principais causas de incapacidade para o trabalho.
O especialista frisa ainda que o stress, a depressão e a ansiedade são apontados por um estudo europeu recente como a segunda causa mais relevante de problemas ligados ao trabalho, logo a seguir às doenças reumáticas e de esforço muscular.
Em vésperas do Dia Europeu da Depressão, que se assinala no sábado, os especialistas vão desenvolver várias iniciativos pelos diferentes países, com o objetivo de sensibilizar para a importância do diagnóstico da depressão, diminuir o estigma provocado pela doença e facilitar o acesso a consultas.
Estima-se que a depressão afete 124 milhões de pessoas em todo o mundo. Na Europa serão 50 milhões, ou seja, 11 por cento, que já sofreram de pelo menos um episódio depressivo no ano anterior.
Em Portugal, um estudo epidemiológico de 2010 aponta para mais de 20 por cento da população afetada por uma perturbação psiquiátrica. A ansiedade é a mais dominante, seguida das perturbações depressivas.
Tal como a OMS já assumiu, a crise económica e financeira traz um aumento do risco de prevalência das perturbações psiquiátricas, o que deverá ocorrer igualmente em Portugal, avisa Câmara Pestana.
Por isso, o médico alerta as autoridades para a necessidade de rever as políticas de saúde mental em função do aumento do risco.
"Devem ser promovidos programas de maior facilidade de acesso às consultas e ao tratamento", defende em entrevista à Lusa, recordando que apenas um em cada três portugueses tem acesso a cuidados médicos, a diagnóstico e tratamento.
"Há pessoas que não a ser tratadas. Duas em cada três não estarão a ser tratadas. Ou por se sentirem estigmatizadas ou por não terem acesso a cuidados médicos. Mas a doença não tratada é um estigma muito maior do que o tratamento", sublinha Câmara Pestana.
Trabalho certo não é decisivo na escolha de curso
in Diário de Noticías
Os cursos mais procurados têm uma taxa de 20% de desemprego. Os jovens continuam a preferir áreas como Direito e Ciências Empresariais.
Os cursos mais procurados têm uma taxa de 20% de desemprego. Os jovens continuam a preferir áreas como Direito e Ciências Empresariais.
Mais polícias recorrem a apoio social para pedir empréstimos
in Jornal de Notícias
Cerca de cem polícias portugueses recorreram, desde o início do ano, ao gabinete de Acção Social dos Serviços Sociais da PSP devido a problemas económicos, solicitando ajuda para reorganizar a suas contas familiares.
De Janeiro de 2008 a Setembro deste ano procuraram este serviço 572 polícias de várias patentes, a maioria com necessidade de apoio económico, quer ao nível da orientação financeira das suas contas com consolidação de créditos, quer ao nível de empréstimos que, em casos excepcionais e de absoluta necessidade, poderão ser feitos a taxa zero, nos termos da legislação em vigor.
Segundo Paula Gonçalves, responsável pelo Gabinete de Acção Social, criado em 1998, só nos primeiros nove meses deste ano foram atendidas 129 pessoas, das quais 98 com problemas económicos.
Chegam, ainda, a estes serviços situações mais graves de insolvência formal de funcionários da PSP.
Muitos dos casos prendem-se com o facto de serem deslocados e de precisarem de orientação e outros estão relacionados com problemas familiares, em especial divórcios.
"A polícia tem muitos deslocados em Lisboa e por vezes acabam por ter que sustentar duas casas, o que se torna muito complicado do ponto de vista financeiro", disse a responsável à Lusa, adiantando que estes profissionais pelas características da profissão lidam com mais dificuldade com o não cumprimento de compromissos assumidos, sendo alvo de pressão por parte das entidades de crédito que por vezes os procuram nas esquadras onde trabalham.
A grande procura deste apoio financeiro para empréstimos a curto prazo (12 meses) ou a médio e longo prazo, adiantou, tem crescido em termos de montantes pedidos pelo que até ao final do ano não é possível atender a mais.
"Notamos que este ano os pedidos são de montantes maiores e alguns já reincidentes", explicou adiantando que o gabinete procura sempre fazer um trabalho pedagógico com a assinatura de um contrato onde se comprometem a liquidar todos os empréstimos contraídos em entidades de crédito para que seja efectivamente feita a consolidação de créditos.
Aos que recorrem a esta ajuda, o gabinete dá também apoio psico-social, fazendo pedagogia para que a situação não se volte a repetir.
Segundo o secretário-geral dos Serviços Sociais da PSP, superintendente José Torres, num momento em que o país atravessa uma crise financeira com impacto em todas as profissões, estes serviços funcionam, como "uma espécie de amortecedor dos impactos de âmbito sanitário, socioeconómico e familiar inerentes a uma profissão especialmente exigente".
Fundados em 1959, os Serviços Sociais da PSP surgiram para suprir uma falha no panorama assistencial mas actualmente desenvolvem uma grande diversidade de actividades que se traduzem em varias modalidades de assistência, desde habitação social e temporária, lares de estudantes e apoio aos tempos livres.
Os polícias terminam, esta quarta-feira, uma semana de "indignação" com uma concentração junto à Assembleia da República para exigir do Governo que os coloque nas novas tabelas remuneratórias que entraram em vigor em Janeiro de 2010.
Cerca de cem polícias portugueses recorreram, desde o início do ano, ao gabinete de Acção Social dos Serviços Sociais da PSP devido a problemas económicos, solicitando ajuda para reorganizar a suas contas familiares.
De Janeiro de 2008 a Setembro deste ano procuraram este serviço 572 polícias de várias patentes, a maioria com necessidade de apoio económico, quer ao nível da orientação financeira das suas contas com consolidação de créditos, quer ao nível de empréstimos que, em casos excepcionais e de absoluta necessidade, poderão ser feitos a taxa zero, nos termos da legislação em vigor.
Segundo Paula Gonçalves, responsável pelo Gabinete de Acção Social, criado em 1998, só nos primeiros nove meses deste ano foram atendidas 129 pessoas, das quais 98 com problemas económicos.
Chegam, ainda, a estes serviços situações mais graves de insolvência formal de funcionários da PSP.
Muitos dos casos prendem-se com o facto de serem deslocados e de precisarem de orientação e outros estão relacionados com problemas familiares, em especial divórcios.
"A polícia tem muitos deslocados em Lisboa e por vezes acabam por ter que sustentar duas casas, o que se torna muito complicado do ponto de vista financeiro", disse a responsável à Lusa, adiantando que estes profissionais pelas características da profissão lidam com mais dificuldade com o não cumprimento de compromissos assumidos, sendo alvo de pressão por parte das entidades de crédito que por vezes os procuram nas esquadras onde trabalham.
A grande procura deste apoio financeiro para empréstimos a curto prazo (12 meses) ou a médio e longo prazo, adiantou, tem crescido em termos de montantes pedidos pelo que até ao final do ano não é possível atender a mais.
"Notamos que este ano os pedidos são de montantes maiores e alguns já reincidentes", explicou adiantando que o gabinete procura sempre fazer um trabalho pedagógico com a assinatura de um contrato onde se comprometem a liquidar todos os empréstimos contraídos em entidades de crédito para que seja efectivamente feita a consolidação de créditos.
Aos que recorrem a esta ajuda, o gabinete dá também apoio psico-social, fazendo pedagogia para que a situação não se volte a repetir.
Segundo o secretário-geral dos Serviços Sociais da PSP, superintendente José Torres, num momento em que o país atravessa uma crise financeira com impacto em todas as profissões, estes serviços funcionam, como "uma espécie de amortecedor dos impactos de âmbito sanitário, socioeconómico e familiar inerentes a uma profissão especialmente exigente".
Fundados em 1959, os Serviços Sociais da PSP surgiram para suprir uma falha no panorama assistencial mas actualmente desenvolvem uma grande diversidade de actividades que se traduzem em varias modalidades de assistência, desde habitação social e temporária, lares de estudantes e apoio aos tempos livres.
Os polícias terminam, esta quarta-feira, uma semana de "indignação" com uma concentração junto à Assembleia da República para exigir do Governo que os coloque nas novas tabelas remuneratórias que entraram em vigor em Janeiro de 2010.
Álvaro: "Falta de crédito deve-se ao endividamento excessivo do Estado"
in Dinheiro Vivo
O ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, admitiu hoje que o "endividamento excessivo do Estado e das empresas públicas" é um dos principais responsáveis pelas dificuldades na concessão de crédito pelos bancos, prometendo novidades "nas próximas semanas".
"O grande problema que enfrentamos neste momento para as empresas é o da liquidez. Muitas delas estão em dificuldades, e estão a morrer ou prestes a morrer por falta de financiamento", afirmou o governante, que falava em Lisboa na abertura da conferência "Portugal Global -- empresas exportadoras".
"A secagem do crédito deve-se ao endividamento excessivo do Estado e das empresas públicas. Algo tem que ser feito nesta matéria para isso acabar", garantiu, sublinhando que é necessário aumentar a importância das exportações na economia portuguesa e que as empresas, por sua vez, devem encarar a internacionalização como uma nova etapa no seu ciclo de vida para uma economia bem sucedida.
Para Álvaro Santos Pereira, por exemplo, "não é aceitável" que as empresas não tenham possibilidade de comprar matérias-primas para conseguir exportar porque muito do crédito é absorvido "pelas necessidades do Estado e das empresas públicas".
O ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, admitiu hoje que o "endividamento excessivo do Estado e das empresas públicas" é um dos principais responsáveis pelas dificuldades na concessão de crédito pelos bancos, prometendo novidades "nas próximas semanas".
"O grande problema que enfrentamos neste momento para as empresas é o da liquidez. Muitas delas estão em dificuldades, e estão a morrer ou prestes a morrer por falta de financiamento", afirmou o governante, que falava em Lisboa na abertura da conferência "Portugal Global -- empresas exportadoras".
"A secagem do crédito deve-se ao endividamento excessivo do Estado e das empresas públicas. Algo tem que ser feito nesta matéria para isso acabar", garantiu, sublinhando que é necessário aumentar a importância das exportações na economia portuguesa e que as empresas, por sua vez, devem encarar a internacionalização como uma nova etapa no seu ciclo de vida para uma economia bem sucedida.
Para Álvaro Santos Pereira, por exemplo, "não é aceitável" que as empresas não tenham possibilidade de comprar matérias-primas para conseguir exportar porque muito do crédito é absorvido "pelas necessidades do Estado e das empresas públicas".
Empresas públicas têm níveis de absentismo seis vezes acima do privado
in Jornal de Notícias
O secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, disse, esta quarta-feira, que o Estado "não pode viver com níveis de absentismo nas empresas públicas 5 a 6 vezes superior ao sector privado".
"Não podemos viver com níveis de absentismo nas empresas públicas cinco a seis vezes superiores ao sector privado", disse o governante, acrescentando que também não é possível "viver com acordos de empresa desajustados da realidade".
O secretário de Estado falava numa conferência de apresentação do Anuário do Sector Empresarial do Estado 2010, patrocinada pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas e pelo Tribunal de Contas, e apresentado na Universidade Católica, esta quarta-feira.
O secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, disse, esta quarta-feira, que o Estado "não pode viver com níveis de absentismo nas empresas públicas 5 a 6 vezes superior ao sector privado".
"Não podemos viver com níveis de absentismo nas empresas públicas cinco a seis vezes superiores ao sector privado", disse o governante, acrescentando que também não é possível "viver com acordos de empresa desajustados da realidade".
O secretário de Estado falava numa conferência de apresentação do Anuário do Sector Empresarial do Estado 2010, patrocinada pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas e pelo Tribunal de Contas, e apresentado na Universidade Católica, esta quarta-feira.
Mo.ca: Móveis (de cartão) que mais parecem legos
Texto de Amanda Ribeiro, in Público on-line
Tudo começou em pleno Carnaval de 2011. Como sempre, Filipa Carretas, enóloga de formação, técnica de turismo de vocação, estava num autêntico frenesim para encontrar a fatiota mais original.
A escolha recaiu sobre os legos. Ela iria de boneco e Jorge Sá, o namorado arquitecto, crânio em geometria descritiva, seria uma peça. A matéria-prima? Dezoito placas de cartão canelado, desperdícios de uma fábrica.
Os disfarces foram um sucesso, não só esteticamente ("demorámos quatro horas a descer da Praça do Marquês à Baixa porque toda a gente queria tirar uma fotografia com os legos"), mas também funcionalmente ("por duas vezes entornaram-me líquidos sobre o fato, choveu naquela noite e o fato ainda está intacto").
Financiamento colaborativo
A aplicação da mesma técnica para a produção de mobiliário foi um passo natural. Afinal, tinham aberto uma "caixa de Pandora", explica Jorge. Decidiram fazer uma mesa de apoio para a casa onde vivem.
Mais uma vez, a inspiração veio dos legos. Queriam algo prático, versátil e de fácil arrumação, por isso fabricaram várias peças modulares que pudessem ser encaixadas umas nas outras. Dependendo das necessidades, tanto podiam obter vários bancos como pequenas mesas.
Depois de cálculos rigorosos e muitos, muitos testes, conseguiram chegar a um módulo de cartão que é simultaneamente resistente e leve. "Nós sempre gostamos de jogar, de brincar e de criar", diz Filipa, justificando o carácter lúdico e artesanal do mo.ca. Um puzzle composto por oito peças demora cerca de 30 horas para ser construído.
Preocupação ambiental
Uma outra tónica é a preocupação ambiental: "Uma das nossas máximas é não comprar papel ou cartão", garante Filipa, que costuma decorar as gavetas dos móveis com 'flyers' "que não voam". "Nós vamos recolher o que está pronto para ir para o lixo", afiança Jorge.
Em Julho, registaram o mo.ca no Massivemov, plataforma portuguesa de financiamento colaborativo. Vinte e oito pessoas apoiaram o projecto; em troca, dependendo do valor concedido, receberam descontos, alfinetes, uma mesinha de cabeceira ou até mesmo um puzzle completo.
Agora os pedidos de orçamentos multiplicam-se. Uma mesa de reuniões e um relógio para uma acção de marketing de guerrilha foram os últimos. Em comum? O cartão. Sempre.
Tudo começou em pleno Carnaval de 2011. Como sempre, Filipa Carretas, enóloga de formação, técnica de turismo de vocação, estava num autêntico frenesim para encontrar a fatiota mais original.
A escolha recaiu sobre os legos. Ela iria de boneco e Jorge Sá, o namorado arquitecto, crânio em geometria descritiva, seria uma peça. A matéria-prima? Dezoito placas de cartão canelado, desperdícios de uma fábrica.
Os disfarces foram um sucesso, não só esteticamente ("demorámos quatro horas a descer da Praça do Marquês à Baixa porque toda a gente queria tirar uma fotografia com os legos"), mas também funcionalmente ("por duas vezes entornaram-me líquidos sobre o fato, choveu naquela noite e o fato ainda está intacto").
Financiamento colaborativo
A aplicação da mesma técnica para a produção de mobiliário foi um passo natural. Afinal, tinham aberto uma "caixa de Pandora", explica Jorge. Decidiram fazer uma mesa de apoio para a casa onde vivem.
Mais uma vez, a inspiração veio dos legos. Queriam algo prático, versátil e de fácil arrumação, por isso fabricaram várias peças modulares que pudessem ser encaixadas umas nas outras. Dependendo das necessidades, tanto podiam obter vários bancos como pequenas mesas.
Depois de cálculos rigorosos e muitos, muitos testes, conseguiram chegar a um módulo de cartão que é simultaneamente resistente e leve. "Nós sempre gostamos de jogar, de brincar e de criar", diz Filipa, justificando o carácter lúdico e artesanal do mo.ca. Um puzzle composto por oito peças demora cerca de 30 horas para ser construído.
Preocupação ambiental
Uma outra tónica é a preocupação ambiental: "Uma das nossas máximas é não comprar papel ou cartão", garante Filipa, que costuma decorar as gavetas dos móveis com 'flyers' "que não voam". "Nós vamos recolher o que está pronto para ir para o lixo", afiança Jorge.
Em Julho, registaram o mo.ca no Massivemov, plataforma portuguesa de financiamento colaborativo. Vinte e oito pessoas apoiaram o projecto; em troca, dependendo do valor concedido, receberam descontos, alfinetes, uma mesinha de cabeceira ou até mesmo um puzzle completo.
Agora os pedidos de orçamentos multiplicam-se. Uma mesa de reuniões e um relógio para uma acção de marketing de guerrilha foram os últimos. Em comum? O cartão. Sempre.
Governo vai pagar formação profissional nas empresas
in Público on-line
Cerca de 35 mil desempregados de longa duração vão receber 420 euros através da empresa formadora
O Governo vai aplicar cem milhões de euros para apoio a estágios profissionais, nas empresas, para cerca de 35 mil desempregados de longa duração, que receberão 420 euros.
No âmbito desta iniciativa, o governo vai "pedir às empresas que contratem trabalhadores que estão há mais de seis meses desempregados, e em que esses trabalhadores que vão para as empresas vão receber formação nas empresas. Em vez de ser o Estado a fazer formação, vão ser os trabalhadores, nas empresas, a trabalhar", explicou o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, ontem, dia 26 de Setembro, à noite, na RTP1.
As pessoas que forem contratadas nesse regime "vão receber o correspondente a um indexante de apoio social, que são cerca de 420 euros, o subsídio que a empresa recebe para ter esse indivíduo que está desempregado", disse também o ministro, que apresentou esta medida como "uma das formas de combater o desemprego de longa-duração", e que deverá abranger cerca de 35 mil desempregados há mais de seis meses.
Santos Pereira adiantou ainda que vão ser anunciadas em breve dezenas de medidas para reformular os centros de emprego do País.
Cerca de 35 mil desempregados de longa duração vão receber 420 euros através da empresa formadora
O Governo vai aplicar cem milhões de euros para apoio a estágios profissionais, nas empresas, para cerca de 35 mil desempregados de longa duração, que receberão 420 euros.
No âmbito desta iniciativa, o governo vai "pedir às empresas que contratem trabalhadores que estão há mais de seis meses desempregados, e em que esses trabalhadores que vão para as empresas vão receber formação nas empresas. Em vez de ser o Estado a fazer formação, vão ser os trabalhadores, nas empresas, a trabalhar", explicou o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, ontem, dia 26 de Setembro, à noite, na RTP1.
As pessoas que forem contratadas nesse regime "vão receber o correspondente a um indexante de apoio social, que são cerca de 420 euros, o subsídio que a empresa recebe para ter esse indivíduo que está desempregado", disse também o ministro, que apresentou esta medida como "uma das formas de combater o desemprego de longa-duração", e que deverá abranger cerca de 35 mil desempregados há mais de seis meses.
Santos Pereira adiantou ainda que vão ser anunciadas em breve dezenas de medidas para reformular os centros de emprego do País.
Novo regulamento de bolsas penaliza alunos mais carenciados
in Público on-line
Os alunos mais carenciados, com rendimentos muito baixos, saem prejudicados com o novo regulamento de bolsas para o ensino superior, alerta o administrador dos Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra (SASUC), Jorge Gouveia Monteiro.
Apresentado publicamente há uma semana, o novo regulamento baixa em cerca de 400 euros a bolsa de referência (passa a ser de 5.611,13 euros por ano), tida em conta no cálculo do montante a atribuir ao estudante, precisou.
“Alunos muito carenciados, aqueles que tinham menor rendimento ou rendimentos muito próximo do zero, que receberiam as bolsas mais altas, saem prejudicados, devido à bolsa de referência, que baixa”, afirmou Gouveia Monteiro, em declarações à Lusa.
Nos últimos dias, os SASUC trabalharam numa amostragem de “20 agregados familiares, com rendimentos e dimensões bastante diversos” e concluíram que o novo regulamento resulta, no entanto, numa “pequeníssima baixa do valor médio da bolsa” atribuída, que passa dos 2.750 para os 2.729 euros anuais, segundo aquele responsável.
Beneficiados com as novas regras de cálculo ficam os agregados mais numerosos, sublinha o administrador do SASUC, já que no rendimento familiar é tido em conta “o número real dos elementos” que os compõem, o que, na prática, acaba com um “certo empolamento artificial do rendimento familiar” que havia anteriormente.
“Nos agregados maiores, a tendência é de subida do valor da bolsa”, referiu Gouveia Monteiro, acrescentando que “praticamente todas sobem ligeiramente”.
Embora ainda sem dados concretos sobre o número de alunos da Universidade de Coimbra que requereram bolsa, Gouveia Monteiro diz verificar-se uma “ligeira quebra nos pedidos de renovação”.
Quanto aos novos alunos, os SASUC estão a deparar-se com “muitas centenas” de caloiros que, por desconhecimento, não concorreram a bolsa aquando da candidatura ao ensino superior, uma das novas regras.
“Há muitos caloiros aí à toa, aflitos, que caminham a toda a hora para os SASUC”, frisou Gouveia Monteiro, que já alertou o ministério para a “necessidade urgente de uma chamada de recurso” para que estes estudantes possam ainda candidatar-se às bolsas.
Aos alunos não bolseiros e com “dificuldades no pagamento das propinas ou em situação de emergência social”, os SASUC atribuem um montante anual de cerca de 370 euros, pago através de um Fundo de Apoio Social que a Universidade possui especificamente para estas situações e que inclui uma dotação anual entre 180 mil e 200 mil euros.
“O ano passado tivemos, pela primeira vez, mais de 500 estudantes apoiados, um aumento de 30 por cento em relação ao ano anterior. Não creio que haja nenhuma perspectiva de alívio este ano, porque são pessoas que perderam ou não possuem apoios, entre os quais imigrantes, nomeadamente africanos”, disse Gouveia Monteiro.
Os alunos mais carenciados, com rendimentos muito baixos, saem prejudicados com o novo regulamento de bolsas para o ensino superior, alerta o administrador dos Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra (SASUC), Jorge Gouveia Monteiro.
Apresentado publicamente há uma semana, o novo regulamento baixa em cerca de 400 euros a bolsa de referência (passa a ser de 5.611,13 euros por ano), tida em conta no cálculo do montante a atribuir ao estudante, precisou.
“Alunos muito carenciados, aqueles que tinham menor rendimento ou rendimentos muito próximo do zero, que receberiam as bolsas mais altas, saem prejudicados, devido à bolsa de referência, que baixa”, afirmou Gouveia Monteiro, em declarações à Lusa.
Nos últimos dias, os SASUC trabalharam numa amostragem de “20 agregados familiares, com rendimentos e dimensões bastante diversos” e concluíram que o novo regulamento resulta, no entanto, numa “pequeníssima baixa do valor médio da bolsa” atribuída, que passa dos 2.750 para os 2.729 euros anuais, segundo aquele responsável.
Beneficiados com as novas regras de cálculo ficam os agregados mais numerosos, sublinha o administrador do SASUC, já que no rendimento familiar é tido em conta “o número real dos elementos” que os compõem, o que, na prática, acaba com um “certo empolamento artificial do rendimento familiar” que havia anteriormente.
“Nos agregados maiores, a tendência é de subida do valor da bolsa”, referiu Gouveia Monteiro, acrescentando que “praticamente todas sobem ligeiramente”.
Embora ainda sem dados concretos sobre o número de alunos da Universidade de Coimbra que requereram bolsa, Gouveia Monteiro diz verificar-se uma “ligeira quebra nos pedidos de renovação”.
Quanto aos novos alunos, os SASUC estão a deparar-se com “muitas centenas” de caloiros que, por desconhecimento, não concorreram a bolsa aquando da candidatura ao ensino superior, uma das novas regras.
“Há muitos caloiros aí à toa, aflitos, que caminham a toda a hora para os SASUC”, frisou Gouveia Monteiro, que já alertou o ministério para a “necessidade urgente de uma chamada de recurso” para que estes estudantes possam ainda candidatar-se às bolsas.
Aos alunos não bolseiros e com “dificuldades no pagamento das propinas ou em situação de emergência social”, os SASUC atribuem um montante anual de cerca de 370 euros, pago através de um Fundo de Apoio Social que a Universidade possui especificamente para estas situações e que inclui uma dotação anual entre 180 mil e 200 mil euros.
“O ano passado tivemos, pela primeira vez, mais de 500 estudantes apoiados, um aumento de 30 por cento em relação ao ano anterior. Não creio que haja nenhuma perspectiva de alívio este ano, porque são pessoas que perderam ou não possuem apoios, entre os quais imigrantes, nomeadamente africanos”, disse Gouveia Monteiro.
CNIPE concorda com transferência de prémio para alunos carenciados
in Jornal Público
A Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) concorda com a decisão do Governo de transferir o valor do prémio destinado aos melhores alunos do ensino secundário para projectos de apoio aos estudantes mais carenciados.
O PÚBLICO noticia hoje que o Governo suspendeu o prémio de mérito de 500 euros que tem como objectivo distinguir os melhores alunos do ensino secundário de cada escola, uma decisão que a Confederação Nacional das Associações de Pais considerou "mais um murro no estômago" e um "sinal da falta de estratégia para a Educação".
Para o dirigente da CNIPE, Rui Martins, foi a “atitude pedagógica correcta atendendo à actual situação. O prémio de mérito continua a ser atribuído e o desempenho reconhecido. Acho que os alunos vão aceitar, porque basta falar com eles e explicar-lhes o que se está a passar".
"Se os alunos não aceitarem penso que poderão ficar com o prémio (dinheiro) mas acho que há aqui uma regra de bom senso que deve ser seguida”, acrescentou.
A CNIPE tomou conhecimento do despacho ministerial na terça-feira durante uma reunião com o director da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN).
Rui Martins contesta as críticas à decisão do ministério, lembrando que “neste momento, há muitos pais que deixaram de marcar semanalmente as refeições dos filhos para passar a marcar diariamente, porque têm de fazer uma gestão diária do orçamento familiar”.
A Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) concorda com a decisão do Governo de transferir o valor do prémio destinado aos melhores alunos do ensino secundário para projectos de apoio aos estudantes mais carenciados.
O PÚBLICO noticia hoje que o Governo suspendeu o prémio de mérito de 500 euros que tem como objectivo distinguir os melhores alunos do ensino secundário de cada escola, uma decisão que a Confederação Nacional das Associações de Pais considerou "mais um murro no estômago" e um "sinal da falta de estratégia para a Educação".
Para o dirigente da CNIPE, Rui Martins, foi a “atitude pedagógica correcta atendendo à actual situação. O prémio de mérito continua a ser atribuído e o desempenho reconhecido. Acho que os alunos vão aceitar, porque basta falar com eles e explicar-lhes o que se está a passar".
"Se os alunos não aceitarem penso que poderão ficar com o prémio (dinheiro) mas acho que há aqui uma regra de bom senso que deve ser seguida”, acrescentou.
A CNIPE tomou conhecimento do despacho ministerial na terça-feira durante uma reunião com o director da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN).
Rui Martins contesta as críticas à decisão do ministério, lembrando que “neste momento, há muitos pais que deixaram de marcar semanalmente as refeições dos filhos para passar a marcar diariamente, porque têm de fazer uma gestão diária do orçamento familiar”.
Ministério cancelou prémios de 500 euros a dias de entregá-los aos melhores alunos do país
Por Graça Barbosa Ribeiro, in Jornal Público
O prémio de mérito no valor de 500 euros, que distingue os melhores alunos dos vários cursos do ensino secundário de cada uma das escolas do país, foi suspenso pelo actual Governo.
A notícia apanhou ontem de surpresa todos os directores das escolas das regiões Norte e de Lisboa e Vale do Tejo, que já tinham comunicado aos vencedores que depois de amanhã, no "Dia do Diploma", receberiam o cheque, numa cerimónia aberta às comunidades. Representantes dos directores e dos pais dizem-se "chocados" e classificam a medida como "frustrante e desmotivadora" para os alunos.
Os representantes das duas associações de directores de escolas foram ontem apanhados de surpresa pelo fim do prémio criado em 2008 por de Maria de Lurdes Rodrigues, mas também pela forma como a notícia foi comunicada, e até pelo seu teor, diferente consoante a zona do país.
A Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) limitou-se a colocar a informação na sua página da Internet. As direcções das escolas de Lisboa e Vale do Tejo já receberam a notícia, também ontem, por correio electrónico. Às escolas do Centro, a informação chegou mais cedo, a 14 de Setembro, por e-mail, mas não coincide com aquela que receberam os colegas do Norte e de Lisboa.
O prémio de mérito no valor de 500 euros, que distingue os melhores alunos dos vários cursos do ensino secundário de cada uma das escolas do país, foi suspenso pelo actual Governo.
A notícia apanhou ontem de surpresa todos os directores das escolas das regiões Norte e de Lisboa e Vale do Tejo, que já tinham comunicado aos vencedores que depois de amanhã, no "Dia do Diploma", receberiam o cheque, numa cerimónia aberta às comunidades. Representantes dos directores e dos pais dizem-se "chocados" e classificam a medida como "frustrante e desmotivadora" para os alunos.
Os representantes das duas associações de directores de escolas foram ontem apanhados de surpresa pelo fim do prémio criado em 2008 por de Maria de Lurdes Rodrigues, mas também pela forma como a notícia foi comunicada, e até pelo seu teor, diferente consoante a zona do país.
A Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) limitou-se a colocar a informação na sua página da Internet. As direcções das escolas de Lisboa e Vale do Tejo já receberam a notícia, também ontem, por correio electrónico. Às escolas do Centro, a informação chegou mais cedo, a 14 de Setembro, por e-mail, mas não coincide com aquela que receberam os colegas do Norte e de Lisboa.
Mariana Ribeiro Ferreira é a nova presidente do Instituto de Segurança Social
in Público on-line
A vereadora da Câmara Municipal de Cascais com o pelouro da Acção Social, Mariana Ribeiro Ferreira, vai ser a próxima presidente do Instituto de Segurança Social, disse à Lusa fonte ministerial.
A vice-presidente do CDS-PP foi escolhida para suceder a Edmundo Martinho que saiu da presidência do Instituto da Segurança Social (ISS) a seu pedido para integrar o Observatório da Segurança Social, em Genebra,
Edmundo Martinho, cujo mandato como presidente do ISS terminou a 3 de Maio, ocupará um cargo ao qual tinha concorrido ainda antes das eleições legislativas de 5 de Junho.
A nova presidente do Instituto de Segurança Social, Mariana Ribeiro Ferreira, ocupava até agora o cargo de vereadora da Câmara Municipal de Cascais com o pelouro da Acção Social, Saúde, Voluntariado e Habitação.
A vice-presidência do Instituto da Segurança Social fica a cargo de Miguel Coelho, mestre em Economia e administrador do Montepio que sucede a Luísa Guimarães que, segundo a mesma fonte ministerial, também saiu a seu pedido para integrar a Organização Internacional de Trabalho.
A nova equipa do Instituto de Segurança Social, que deverá entrar em funções até ao final da semana, integra ainda três vogais: Joaquim Caeiro, doutorado em Ciências Sociais e professor no Instituto do Serviço Social de Lisboa, António Rapoula, director da EMEL e Luís Monteiro, antigo administrador da Valorsul e ex-director municipal em Lisboa.
A vereadora da Câmara Municipal de Cascais com o pelouro da Acção Social, Mariana Ribeiro Ferreira, vai ser a próxima presidente do Instituto de Segurança Social, disse à Lusa fonte ministerial.
A vice-presidente do CDS-PP foi escolhida para suceder a Edmundo Martinho que saiu da presidência do Instituto da Segurança Social (ISS) a seu pedido para integrar o Observatório da Segurança Social, em Genebra,
Edmundo Martinho, cujo mandato como presidente do ISS terminou a 3 de Maio, ocupará um cargo ao qual tinha concorrido ainda antes das eleições legislativas de 5 de Junho.
A nova presidente do Instituto de Segurança Social, Mariana Ribeiro Ferreira, ocupava até agora o cargo de vereadora da Câmara Municipal de Cascais com o pelouro da Acção Social, Saúde, Voluntariado e Habitação.
A vice-presidência do Instituto da Segurança Social fica a cargo de Miguel Coelho, mestre em Economia e administrador do Montepio que sucede a Luísa Guimarães que, segundo a mesma fonte ministerial, também saiu a seu pedido para integrar a Organização Internacional de Trabalho.
A nova equipa do Instituto de Segurança Social, que deverá entrar em funções até ao final da semana, integra ainda três vogais: Joaquim Caeiro, doutorado em Ciências Sociais e professor no Instituto do Serviço Social de Lisboa, António Rapoula, director da EMEL e Luís Monteiro, antigo administrador da Valorsul e ex-director municipal em Lisboa.
Governo quer facilitar instalação de rampas ou cadeiras elevatórias
Por Marisa Soares, in Público on-line
O ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, quer alterar a lei que faz depender da aprovação de dois terços dos condóminos a colocação de rampas ou de cadeiras elevatórias nas partes comuns dos prédios habitacionais. A medida vai beneficiar as pessoas com mobilidade reduzida que têm dificuldades em aceder à habitação em edifícios ainda não adaptados às normas de acessibilidade.
O artigo n.º 1422 do Código Civil estipula que as obras que modifiquem a linha arquitectónica ou o arranjo estético dos edifícios podem ser feitas apenas com a prévia autorização de dois terços dos condóminos. Esta obrigatoriedade é há muito contestada, por exemplo, pela Cooperativa Nacional de Apoio a Deficientes. "Se o doente precisa de ajuda tecnológica para ter autonomia, o condomínio não deveria ter de se pronunciar", considera a presidente da cooperativa, Celeste Costa.
O Governo quer agora “facilitar” o processo e permitir que os condóminos façam as obras que garantam o acesso à habitação sem ser necessária a aprovação da maioria. “O que acontece hoje é que as pessoas são quase ‘expulsas’ porque não conseguem usufruir das suas casas”, disse Pedro Mota Soares em declarações ao PÚBLICO.
A alteração à lei surge na sequência da notícia do PÚBLICO sobre a família de um idoso de 80 anos com mobilidade reduzida que, em Maio, avançou com a instalação de uma cadeira elevatória no prédio onde mora, no terceiro andar, em Lisboa, contra a vontade de todos os condóminos. A família interpôs uma providência cautelar contra a decisão do condomínio e o juiz decidiu a favor da colocação do equipamento, alegando que a posição dos condóminos representava uma “medida discriminatória contra pessoas idosas e doentes”.
Na altura, Pedro Gouveia, arquitecto especialista em questões de acessibilidade, classificou a sentença como uma “decisão histórica”, já que casos como este, relacionados com a acessibilidade de uma habitação particular, raramente chegam ao tribunal. "Deve ser a primeira vez que é aplicada a lei que proíbe as discriminações por deficiência ou risco de saúde", referiu.
Segundo o governante, os beneficiários das rampas ou cadeiras elevatórias podem recorrer às instituições públicas que prestam apoio nesta área para custear a instalação dos equipamentos ou, em alternativa, terão de suportar o investimento que é por norma avultado.
A alteração hoje anunciada por Pedro Mota Soares à margem da cerimónia de inauguração do Lar Residencial “Nossa Casa” – da Nós – Associação de Pais e Técnicos para a Integração do Deficiente na Moita, insere-se no pacote de medidas de simplificação da reabilitação urbana, que será aprovado “a muito breve trecho” em Conselho de Ministros.
O ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, quer alterar a lei que faz depender da aprovação de dois terços dos condóminos a colocação de rampas ou de cadeiras elevatórias nas partes comuns dos prédios habitacionais. A medida vai beneficiar as pessoas com mobilidade reduzida que têm dificuldades em aceder à habitação em edifícios ainda não adaptados às normas de acessibilidade.
O artigo n.º 1422 do Código Civil estipula que as obras que modifiquem a linha arquitectónica ou o arranjo estético dos edifícios podem ser feitas apenas com a prévia autorização de dois terços dos condóminos. Esta obrigatoriedade é há muito contestada, por exemplo, pela Cooperativa Nacional de Apoio a Deficientes. "Se o doente precisa de ajuda tecnológica para ter autonomia, o condomínio não deveria ter de se pronunciar", considera a presidente da cooperativa, Celeste Costa.
O Governo quer agora “facilitar” o processo e permitir que os condóminos façam as obras que garantam o acesso à habitação sem ser necessária a aprovação da maioria. “O que acontece hoje é que as pessoas são quase ‘expulsas’ porque não conseguem usufruir das suas casas”, disse Pedro Mota Soares em declarações ao PÚBLICO.
A alteração à lei surge na sequência da notícia do PÚBLICO sobre a família de um idoso de 80 anos com mobilidade reduzida que, em Maio, avançou com a instalação de uma cadeira elevatória no prédio onde mora, no terceiro andar, em Lisboa, contra a vontade de todos os condóminos. A família interpôs uma providência cautelar contra a decisão do condomínio e o juiz decidiu a favor da colocação do equipamento, alegando que a posição dos condóminos representava uma “medida discriminatória contra pessoas idosas e doentes”.
Na altura, Pedro Gouveia, arquitecto especialista em questões de acessibilidade, classificou a sentença como uma “decisão histórica”, já que casos como este, relacionados com a acessibilidade de uma habitação particular, raramente chegam ao tribunal. "Deve ser a primeira vez que é aplicada a lei que proíbe as discriminações por deficiência ou risco de saúde", referiu.
Segundo o governante, os beneficiários das rampas ou cadeiras elevatórias podem recorrer às instituições públicas que prestam apoio nesta área para custear a instalação dos equipamentos ou, em alternativa, terão de suportar o investimento que é por norma avultado.
A alteração hoje anunciada por Pedro Mota Soares à margem da cerimónia de inauguração do Lar Residencial “Nossa Casa” – da Nós – Associação de Pais e Técnicos para a Integração do Deficiente na Moita, insere-se no pacote de medidas de simplificação da reabilitação urbana, que será aprovado “a muito breve trecho” em Conselho de Ministros.
Mais de metade dos portugueses teme erros médicos
Por Margarida Gomes, in Público on-line
Um estudo realizado pela Deco entre Janeiro e Abril deste ano sobre a percepção de erros e negligência médica refere que um quinto dos portugueses já foi vítima de um erro médico relevante e entre estes, 58% apresentaram queixa em tribunal. Mais de metade teme ter este problema.
É em relação aos hospitais públicas que estes receios mais se avolumam: 35 por cento considera que são estes os locais mais susceptíveis a erro ou negligência. De seguida aparecem os lares de idosos com 20% dos portugueses a dizer que é onda há mais probabilidade de se ser vítima de erro. Os hospitais privados também não escapam, sendo susceptíveis a falhas médicas para 19% dos inquiridos.
Realizado pela Associação Portuguesa para Defesa do Consumidor (Deco), o inquérito sobre a percepção de erros na área da saúde envolveu um total de 1575 portugueses e destes 319 descreveram problemas de saúde sérios e prolongados no tempo. Para além de saber a opinião dos portugueses sobre o risco de falhas na saúde, a Deco pretendeu também saber se, na perspectiva dos inquiridos, já tinham sido vítimas de um procedimento incorrecto e, em caso afirmativo, que medidas tomaram para reparar a situação.
De acordo com o estudo, “mais de 60% dos inquiridos revelaram uma séria preocupação face à hipótese de serem vítimas de má prática, sobretudo em hospitais públicos”. O estudo adianta, por outro lado, que “cerca de um quinto considera que o próprio ou familiar foi vítima de um erro relevante, pelos menos, uma vez nos últimos dez anos. Mas destes só 58% apresentarem queixa. Os que se abstiveram argumentam, sobretudo, que não vale a pena pois o doente fica sempre a perder”.
Os erros de negligência têm origem em diversos factores, incluindo “a pouca experiência, o elevado volume de trabalho e o reduzido número de horas de sono de médicos e de enfermeiro”. Questionados sobre as razões que levam médicos e enfermeiros a cometer falhas, os participantes no inquérito destacaram “o pouco cuidado com os doentes (64%), o cansaço (62%), a falta de preparação dos profissionais (56%) e os erros no diagnóstico (55%).
Para fazer face a este tipo de situações, a Deco exige que seja obrigatório para os profissionais de saúde um seguro de responsabilidade civil, com indemnizações adequadas à realidade portuguesa”. Por outro lado, a Deco aponta um regime de responsabilidade objectiva inerente à actividade médica que poderia diminuir o recurso aos tribunais e/ou acelerar as decisões. Face a um dano, o doente seria compensado através do seguro, sem ter de demonstrar a culpa dos profissionais”.
Este estudo feito em conjunto com as congéneres da Deco na Bélgica, Espanha e Italía,envolveu mais de 4600 pessoas (1575 das quais são protuguesas, está disponível da edição de Novembro na revista Teste Saúde de Novembro, a partir de hoje.
Um estudo realizado pela Deco entre Janeiro e Abril deste ano sobre a percepção de erros e negligência médica refere que um quinto dos portugueses já foi vítima de um erro médico relevante e entre estes, 58% apresentaram queixa em tribunal. Mais de metade teme ter este problema.
É em relação aos hospitais públicas que estes receios mais se avolumam: 35 por cento considera que são estes os locais mais susceptíveis a erro ou negligência. De seguida aparecem os lares de idosos com 20% dos portugueses a dizer que é onda há mais probabilidade de se ser vítima de erro. Os hospitais privados também não escapam, sendo susceptíveis a falhas médicas para 19% dos inquiridos.
Realizado pela Associação Portuguesa para Defesa do Consumidor (Deco), o inquérito sobre a percepção de erros na área da saúde envolveu um total de 1575 portugueses e destes 319 descreveram problemas de saúde sérios e prolongados no tempo. Para além de saber a opinião dos portugueses sobre o risco de falhas na saúde, a Deco pretendeu também saber se, na perspectiva dos inquiridos, já tinham sido vítimas de um procedimento incorrecto e, em caso afirmativo, que medidas tomaram para reparar a situação.
De acordo com o estudo, “mais de 60% dos inquiridos revelaram uma séria preocupação face à hipótese de serem vítimas de má prática, sobretudo em hospitais públicos”. O estudo adianta, por outro lado, que “cerca de um quinto considera que o próprio ou familiar foi vítima de um erro relevante, pelos menos, uma vez nos últimos dez anos. Mas destes só 58% apresentarem queixa. Os que se abstiveram argumentam, sobretudo, que não vale a pena pois o doente fica sempre a perder”.
Os erros de negligência têm origem em diversos factores, incluindo “a pouca experiência, o elevado volume de trabalho e o reduzido número de horas de sono de médicos e de enfermeiro”. Questionados sobre as razões que levam médicos e enfermeiros a cometer falhas, os participantes no inquérito destacaram “o pouco cuidado com os doentes (64%), o cansaço (62%), a falta de preparação dos profissionais (56%) e os erros no diagnóstico (55%).
Para fazer face a este tipo de situações, a Deco exige que seja obrigatório para os profissionais de saúde um seguro de responsabilidade civil, com indemnizações adequadas à realidade portuguesa”. Por outro lado, a Deco aponta um regime de responsabilidade objectiva inerente à actividade médica que poderia diminuir o recurso aos tribunais e/ou acelerar as decisões. Face a um dano, o doente seria compensado através do seguro, sem ter de demonstrar a culpa dos profissionais”.
Este estudo feito em conjunto com as congéneres da Deco na Bélgica, Espanha e Italía,envolveu mais de 4600 pessoas (1575 das quais são protuguesas, está disponível da edição de Novembro na revista Teste Saúde de Novembro, a partir de hoje.
Quase 35% dos portugueses consideram que Ministério da Saúde faz “má gestão”
in Público on-line
Mais de um terço dos portugueses inquiridos num estudo considera que o Ministério da Saúde (MS) faz “uma má gestão dos dinheiros públicos”, enquanto 20% aceita a ideia de um Serviço Nacional de Saúde (SNS) pago e não universal.
O barómetro “Os Portugueses e a Saúde”, cujos resultados são divulgados hoje em Lisboa, refere que, face aos resultados do último semestre de 2010, os portugueses permanecem “muito críticos relativamente à gestão que o MS faz dos dinheiros públicos”, com 34,7% a apontar mesmo uma “má gestão”.
Por outro lado, indica, existe “uma franja significativa da população portuguesa (cerca de 20%) que aceita a ideia de um SNS pago e não universal” e 38,6% tem a noção que, num futuro próximo, o Estado não poderá continuar a garantir a todos os cidadãos o acesso a novos medicamentos.
A maioria dos inquiridos (54,9%) defende que cada português deverá pagar os medicamentos novos de acordo com os seus rendimentos, como forma de o Estado continuar a poder garantir o acesso a novos fármacos, enquanto 20,8% sugerem a redistribuição de verbas do Orçamento do Estado, canalizando mais verbas para a saúde.
Dos diversos sectores avaliados, a saúde é aquele em que os portugueses consideram que deveria existir maior investimento, com 91,2% a defender esta medida. “A maioria dos portugueses considera que deve gastar-se mais em saúde e aumentar o orçamento alocado ao sector, mas isto é exactamente o contrário das actuais intenções do Ministério da Saúde”, afirmou Paulo Moreira, da Escola Nacional de Saúde Pública, que irá apresentar os resultados do estudo.
Para 72,7% dos inquiridos, os médicos continuam a ser a sua principal fonte de informação sobre a saúde. “O facto de os portugueses manterem o médico como a sua maior fonte de informação levanta algumas questões, nomeadamente se o médico proporciona o contexto de educação em saúde nos encontros que tem com os cidadãos. Se assim não for então temos uma generalidade em que os cidadãos têm poucas alternativas de melhoraram o seu conhecimento sobre saúde”, salienta Paulo Moreira.
A Internet já é utilizada por perto de 30% dos portugueses, que utilizam esta ferramenta para procurar informações relacionadas com a sintomatologia de uma doença. É a população mais jovem, activa, com níveis de instrução mais elevados e residente na região de Lisboa e Vale do Tejo e Sul que recorre, de forma mais frequente à internet.
O barómetro analisou também a relação dos portugueses com a indústria farmacêutica e concluiu que 55% projectam “conotações negativas relativamente ao papel dos laboratórios”. Apesar dessa “imagem pouco favorável, a realidade é que os portugueses parecem reconhecer aos laboratórios farmacêuticos uma importância central em diversas questões chave do sector da saúde”.
O estudo, que decorreu em Julho, envolveu a população portuguesa com mais de 18 anos, residente no Continente, tendo sido a amostra de 645 questionários, que foram realizados telefonicamente. O intervalo de confiança é de 95% para uma margem de erro de cerca de 4,0%.
Mais de um terço dos portugueses inquiridos num estudo considera que o Ministério da Saúde (MS) faz “uma má gestão dos dinheiros públicos”, enquanto 20% aceita a ideia de um Serviço Nacional de Saúde (SNS) pago e não universal.
O barómetro “Os Portugueses e a Saúde”, cujos resultados são divulgados hoje em Lisboa, refere que, face aos resultados do último semestre de 2010, os portugueses permanecem “muito críticos relativamente à gestão que o MS faz dos dinheiros públicos”, com 34,7% a apontar mesmo uma “má gestão”.
Por outro lado, indica, existe “uma franja significativa da população portuguesa (cerca de 20%) que aceita a ideia de um SNS pago e não universal” e 38,6% tem a noção que, num futuro próximo, o Estado não poderá continuar a garantir a todos os cidadãos o acesso a novos medicamentos.
A maioria dos inquiridos (54,9%) defende que cada português deverá pagar os medicamentos novos de acordo com os seus rendimentos, como forma de o Estado continuar a poder garantir o acesso a novos fármacos, enquanto 20,8% sugerem a redistribuição de verbas do Orçamento do Estado, canalizando mais verbas para a saúde.
Dos diversos sectores avaliados, a saúde é aquele em que os portugueses consideram que deveria existir maior investimento, com 91,2% a defender esta medida. “A maioria dos portugueses considera que deve gastar-se mais em saúde e aumentar o orçamento alocado ao sector, mas isto é exactamente o contrário das actuais intenções do Ministério da Saúde”, afirmou Paulo Moreira, da Escola Nacional de Saúde Pública, que irá apresentar os resultados do estudo.
Para 72,7% dos inquiridos, os médicos continuam a ser a sua principal fonte de informação sobre a saúde. “O facto de os portugueses manterem o médico como a sua maior fonte de informação levanta algumas questões, nomeadamente se o médico proporciona o contexto de educação em saúde nos encontros que tem com os cidadãos. Se assim não for então temos uma generalidade em que os cidadãos têm poucas alternativas de melhoraram o seu conhecimento sobre saúde”, salienta Paulo Moreira.
A Internet já é utilizada por perto de 30% dos portugueses, que utilizam esta ferramenta para procurar informações relacionadas com a sintomatologia de uma doença. É a população mais jovem, activa, com níveis de instrução mais elevados e residente na região de Lisboa e Vale do Tejo e Sul que recorre, de forma mais frequente à internet.
O barómetro analisou também a relação dos portugueses com a indústria farmacêutica e concluiu que 55% projectam “conotações negativas relativamente ao papel dos laboratórios”. Apesar dessa “imagem pouco favorável, a realidade é que os portugueses parecem reconhecer aos laboratórios farmacêuticos uma importância central em diversas questões chave do sector da saúde”.
O estudo, que decorreu em Julho, envolveu a população portuguesa com mais de 18 anos, residente no Continente, tendo sido a amostra de 645 questionários, que foram realizados telefonicamente. O intervalo de confiança é de 95% para uma margem de erro de cerca de 4,0%.
OMS lista Portugal como um dos 80 países que não cumprem qualidade do ar
Por Helena Geraldes, in Público on-line
Portugal é um dos 80 países que ultrapassam os valores de referência para um dos principais poluentes atmosféricos, as partículas em suspensão, de uma lista com 91 países e 1100 cidades, divulgada ontem pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em 2008, ano dos dados apresentados no relatório, Portugal registou uma média anual de 28 microgramas por metro cúbico de PM10 (partículas em suspensão com diâmetro menor do que dez milésimos de milímetro); o valor de referência é de 20 microgramas por metro cúbico. Apenas onze países cumpriram este valor, nomeadamente a Estónia, Butão, Canadá e Finlândia. Espanha registou 29 microgramas por metro cúbico de PM10.
Se descermos ao nível das cidades, nenhuma das cinco autarquias portuguesas referidas cumpriu os limites aconselhados pela OMS. Lisboa registou 30 microgramas por metro cúbico e a seguir surge Braga (28), Funchal (27), Maia (26) e Matosinhos (23).
Em relação a outras partículas mais pequenas, as PM2,5 (partículas em suspensão com diâmetro menor do que dois milésimos de milímetro e meio), a lista da OMS lista apenas 37 países. Portugal registou uma média anual de 10,8 microgramas por metro cúbico, quando a OMS aconselha a que não se ultrapasse os 10. Apenas seis países não chegam a essa valor de referência, como o Canadá, Austrália, Noruega e Finlândia.
As cidades portuguesas referidas para este poluente são Lisboa (com 11,9 microgramas por metro cúbico), Funchal (9) e Maia (7,8).
Quando em excesso, estes poluentes - emitidos por exemplo pela queima da madeira, consumo de derivados do petróleo e tráfego automóvel - são prejudiciais à saúde, especialmente ao sistema respiratório.
Segundo a OMS, todos os anos morrem mais de dois milhões de pessoas por causa de doenças relacionadas com a poluição do ar. “As partículas PM10 podem penetrar nos pulmões e chegar à corrente sanguínea, causando cancro no pulmão, asma e infecções agudas nas vias respiratórias”, escreve a OMS em comunicado. A organização salienta que 1,1 milhões de mortes poderiam ter sido evitadas se as normas tivessem sido respeitadas.
Entre os casos mais graves está a Mongólia, que registou uma média anual de PM10 de 279 microgramas por metro cúbico, em 2008, e o Botswana 216 microgramas por metro cúbico, em 2005. A cidade de Ahwaz, no Irão, foi a aquela que registou o valor médio anual mais elevado (372 microgramas por metro cúbico), em 2009.
“Se gerirmos de forma adequada o meio poderemos reduzir consideravelmente o número de pessoas com doenças respiratórias e cardíacas ou com cancro no pulmão”, comentou María Neira, directora de Saúde Pública e Ambiente na OMS. “Em todo o mundo, o ar nas cidades chega a registar uma alta densidade de gases do escape dos automóveis, fumo de fábricas e fuligem das centrais eléctricas que queimam carvão”, alertou ainda.
Portugal é um dos 80 países que ultrapassam os valores de referência para um dos principais poluentes atmosféricos, as partículas em suspensão, de uma lista com 91 países e 1100 cidades, divulgada ontem pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em 2008, ano dos dados apresentados no relatório, Portugal registou uma média anual de 28 microgramas por metro cúbico de PM10 (partículas em suspensão com diâmetro menor do que dez milésimos de milímetro); o valor de referência é de 20 microgramas por metro cúbico. Apenas onze países cumpriram este valor, nomeadamente a Estónia, Butão, Canadá e Finlândia. Espanha registou 29 microgramas por metro cúbico de PM10.
Se descermos ao nível das cidades, nenhuma das cinco autarquias portuguesas referidas cumpriu os limites aconselhados pela OMS. Lisboa registou 30 microgramas por metro cúbico e a seguir surge Braga (28), Funchal (27), Maia (26) e Matosinhos (23).
Em relação a outras partículas mais pequenas, as PM2,5 (partículas em suspensão com diâmetro menor do que dois milésimos de milímetro e meio), a lista da OMS lista apenas 37 países. Portugal registou uma média anual de 10,8 microgramas por metro cúbico, quando a OMS aconselha a que não se ultrapasse os 10. Apenas seis países não chegam a essa valor de referência, como o Canadá, Austrália, Noruega e Finlândia.
As cidades portuguesas referidas para este poluente são Lisboa (com 11,9 microgramas por metro cúbico), Funchal (9) e Maia (7,8).
Quando em excesso, estes poluentes - emitidos por exemplo pela queima da madeira, consumo de derivados do petróleo e tráfego automóvel - são prejudiciais à saúde, especialmente ao sistema respiratório.
Segundo a OMS, todos os anos morrem mais de dois milhões de pessoas por causa de doenças relacionadas com a poluição do ar. “As partículas PM10 podem penetrar nos pulmões e chegar à corrente sanguínea, causando cancro no pulmão, asma e infecções agudas nas vias respiratórias”, escreve a OMS em comunicado. A organização salienta que 1,1 milhões de mortes poderiam ter sido evitadas se as normas tivessem sido respeitadas.
Entre os casos mais graves está a Mongólia, que registou uma média anual de PM10 de 279 microgramas por metro cúbico, em 2008, e o Botswana 216 microgramas por metro cúbico, em 2005. A cidade de Ahwaz, no Irão, foi a aquela que registou o valor médio anual mais elevado (372 microgramas por metro cúbico), em 2009.
“Se gerirmos de forma adequada o meio poderemos reduzir consideravelmente o número de pessoas com doenças respiratórias e cardíacas ou com cancro no pulmão”, comentou María Neira, directora de Saúde Pública e Ambiente na OMS. “Em todo o mundo, o ar nas cidades chega a registar uma alta densidade de gases do escape dos automóveis, fumo de fábricas e fuligem das centrais eléctricas que queimam carvão”, alertou ainda.
Criminalidade grave e violenta está a alastrar aos distritos do interior do país
Por José Bento Amaro, in Público on-line
É nos distritos de Lisboa, Porto, Setúbal e Faro que ocorrem 80% dos crimes violentos e graves registados no país. Os dados policiais referem que no primeiro semestre deste ano a situação, no que se refere a este tipo de criminalidade, agravou-se em Setúbal (mais 7,2%), mas também em regiões tradicionalmente mais tranquilas, como Vila Real, Portalegre e Bragança. No cômputo do país a tendência é para a diminuição ligeira da criminalidade violenta.
O facto de a violência estar a alastrar a distritos por norma pacatos ou sem grande expressão no mapa geral da criminalidade é explicado, de acordo com observadores policiais contactados pelo PÚBLICO, com "a tendência, normal, de deslocamento de algumas pessoas [criminosos] para áreas onde pensam estar menos expostos à acção da polícia".
O isolamento das populações, por norma envelhecidas, também potencia o alastramento da criminalidade (grave ou não) para zonas interiores. "Muitas pessoas que vivem na província tornam-se alvos fáceis, seja de ladrões que surgem durante a noite, seja de burlões ou de passadores de moeda falsa. Os criminosos estão a beneficiar do encerramento de muitos postos da GNR e esquadras da polícia", explicou um oficial da PSP.
As zonas raianas são, por outro lado, propícias a outro tipo de crimes potencialmente violentos. É nessas áreas que se verificam, todos os anos, os maiores roubos de explosivos em pedreiras e onde se detectam igualmente inúmeras ocorrências resultantes de tiroteios. "O uso de armas em determinadas zonas, sobretudo em Trás-os-Montes ou na Beira Alta, é quase uma situação cultural. Toda a gente, sobretudo os mais velhos, têm armas [sobretudo caçadeiras]. Isto explica-se pela necessidade de defesa, uma vez que muitas destas pessoas estão muito tempo isoladas, mas também funciona um pouco como um princípio de afirmação - a posse de uma arma pode ser vista como um sinal de poder", refere a mesma fonte, lembrando casos recentes em que até um padre foi encontrado na posse de diverso armamento ilegal.
Em regiões como, por exemplo, a da Guarda é comum o crime de rapto de pessoas. As vítimas são quase sempre indigentes que acabam por ser enganados e levados para explorações agrícolas em Espanha, onde são escravizadas, sofrendo maus tratos físicos e psicológicos, para além de não receberem nada pelo trabalho prestado.
Dentro da criminalidade violenta e grave a mais participada foi o roubo por esticão (que os polícias dizem ser forte causador de sentimentos de insegurança), com 3574 casos. Seguem-se os incêndios florestais (1807 ocorrências participadas) e as burlas informáticas e nas comunicações.
Relativamente aos crimes em que se verificaram diminuições, assumem destaque os homicídios voluntários consumados (apenas 48, contra 66 no primeiro semestre do ano passado), e os casos de violência doméstica contra cônjuge ou análogos, os quais ascenderam a 12.189 participações no primeiro semestre de 2010 e 11.686 no mesmo período deste ano.
As estatísticas e a análise policial dão ainda especial ênfase aos crimes de furto, apontados como os mais praticados em todo o país. Em relação aos furtos em residências (com arrombamentos, escalamentos e utilização de chaves falsas) há a registar um aumento de 13,3%, com um total de 14.348 denúncias.
É nos distritos de Lisboa, Porto, Setúbal e Faro que ocorrem 80% dos crimes violentos e graves registados no país. Os dados policiais referem que no primeiro semestre deste ano a situação, no que se refere a este tipo de criminalidade, agravou-se em Setúbal (mais 7,2%), mas também em regiões tradicionalmente mais tranquilas, como Vila Real, Portalegre e Bragança. No cômputo do país a tendência é para a diminuição ligeira da criminalidade violenta.
O facto de a violência estar a alastrar a distritos por norma pacatos ou sem grande expressão no mapa geral da criminalidade é explicado, de acordo com observadores policiais contactados pelo PÚBLICO, com "a tendência, normal, de deslocamento de algumas pessoas [criminosos] para áreas onde pensam estar menos expostos à acção da polícia".
O isolamento das populações, por norma envelhecidas, também potencia o alastramento da criminalidade (grave ou não) para zonas interiores. "Muitas pessoas que vivem na província tornam-se alvos fáceis, seja de ladrões que surgem durante a noite, seja de burlões ou de passadores de moeda falsa. Os criminosos estão a beneficiar do encerramento de muitos postos da GNR e esquadras da polícia", explicou um oficial da PSP.
As zonas raianas são, por outro lado, propícias a outro tipo de crimes potencialmente violentos. É nessas áreas que se verificam, todos os anos, os maiores roubos de explosivos em pedreiras e onde se detectam igualmente inúmeras ocorrências resultantes de tiroteios. "O uso de armas em determinadas zonas, sobretudo em Trás-os-Montes ou na Beira Alta, é quase uma situação cultural. Toda a gente, sobretudo os mais velhos, têm armas [sobretudo caçadeiras]. Isto explica-se pela necessidade de defesa, uma vez que muitas destas pessoas estão muito tempo isoladas, mas também funciona um pouco como um princípio de afirmação - a posse de uma arma pode ser vista como um sinal de poder", refere a mesma fonte, lembrando casos recentes em que até um padre foi encontrado na posse de diverso armamento ilegal.
Em regiões como, por exemplo, a da Guarda é comum o crime de rapto de pessoas. As vítimas são quase sempre indigentes que acabam por ser enganados e levados para explorações agrícolas em Espanha, onde são escravizadas, sofrendo maus tratos físicos e psicológicos, para além de não receberem nada pelo trabalho prestado.
Dentro da criminalidade violenta e grave a mais participada foi o roubo por esticão (que os polícias dizem ser forte causador de sentimentos de insegurança), com 3574 casos. Seguem-se os incêndios florestais (1807 ocorrências participadas) e as burlas informáticas e nas comunicações.
Relativamente aos crimes em que se verificaram diminuições, assumem destaque os homicídios voluntários consumados (apenas 48, contra 66 no primeiro semestre do ano passado), e os casos de violência doméstica contra cônjuge ou análogos, os quais ascenderam a 12.189 participações no primeiro semestre de 2010 e 11.686 no mesmo período deste ano.
As estatísticas e a análise policial dão ainda especial ênfase aos crimes de furto, apontados como os mais praticados em todo o país. Em relação aos furtos em residências (com arrombamentos, escalamentos e utilização de chaves falsas) há a registar um aumento de 13,3%, com um total de 14.348 denúncias.
Coimbra: Instituições locais criam Plataforma ODM na Cidade para combater pobreza
in Cnotícias.net
Dezenas de instituições criaram hoje a Plataforma ODM na Cidade – Coimbra Unida contra a Pobreza, que visa informar e sensibilizar a sociedade local sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).
As cerca de 40 entidades envolvidas no projeto celebraram esta tarde, na Casa Municipal da Cultura de Coimbra, um protocolo nesse sentido, assumindo como principal objetivo “a redução da pobreza e da fome em 50 por cento” na cidade até 2015.
Intervieram na apresentação o presidente da Câmara de Coimbra, João Paulo Barbosa de Melo, e os presidentes das entidades que constituem o secretariado executivo da Plataforma, Atlas, Saúde em Português e Secção de Defesa dos Direitos Humanos da Associação Académica de Coimbra (AAC), Maria do Rosário Almeida e Sousa, Hernâni Pombas Caniço e Igor Pereira, respetivamente.
A constituição desta rede local teve em conta “o êxito do trabalho em rede realizado na cidade de Coimbra, em outubro 2010, no sentido da divulgação e da sensibilização sobre os problemas do desenvolvimento humano, sob a égide da Plataforma ODM na Cidade”.
O protocolo de constituição de parceria hoje assinado visa uma ação conjunta “na continuidade do trabalho desenvolvido anteriormente”, reforçando o número de participantes.
João Paulo Barbosa de Melo defendeu “uma Coimbra mais solidária, mais voluntária, animada e sem medo”, envolvida nos objetivos da Plataforma ODM na Cidade – Coimbra Unida contra a Pobreza.
“Uma Coimbra de gente virada para o serviço aos outros”, que tire partido do facto de ser “uma cidade jovem, cheia de universitários”, acrescentou o presidente da Câmara.
Pombas Caniço, em nome da Saúde em Português, fez votos para que “a cidade dos doutores seja promotora de vida”.
Depois da experiência de 2010, “é preciso que tenhamos a noção de que o todo deve influenciar as partes e que as partes não devem dominar o todo”, adiantou.
Para Maria do Rosário Almeida e Sousa, “a sociedade civil pode, quando quer, ter um grande poder” e “alargar horizontes na luta contra a pobreza”.
A Plataforma apresentou hoje o programa das atividades a realizar em outubro, que incluem angariação de fundos, ações de informação e sensibilização, além de iniciativas de caráter cultural, cívico e desportivo.
Dezenas de instituições criaram hoje a Plataforma ODM na Cidade – Coimbra Unida contra a Pobreza, que visa informar e sensibilizar a sociedade local sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).
As cerca de 40 entidades envolvidas no projeto celebraram esta tarde, na Casa Municipal da Cultura de Coimbra, um protocolo nesse sentido, assumindo como principal objetivo “a redução da pobreza e da fome em 50 por cento” na cidade até 2015.
Intervieram na apresentação o presidente da Câmara de Coimbra, João Paulo Barbosa de Melo, e os presidentes das entidades que constituem o secretariado executivo da Plataforma, Atlas, Saúde em Português e Secção de Defesa dos Direitos Humanos da Associação Académica de Coimbra (AAC), Maria do Rosário Almeida e Sousa, Hernâni Pombas Caniço e Igor Pereira, respetivamente.
A constituição desta rede local teve em conta “o êxito do trabalho em rede realizado na cidade de Coimbra, em outubro 2010, no sentido da divulgação e da sensibilização sobre os problemas do desenvolvimento humano, sob a égide da Plataforma ODM na Cidade”.
O protocolo de constituição de parceria hoje assinado visa uma ação conjunta “na continuidade do trabalho desenvolvido anteriormente”, reforçando o número de participantes.
João Paulo Barbosa de Melo defendeu “uma Coimbra mais solidária, mais voluntária, animada e sem medo”, envolvida nos objetivos da Plataforma ODM na Cidade – Coimbra Unida contra a Pobreza.
“Uma Coimbra de gente virada para o serviço aos outros”, que tire partido do facto de ser “uma cidade jovem, cheia de universitários”, acrescentou o presidente da Câmara.
Pombas Caniço, em nome da Saúde em Português, fez votos para que “a cidade dos doutores seja promotora de vida”.
Depois da experiência de 2010, “é preciso que tenhamos a noção de que o todo deve influenciar as partes e que as partes não devem dominar o todo”, adiantou.
Para Maria do Rosário Almeida e Sousa, “a sociedade civil pode, quando quer, ter um grande poder” e “alargar horizontes na luta contra a pobreza”.
A Plataforma apresentou hoje o programa das atividades a realizar em outubro, que incluem angariação de fundos, ações de informação e sensibilização, além de iniciativas de caráter cultural, cívico e desportivo.
Sousel: Táxi social para idosos
in Correio da Manhã
A criação de serviços de reparações ao domicílio e de um táxi social, destinados à população idosa ou em situação de exclusão social, é o objectivo de um projecto que vai ser desenvolvido no concelho de Sousel.
A iniciativa pretende "prestar ambos os serviços à população a preço de custo ou até mesmo de forma gratuita", tentando, desta forma, "acrescentar qualidade de vida aos mais carenciados", possível através de um protocolo de cooperação celebrado entre o município e a Associação Recreativa e Cultural de Sousel.
A intenção deste protocolo é a de criar um projecto de investimento, denominado Serviços Integrados de Transporte e Apoio Social (SITAS), cuja candidatura foi submetida ao subprograma 3 do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER).
A criação de serviços de reparações ao domicílio e de um táxi social, destinados à população idosa ou em situação de exclusão social, é o objectivo de um projecto que vai ser desenvolvido no concelho de Sousel.
A iniciativa pretende "prestar ambos os serviços à população a preço de custo ou até mesmo de forma gratuita", tentando, desta forma, "acrescentar qualidade de vida aos mais carenciados", possível através de um protocolo de cooperação celebrado entre o município e a Associação Recreativa e Cultural de Sousel.
A intenção deste protocolo é a de criar um projecto de investimento, denominado Serviços Integrados de Transporte e Apoio Social (SITAS), cuja candidatura foi submetida ao subprograma 3 do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER).
«A Igreja que somos está grandemente dependente do voluntariado»
Texto Lucília Oliveira, in Fátima Missionária
6 por cento do apoio a crianças, jovens, idosos, deficientes, na área da saúde, educação, acção social é feito por instituições de voluntariado», afirmou o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade(CNIS), na abertura das Jornadas missionárias, em Fátima. 41 por cento destas instituições são da Igreja , mas «há mais, criadas em paróquias, movidas pelo espírito cristão e até da própria Igreja», acrescentou o padre Lino Maia.
Aos 200 participantes desta edição das Jornadas missionárias, sob o tema «voluntariado e missão», o responsável defendeu que, a par dos voluntários que gerem as instituições, «necessitados de voluntários, especialmente nas instituições com idosos». Lino Maia desafiou os jovens a prestar este apoio «porque os (idosos) ajudam a viver», assinalando que «as instituições não podem ser depósitos, de espera para a morte».
Em tempo de crise, o presidente da CNIS defendeu que «não podemos estar à espera que o Estado faça tudo» e apontou dois exemplos de trabalho voluntário; tendo um dos projectos nascido já em tempo de crise, para apoiar quem mais precisa. «Quando há voluntariado, há um contributo muito forte para a diminuição da pobreza» e «infelizmente, em Portugal, está a aumentar».
Actualmente há, segundo os números oficiais, 20 por cento de pobres, mas o número «seria maior se não houvesse alguns benefícios sociais», realça o sacerdote, para quem esse número dispararia para o dobro, 40 por cento. O Programa de Emergência Social (PES), apresentado recentemente pelo governo, com medidas para apoiar quem mais precisa, «não é um programa de erradicação da pobreza, e é importante que nós nos empenhemos na erradicação da pobreza», considerou.
O momento difícil que o país atravessa deve servir para «consciencialização de todos nós porque não é consumindo tanto que nós respeitamos as pessoas». O também director do Secretariado Diocesano da Pastoral Social e Caritativa do Porto sublinha que depois desta crise não vai ser possível voltar a ter o mesmo tipo de condições e de vida de há cinco anos atrás.
Ao mesmo tempo, Lino Maia lembrou que «caridade não é dar coisinhas», é «um bem se dermos o que nos é útil. O que não presta para nós, também não presta para os outros». E assinala que «quando depreciativamente se condena a caridade, devemos reconhecer que ela prevalece para além deste tempo aqui».
O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade defendeu ainda a introdução de uma disciplina nas escolas, dedicada à promoção do voluntariado. «É fundamental que os jovens se dediquem ao voluntariado», disse. O responsável gostaria, também, que a prática do voluntariado fosse expressa no curriculum vitae, quando as pessoas concorrem a um emprego, mesmo noutra área. Algo que já acontece noutros países, onde também há uma disciplina de promoção do voluntariado.
6 por cento do apoio a crianças, jovens, idosos, deficientes, na área da saúde, educação, acção social é feito por instituições de voluntariado», afirmou o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade(CNIS), na abertura das Jornadas missionárias, em Fátima. 41 por cento destas instituições são da Igreja , mas «há mais, criadas em paróquias, movidas pelo espírito cristão e até da própria Igreja», acrescentou o padre Lino Maia.
Aos 200 participantes desta edição das Jornadas missionárias, sob o tema «voluntariado e missão», o responsável defendeu que, a par dos voluntários que gerem as instituições, «necessitados de voluntários, especialmente nas instituições com idosos». Lino Maia desafiou os jovens a prestar este apoio «porque os (idosos) ajudam a viver», assinalando que «as instituições não podem ser depósitos, de espera para a morte».
Em tempo de crise, o presidente da CNIS defendeu que «não podemos estar à espera que o Estado faça tudo» e apontou dois exemplos de trabalho voluntário; tendo um dos projectos nascido já em tempo de crise, para apoiar quem mais precisa. «Quando há voluntariado, há um contributo muito forte para a diminuição da pobreza» e «infelizmente, em Portugal, está a aumentar».
Actualmente há, segundo os números oficiais, 20 por cento de pobres, mas o número «seria maior se não houvesse alguns benefícios sociais», realça o sacerdote, para quem esse número dispararia para o dobro, 40 por cento. O Programa de Emergência Social (PES), apresentado recentemente pelo governo, com medidas para apoiar quem mais precisa, «não é um programa de erradicação da pobreza, e é importante que nós nos empenhemos na erradicação da pobreza», considerou.
O momento difícil que o país atravessa deve servir para «consciencialização de todos nós porque não é consumindo tanto que nós respeitamos as pessoas». O também director do Secretariado Diocesano da Pastoral Social e Caritativa do Porto sublinha que depois desta crise não vai ser possível voltar a ter o mesmo tipo de condições e de vida de há cinco anos atrás.
Ao mesmo tempo, Lino Maia lembrou que «caridade não é dar coisinhas», é «um bem se dermos o que nos é útil. O que não presta para nós, também não presta para os outros». E assinala que «quando depreciativamente se condena a caridade, devemos reconhecer que ela prevalece para além deste tempo aqui».
O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade defendeu ainda a introdução de uma disciplina nas escolas, dedicada à promoção do voluntariado. «É fundamental que os jovens se dediquem ao voluntariado», disse. O responsável gostaria, também, que a prática do voluntariado fosse expressa no curriculum vitae, quando as pessoas concorrem a um emprego, mesmo noutra área. Algo que já acontece noutros países, onde também há uma disciplina de promoção do voluntariado.
A pedalar para salvar a comida do lixo e matar a fome envergonhada
Por Marisa Soares, in Jornal Público
O criador do projecto Re-Food, o norte-americano Hunter Halder
(Foto: Filipe Arruda)
O projecto Re-Food nasceu numa das zonas nobres de Lisboa, onde a carência alimentar se esconde atrás das aparências. Cerca de 50 voluntários estão a lutar contra o desperdício e querem chegar a toda a cidade.
No "centro de operações" chamam-lhe Maria Clandestina. É como um código. O seu nome verdadeiro está escrito no post-it amarelo colado ao saco cheio de embalagens com comida. São quase 21h. Hunter Halder pega no saco e vai a pé até ao prédio onde ela mora. Já lá está o alguidar, com o saco de embalagens vazias, do dia anterior. A troca dos sacos é feita discretamente, num local escondido, em poucos segundos. A mulher, com os seus 80 anos, vai buscar a "encomenda" mais tarde. O ritual, que parece uma operação secreta, repete-se todas as noites.
A cena até poderia passar-se num bairro pobre de Lisboa, mas não. Maria Clandestina mora na freguesia de Nossa Senhora de Fátima, nas Avenidas Novas, uma das zonas nobres da capital. O salário que recebe como porteira não chega para pôr o jantar na mesa todos os dias, mas a vergonha da pobreza é quase maior do que a fome. "Disse-me que precisava de ajuda, mas não queria que os vizinhos soubessem. Preferia morrer", conta Hunter.
"Aqui há muita fome envergonhada", lamenta o consultor norte-americano de 60 anos, a viver há 20 em Lisboa. Inspirado pela campanha do piloto António Costa Pereira, que há um ano lançou uma petição contra o desperdício alimentar, Hunter pôs mãos à obra e montou, com a ajuda do filho Christopher Halder, uma "operação de resgate de comida", assente em duas evidências: todos os restaurantes têm sobras, comida boa que normalmente vai para o lixo, e há cada vez mais pessoas carenciadas, a quem o desemprego bateu à porta ou cujo salário não chega para comer. "Só é preciso que alguém faça a ponte entre as duas realidades."
Desde Março que Hunter está a construir essa ponte, através da Re-Food 4 Good, a associação que criou para pôr no terreno o projecto Re-Food (diminutivo para rescuing good food, ou seja, salvar comida boa). Hoje, o projecto é "alimentado" por cerca de 50 voluntários. Todos trabalham por uma causa: combater o desperdício alimentar e matar a "fome urbana". Estão a fazê-lo, para já, numa zona piloto com sete quarteirões na freguesia de Nossa Senhora de Fátima, onde identificaram perto de 70 pessoas carenciadas. Em seis meses distribuíram - de bicicleta sempre que possível -mais de seis mil refeições doadas por 31 restaurantes, cafés, cafetarias e pastelarias daquela área.
O objectivo é alargar o projecto a outras zonas da cidade e transformar Lisboa na "primeira cidade sem desperdício alimentar". Os 21 mil euros que receberam do Prémio Voluntariado Jovem Montepio (eram 25 mil, mas distribuíram 1000 por cada um dos outros quatro finalistas), atribuído pela Fundação Montepio e a Lusitania - Companhia de Seguros, vão ajudar no plano de expansão.
Pesadelo da sopa entornada
José Viegas, de 54 anos, é quase sempre o primeiro voluntário a chegar à antiga loja que serve de sede ao Re-Food - antes ficava na cantina da Igreja de Nossa Senhora de Fátima e agora está temporariamente instalada na Av. Conde de Valbom. A porta abre pouco antes de começar a primeira recolha de comida nos estabelecimentos, das 19h às 20h, e só fecha lá para a meia-noite, depois da distribuição e de outra ronda pelos restaurantes, das 22h às 23h. José fica até ao fim, enérgico como se estivesse a começar o dia. Mas o trabalho dele começou cedo, ao almoço, no quiosque ao lado da igreja. "Faço comida para os sem-abrigo. Costumam ser uns 30, mas hoje apareceram 50. Só aqui na freguesia, há 100."
No pequeno espaço da sede as prateleiras estão repletas de sacos e embalagens de plástico, vazias ou cheias de sopa, bem tapadas. "Sopa entornada é o nosso pior pesadelo", diz Hunter, lembrando as vezes que entornou sopa na bicicleta que usa para fazer a recolha nos restaurantes mais afastados. A bicicleta é mesmo a imagem de marca do Re-Food. Tem um cesto forrado a plástico amarelo instalado à frente e outro atrás. No início, foi a pedalar que Hunter promoveu a ideia. "As pessoas ficavam curiosas ao ver um homem com um chapéu de palha na cabeça, a conduzir uma bicicleta com dois cestos cheios de sacos", conta, a rir. Alguns curiosos tornaram-se voluntários, como o senhor Lemos, de 74 anos, que empresta o carro para a distribuição nos bairros mais distantes.A recolha começa a pé. Hunter vai até ao primeiro restaurante. Entra pela porta dos fundos que vai dar à cozinha e logo uma das funcionárias, Maria de Jesus, pega nas caixas que já pôs de lado. Três embalagens de sopa, quatro com arroz, peixe e carne, salada. "Para nós é um alívio. Deitávamos muita coisa fora, porque a crise toca a todos e já tivemos mais freguesia", lamenta. O desabafo vai-se repetindo durante a recolha, à qual se junta Catarina, outra voluntária, de 16 anos. São precisas quatro mãos, há comida para levar em todos os estabelecimentos.
A tarefa seguinte é encher os sacos, verdadeiros cabazes alimentares adaptados a cada família, com sopa, prato principal, fruta e pão ou bolos. José já nem olha para a tabela onde estão escritas as preferências de cada "cliente". Sabe-as de cor. "A Ana Paula não gosta de bacalhau, fica com borbulhas na cara. Outra é diabética. Outra não quer fritos."
O carro do senhor Lemos, que arranca com a mala cheia por volta das 20h15, vai até ao Bairro de Santos. No caminho, o rádio debita o jogo entre o Manchester United e o Benfica, clube pelo qual torce Catarina. Não preferia estar a ver o jogo? "É mais importante levar comida a estas pessoas que não têm nada. Ainda não veio aqui, pois não? Já vai perceber." O carro pára ao pé da Escola Primária n.º 44, onde espera meia dúzia de mulheres com crianças pela mão. Aproximam-se, fazem fila, algumas queixam-se do jantar da véspera. "Vocês não têm culpa, mas é só para avisar", diz uma delas - cabelo apanhado, bem vestida, cigarro na mão - falando da sopa que chegou azeda. Fábio, o filho de Ana Paula, de sete anos, já jantou, mas ela não. Depois de uns minutos de conversa, vai para casa com o saco cheio e um "até amanhã".
São 21h. No Bairro do Rego está um casal de idosos que ainda não jantou. Os voluntários sobem ao primeiro andar do prédio sem luz nas escadas - os interruptores foram arrancados das paredes sujas. A mulher abre a porta e Hunter deixa o saco da comida na cozinha. A visita é rápida, ainda há mais uma paragem a fazer.
À espera está um casal com três crianças que antes bebiam água com açúcar ao jantar.
O criador do projecto Re-Food, o norte-americano Hunter Halder
(Foto: Filipe Arruda)
O projecto Re-Food nasceu numa das zonas nobres de Lisboa, onde a carência alimentar se esconde atrás das aparências. Cerca de 50 voluntários estão a lutar contra o desperdício e querem chegar a toda a cidade.
No "centro de operações" chamam-lhe Maria Clandestina. É como um código. O seu nome verdadeiro está escrito no post-it amarelo colado ao saco cheio de embalagens com comida. São quase 21h. Hunter Halder pega no saco e vai a pé até ao prédio onde ela mora. Já lá está o alguidar, com o saco de embalagens vazias, do dia anterior. A troca dos sacos é feita discretamente, num local escondido, em poucos segundos. A mulher, com os seus 80 anos, vai buscar a "encomenda" mais tarde. O ritual, que parece uma operação secreta, repete-se todas as noites.
A cena até poderia passar-se num bairro pobre de Lisboa, mas não. Maria Clandestina mora na freguesia de Nossa Senhora de Fátima, nas Avenidas Novas, uma das zonas nobres da capital. O salário que recebe como porteira não chega para pôr o jantar na mesa todos os dias, mas a vergonha da pobreza é quase maior do que a fome. "Disse-me que precisava de ajuda, mas não queria que os vizinhos soubessem. Preferia morrer", conta Hunter.
"Aqui há muita fome envergonhada", lamenta o consultor norte-americano de 60 anos, a viver há 20 em Lisboa. Inspirado pela campanha do piloto António Costa Pereira, que há um ano lançou uma petição contra o desperdício alimentar, Hunter pôs mãos à obra e montou, com a ajuda do filho Christopher Halder, uma "operação de resgate de comida", assente em duas evidências: todos os restaurantes têm sobras, comida boa que normalmente vai para o lixo, e há cada vez mais pessoas carenciadas, a quem o desemprego bateu à porta ou cujo salário não chega para comer. "Só é preciso que alguém faça a ponte entre as duas realidades."
Desde Março que Hunter está a construir essa ponte, através da Re-Food 4 Good, a associação que criou para pôr no terreno o projecto Re-Food (diminutivo para rescuing good food, ou seja, salvar comida boa). Hoje, o projecto é "alimentado" por cerca de 50 voluntários. Todos trabalham por uma causa: combater o desperdício alimentar e matar a "fome urbana". Estão a fazê-lo, para já, numa zona piloto com sete quarteirões na freguesia de Nossa Senhora de Fátima, onde identificaram perto de 70 pessoas carenciadas. Em seis meses distribuíram - de bicicleta sempre que possível -mais de seis mil refeições doadas por 31 restaurantes, cafés, cafetarias e pastelarias daquela área.
O objectivo é alargar o projecto a outras zonas da cidade e transformar Lisboa na "primeira cidade sem desperdício alimentar". Os 21 mil euros que receberam do Prémio Voluntariado Jovem Montepio (eram 25 mil, mas distribuíram 1000 por cada um dos outros quatro finalistas), atribuído pela Fundação Montepio e a Lusitania - Companhia de Seguros, vão ajudar no plano de expansão.
Pesadelo da sopa entornada
José Viegas, de 54 anos, é quase sempre o primeiro voluntário a chegar à antiga loja que serve de sede ao Re-Food - antes ficava na cantina da Igreja de Nossa Senhora de Fátima e agora está temporariamente instalada na Av. Conde de Valbom. A porta abre pouco antes de começar a primeira recolha de comida nos estabelecimentos, das 19h às 20h, e só fecha lá para a meia-noite, depois da distribuição e de outra ronda pelos restaurantes, das 22h às 23h. José fica até ao fim, enérgico como se estivesse a começar o dia. Mas o trabalho dele começou cedo, ao almoço, no quiosque ao lado da igreja. "Faço comida para os sem-abrigo. Costumam ser uns 30, mas hoje apareceram 50. Só aqui na freguesia, há 100."
No pequeno espaço da sede as prateleiras estão repletas de sacos e embalagens de plástico, vazias ou cheias de sopa, bem tapadas. "Sopa entornada é o nosso pior pesadelo", diz Hunter, lembrando as vezes que entornou sopa na bicicleta que usa para fazer a recolha nos restaurantes mais afastados. A bicicleta é mesmo a imagem de marca do Re-Food. Tem um cesto forrado a plástico amarelo instalado à frente e outro atrás. No início, foi a pedalar que Hunter promoveu a ideia. "As pessoas ficavam curiosas ao ver um homem com um chapéu de palha na cabeça, a conduzir uma bicicleta com dois cestos cheios de sacos", conta, a rir. Alguns curiosos tornaram-se voluntários, como o senhor Lemos, de 74 anos, que empresta o carro para a distribuição nos bairros mais distantes.A recolha começa a pé. Hunter vai até ao primeiro restaurante. Entra pela porta dos fundos que vai dar à cozinha e logo uma das funcionárias, Maria de Jesus, pega nas caixas que já pôs de lado. Três embalagens de sopa, quatro com arroz, peixe e carne, salada. "Para nós é um alívio. Deitávamos muita coisa fora, porque a crise toca a todos e já tivemos mais freguesia", lamenta. O desabafo vai-se repetindo durante a recolha, à qual se junta Catarina, outra voluntária, de 16 anos. São precisas quatro mãos, há comida para levar em todos os estabelecimentos.
A tarefa seguinte é encher os sacos, verdadeiros cabazes alimentares adaptados a cada família, com sopa, prato principal, fruta e pão ou bolos. José já nem olha para a tabela onde estão escritas as preferências de cada "cliente". Sabe-as de cor. "A Ana Paula não gosta de bacalhau, fica com borbulhas na cara. Outra é diabética. Outra não quer fritos."
O carro do senhor Lemos, que arranca com a mala cheia por volta das 20h15, vai até ao Bairro de Santos. No caminho, o rádio debita o jogo entre o Manchester United e o Benfica, clube pelo qual torce Catarina. Não preferia estar a ver o jogo? "É mais importante levar comida a estas pessoas que não têm nada. Ainda não veio aqui, pois não? Já vai perceber." O carro pára ao pé da Escola Primária n.º 44, onde espera meia dúzia de mulheres com crianças pela mão. Aproximam-se, fazem fila, algumas queixam-se do jantar da véspera. "Vocês não têm culpa, mas é só para avisar", diz uma delas - cabelo apanhado, bem vestida, cigarro na mão - falando da sopa que chegou azeda. Fábio, o filho de Ana Paula, de sete anos, já jantou, mas ela não. Depois de uns minutos de conversa, vai para casa com o saco cheio e um "até amanhã".
São 21h. No Bairro do Rego está um casal de idosos que ainda não jantou. Os voluntários sobem ao primeiro andar do prédio sem luz nas escadas - os interruptores foram arrancados das paredes sujas. A mulher abre a porta e Hunter deixa o saco da comida na cozinha. A visita é rápida, ainda há mais uma paragem a fazer.
À espera está um casal com três crianças que antes bebiam água com açúcar ao jantar.
26.9.11
Aumentaram os pedidos de ajuda à Cáritas24-09-2011 22:09“As pessoas estão com medo do futuro”, diz a porta-voz das delegações diocesanas da Cáritas.
in RR
De Agosto do ano passado a Agosto deste ano aumentou em média 40% o número de pessoas a pedir ajuda à Cáritas na região centro do país.
Os números foram revelados à Renascença no final de uma reunião que juntou em Leiria os responsáveis pelas delegações diocesanas da Cáritas e o presidente da Cáritas Nacional.
Estes números demonstram que as instituições não estão a conseguir acompanhar a situação, disse, no final, a porta-voz, Maria Emília Andrade.
“Num ano só ter aumentado o número de casos 40% é evidente que não estamos a conseguir conter esta crise, que continua que está para durar”, disse.
E a situação não vai melhorar, até porque é notório que as ajudas estão a diminuir. “As pessoas estão com medo do futuro”, acrescenta.
O desemprego é o maior causador deste aumento e a diocese da Guarda é, neste momento, aquela onde a situação se faz sentir com maior gravidade.
De Agosto do ano passado a Agosto deste ano aumentou em média 40% o número de pessoas a pedir ajuda à Cáritas na região centro do país.
Os números foram revelados à Renascença no final de uma reunião que juntou em Leiria os responsáveis pelas delegações diocesanas da Cáritas e o presidente da Cáritas Nacional.
Estes números demonstram que as instituições não estão a conseguir acompanhar a situação, disse, no final, a porta-voz, Maria Emília Andrade.
“Num ano só ter aumentado o número de casos 40% é evidente que não estamos a conseguir conter esta crise, que continua que está para durar”, disse.
E a situação não vai melhorar, até porque é notório que as ajudas estão a diminuir. “As pessoas estão com medo do futuro”, acrescenta.
O desemprego é o maior causador deste aumento e a diocese da Guarda é, neste momento, aquela onde a situação se faz sentir com maior gravidade.
Endividamento das famílias é “socialmente mais grave”
in RR
Cardeal Patriarca critica fortemente "os mercados que tudo controlam".
O Cardeal Patriarca está preocupado com o endividamento das famílias, uma situação que considera “muito grave entre nós”. Em entrevista à Renascença, D. José Policarpo lembra que “estamos a ouvir só discursos sobre a dívida do Estado, mas o endividamento das famílias é socialmente mais grave, porque cada um tem que resolver”.
O Cardeal lembra que os países ajudam-se uns aos outros a sair da crise, mas ninguém ajuda as famílias individualmente. D. José Policarpo considera que o que se passou nos últimos anos - “esta ânsia de riqueza”, como classifica -, não foi culpa das pessoas. Ainda assim, acrescenta que os cidadãos foram algo “imprudentes” ao terem acreditado nas facilidades que lhes foram sendo apresentadas.
D. José Policarpo aproveita a ocasião para reflectir sobre a actual situação e diz que idealmente deveria haver “uma correcção da compreensão da sociedade e da vida económica que não seja tão marcadamente liberal – a ideia do dinheiro e do lucro.”.
“Os mercados hoje controlam os governos, controlam as nações, controlam tudo. Está mal e a humanidade não tem futuro assim”, refere o Cardeal.
As declarações de D. José Policarpo surgem numa altura em que se sabe que mais que duplicou o número de portugueses que declararam falência.
Cardeal Patriarca critica fortemente "os mercados que tudo controlam".
O Cardeal Patriarca está preocupado com o endividamento das famílias, uma situação que considera “muito grave entre nós”. Em entrevista à Renascença, D. José Policarpo lembra que “estamos a ouvir só discursos sobre a dívida do Estado, mas o endividamento das famílias é socialmente mais grave, porque cada um tem que resolver”.
O Cardeal lembra que os países ajudam-se uns aos outros a sair da crise, mas ninguém ajuda as famílias individualmente. D. José Policarpo considera que o que se passou nos últimos anos - “esta ânsia de riqueza”, como classifica -, não foi culpa das pessoas. Ainda assim, acrescenta que os cidadãos foram algo “imprudentes” ao terem acreditado nas facilidades que lhes foram sendo apresentadas.
D. José Policarpo aproveita a ocasião para reflectir sobre a actual situação e diz que idealmente deveria haver “uma correcção da compreensão da sociedade e da vida económica que não seja tão marcadamente liberal – a ideia do dinheiro e do lucro.”.
“Os mercados hoje controlam os governos, controlam as nações, controlam tudo. Está mal e a humanidade não tem futuro assim”, refere o Cardeal.
As declarações de D. José Policarpo surgem numa altura em que se sabe que mais que duplicou o número de portugueses que declararam falência.
Mais que duplicou número de portugueses que declararam falência
in RR
Todos os dias, chegam aos tribunais pedidos de insolvência de empresas e particulares, mas é entre as pessoas singulares que a situação é mais grave. Porto é o distrito mais afectado.
O ano ainda não chegou ao fim e quase cinco mil pessoas já foram declaradas falidas, entre Janeiro e 21 de Setembro de 2011. Face ao mesmo período do ano passado, o número mais que duplicou. Os indicadores mostram que há 17 portugueses por dia, em média, a declarar falência.
De acordo com dados do Instituto Informador Comercial, o distrito mais afectado é o do Porto, com 1448 insolvências, seguido do distrito de Lisboa, com 754, e do de Braga, com 443.
Entre as empresas, a situação não é muito diferente. Desde Janeiro, cerca de 3100 foram declaradas insolventes, mais 7% do que em igual período de 2001. Também aqui, a maioria das falências está registada no distrito do Porto.
Quanto aos sectores onde se registam mais insolvências, o comércio por grosso está na frente, com 428 falência, ao que se segue o comércio a retalho, com 412, e a promoção imobiliária, com 402 insolvências.
O que é que acontece em caso de falência?
No caso dos particulares, quando é declarada insolvência, pode optar-se por negociar a dívida ou pedir o perdão da mesma.
No primeiro caso, o insolvente fica obrigado a definir um plano de pagamentos com os credores. No segundo caso, fica obrigado a pagar um determinado valor de acordo com o estabelecido pelo tribunais.
Quanto às empresas, o juiz avalia com os credores se é possível traçar um plano de recuperação da empresa. Caso contrário, é decretada a insolvência da mesma.
Todos os dias, chegam aos tribunais pedidos de insolvência de empresas e particulares, mas é entre as pessoas singulares que a situação é mais grave. Porto é o distrito mais afectado.
O ano ainda não chegou ao fim e quase cinco mil pessoas já foram declaradas falidas, entre Janeiro e 21 de Setembro de 2011. Face ao mesmo período do ano passado, o número mais que duplicou. Os indicadores mostram que há 17 portugueses por dia, em média, a declarar falência.
De acordo com dados do Instituto Informador Comercial, o distrito mais afectado é o do Porto, com 1448 insolvências, seguido do distrito de Lisboa, com 754, e do de Braga, com 443.
Entre as empresas, a situação não é muito diferente. Desde Janeiro, cerca de 3100 foram declaradas insolventes, mais 7% do que em igual período de 2001. Também aqui, a maioria das falências está registada no distrito do Porto.
Quanto aos sectores onde se registam mais insolvências, o comércio por grosso está na frente, com 428 falência, ao que se segue o comércio a retalho, com 412, e a promoção imobiliária, com 402 insolvências.
O que é que acontece em caso de falência?
No caso dos particulares, quando é declarada insolvência, pode optar-se por negociar a dívida ou pedir o perdão da mesma.
No primeiro caso, o insolvente fica obrigado a definir um plano de pagamentos com os credores. No segundo caso, fica obrigado a pagar um determinado valor de acordo com o estabelecido pelo tribunais.
Quanto às empresas, o juiz avalia com os credores se é possível traçar um plano de recuperação da empresa. Caso contrário, é decretada a insolvência da mesma.
Guia para a crise
por Mara Dionísio, in RR
Saiba o que é que está a mudar na sua vida com os aumentos de impostos anunciados pelo Governo. Veja ainda quanto é que vai perder em Dezembro, mês em que os portugueses vão pagar ao Estado uma sobretaxa extraordinária.
MA crise financeira global afectou significativamente as contas públicas portuguesas. O Governo anterior, liderado por José Sócrates, pediu apoio financeiro externo. A União Europeia e o Fundo Monetário Internacional aceitaram emprestar 78 mil milhões de euros a Portugal.
Em contrapartida, o país teve de adoptar uma série de medidas de austeridade, algumas decididas já pelo Governo de coligação CDS/PSD. Saiba o que vai afectar a sua vida mais directamente e quais são os impostos que sobem. Saiba ainda como é que se pode defender da crise e veja quanto é que vai perder em Dezembro, mês em que os portugueses vão pagar ao E
Saiba o que é que está a mudar na sua vida com os aumentos de impostos anunciados pelo Governo. Veja ainda quanto é que vai perder em Dezembro, mês em que os portugueses vão pagar ao Estado uma sobretaxa extraordinária.
MA crise financeira global afectou significativamente as contas públicas portuguesas. O Governo anterior, liderado por José Sócrates, pediu apoio financeiro externo. A União Europeia e o Fundo Monetário Internacional aceitaram emprestar 78 mil milhões de euros a Portugal.
Em contrapartida, o país teve de adoptar uma série de medidas de austeridade, algumas decididas já pelo Governo de coligação CDS/PSD. Saiba o que vai afectar a sua vida mais directamente e quais são os impostos que sobem. Saiba ainda como é que se pode defender da crise e veja quanto é que vai perder em Dezembro, mês em que os portugueses vão pagar ao E
O que está a fazer para poupar em material escolar?
in Público on-line
Com a crise em força, o início do ano lectivo trouxe encargos ainda mais pesados às famílias. Conte-nos o que está a fazer para reduzir a factura dos livros e materiais escolares este ano. Está a reutilizar livros de outros filhos, de amigos, de vizinhos? Deixou de comprar alguns itens da lista das escolas? Reaproveitou cadernos, canetas e outros materiais que sobraram do ano passado?
Queremos ouvir a sua experiência e partilhá-la com os nossos leitores, no site "Um ano na crise".
Lançado em Março, o projecto "Um ano na crise" acompanha de perto o dia-a-dia de um grupo de famílias e regista os casos de sucesso dos leitores que, com novos projectos, ideias originais ou simplesmente melhor organização, estão a contornar a crise.
Envie-nos a sua história para casosdesucesso@publico.pt , indicando o seu nome, idade e local onde vive. Se quiser, envie-nos também fotos ou vídeos.
Com a crise em força, o início do ano lectivo trouxe encargos ainda mais pesados às famílias. Conte-nos o que está a fazer para reduzir a factura dos livros e materiais escolares este ano. Está a reutilizar livros de outros filhos, de amigos, de vizinhos? Deixou de comprar alguns itens da lista das escolas? Reaproveitou cadernos, canetas e outros materiais que sobraram do ano passado?
Queremos ouvir a sua experiência e partilhá-la com os nossos leitores, no site "Um ano na crise".
Lançado em Março, o projecto "Um ano na crise" acompanha de perto o dia-a-dia de um grupo de famílias e regista os casos de sucesso dos leitores que, com novos projectos, ideias originais ou simplesmente melhor organização, estão a contornar a crise.
Envie-nos a sua história para casosdesucesso@publico.pt , indicando o seu nome, idade e local onde vive. Se quiser, envie-nos também fotos ou vídeos.
Entre a falta de espaço e a qualificação excessiva
Texto de Mariana Correia Pinto, in Público on-line (P3)
São a geração mais qualificada de sempre. Mas o mercado não tem lugar para todos. Há desmotivação e cada vez mais revolta
No início do ano, Maria João dos Reis foi a uma entrevista de emprego para um trabalho no teleférico de Vila Nova de Gaia. Discretamente, disseram-lhe que era demasiado qualificada. Não a contrataram. Os currículos que enviou para gabinetes de arquitectura, área na qual tem um mestrado, não tiveram melhor fim: é qualificada, sim, mas não há lugar para ela.
A realidade de Maria João é a realidade de muitos jovens licenciados em Portugal: o mercado que os devia receber não tem espaço, o outro não os recebe por serem demasiado qualificados para o lugar.
O retrato desta geração pode ser isto: “São mais qualificados, com mais conhecimentos, na maior parte das vezes completamente integrados nos novos contextos sócio-económicos”, explica Carlos Gonçalves, investigador que tem estudado a questão da empregabilidade dos licenciados.
Mas, à boleia da crise, a mesma geração não descola de outra realidade: “Foi-se percebendo que a licenciatura, ao contrário do que acontecia nas décadas de 70 e 80, deixou de ser garantia de emprego e de rápida inserção no mercado de trabalho”, continua o investigador.
200 euros por mês
É Sábado. Na Praça Carlos Alberto, no Porto, Maria João cumpre o ritual semanal: monta uma barraquinha no mercado Porto Belo, no qual vende a bijutaria e acessórios que faz durante a semana. Ao fim do mês junta 200 euros. Contorna desta forma o estatuto de desempregada que lhe colaram desde que terminou o mestrado em Arquitectura, em 2009.
Admite que perdeu a conta exacta aos currículos que enviou: “Uns 30 em Portugal, uns 20 para fora”. Respostas positivas: zero. Nunca foi a uma entrevista de emprego da área para a qual estudou.
Em Portugal, o mais comum é a completa ausência de respostas. Algo que a jovem de 31 anos não compreende: “Sei que os gabinetes de arquitectura recebem dezenas de propostas todos os dias, mas há uma coisa que se chama resposta automática...”, lamenta.
A fase da revolta
Maria João está magoada, desiludida. Diz que já desistiu de ser arquitecta - “Já não me interessa” –, porque se sente desvalorizada. “O que mais me desiludiu foi perceber que ninguém quer pagar, só procuram estagiários”. E completa: “Não trabalho de graça, é uma questão de princípio”.
O perfil da jovem é bem conhecido por Carlos Gonçalves: “As pessoas não veêm reconhecidos aspectos como estabilidade e uma carreira profissional e isso cria insatisfação e desmotivação”.
A etapa seguinte, a da “revolta”, já se faz sentir em Portugal – “Os jovens reagem cada vez pior a isto”, admite o investigador. Mas não é, para já, o caso de Maria João, embrulhada na desmotivação: “Se protestos de rua resultassem já se tinha visto, depois do 12 de Março”, conclui.
Números
13,6 mil
jovens licenciados desempregados
124 mil
jovens desempregados
27,8%
taxa de desemprego de jovens entre os 16 e os 24 anos
São a geração mais qualificada de sempre. Mas o mercado não tem lugar para todos. Há desmotivação e cada vez mais revolta
No início do ano, Maria João dos Reis foi a uma entrevista de emprego para um trabalho no teleférico de Vila Nova de Gaia. Discretamente, disseram-lhe que era demasiado qualificada. Não a contrataram. Os currículos que enviou para gabinetes de arquitectura, área na qual tem um mestrado, não tiveram melhor fim: é qualificada, sim, mas não há lugar para ela.
A realidade de Maria João é a realidade de muitos jovens licenciados em Portugal: o mercado que os devia receber não tem espaço, o outro não os recebe por serem demasiado qualificados para o lugar.
O retrato desta geração pode ser isto: “São mais qualificados, com mais conhecimentos, na maior parte das vezes completamente integrados nos novos contextos sócio-económicos”, explica Carlos Gonçalves, investigador que tem estudado a questão da empregabilidade dos licenciados.
Mas, à boleia da crise, a mesma geração não descola de outra realidade: “Foi-se percebendo que a licenciatura, ao contrário do que acontecia nas décadas de 70 e 80, deixou de ser garantia de emprego e de rápida inserção no mercado de trabalho”, continua o investigador.
200 euros por mês
É Sábado. Na Praça Carlos Alberto, no Porto, Maria João cumpre o ritual semanal: monta uma barraquinha no mercado Porto Belo, no qual vende a bijutaria e acessórios que faz durante a semana. Ao fim do mês junta 200 euros. Contorna desta forma o estatuto de desempregada que lhe colaram desde que terminou o mestrado em Arquitectura, em 2009.
Admite que perdeu a conta exacta aos currículos que enviou: “Uns 30 em Portugal, uns 20 para fora”. Respostas positivas: zero. Nunca foi a uma entrevista de emprego da área para a qual estudou.
Em Portugal, o mais comum é a completa ausência de respostas. Algo que a jovem de 31 anos não compreende: “Sei que os gabinetes de arquitectura recebem dezenas de propostas todos os dias, mas há uma coisa que se chama resposta automática...”, lamenta.
A fase da revolta
Maria João está magoada, desiludida. Diz que já desistiu de ser arquitecta - “Já não me interessa” –, porque se sente desvalorizada. “O que mais me desiludiu foi perceber que ninguém quer pagar, só procuram estagiários”. E completa: “Não trabalho de graça, é uma questão de princípio”.
O perfil da jovem é bem conhecido por Carlos Gonçalves: “As pessoas não veêm reconhecidos aspectos como estabilidade e uma carreira profissional e isso cria insatisfação e desmotivação”.
A etapa seguinte, a da “revolta”, já se faz sentir em Portugal – “Os jovens reagem cada vez pior a isto”, admite o investigador. Mas não é, para já, o caso de Maria João, embrulhada na desmotivação: “Se protestos de rua resultassem já se tinha visto, depois do 12 de Março”, conclui.
Números
13,6 mil
jovens licenciados desempregados
124 mil
jovens desempregados
27,8%
taxa de desemprego de jovens entre os 16 e os 24 anos
Uma profissão (quase sempre) temporária para licenciados
Mariana Correia Pinto, in Público on-line (P3)
Operador de "call center" foi definida como profissão de futuro. Flexibilidade de horários leva jovens a procurar esta alternativa
Não é sentar numa cadeira e atender telefones. Nem é tarefa que se faça sem formação. João Simões está há sete anos ligado ao mundo do "call center" e sabe bem do que fala: “Felizmente já se desmistificou a ideia de que o operador de "call center" é um telefonista”, começa. “É muito mais do que isso”.
Operador de "call center" foi uma das 129 profissões definidas como estratégicas para o país por um recente estudo do Instituto de Emprego e Formação Profissional, Agência Nacional para a Qualificação e gabinete de planeamento do Ministério da Economia.
Para o agora formador João Simões, a notícia não é surpreendente: “É uma área que está sempre a empregar pessoas”, conta. Na empresa para a qual trabalha, os postos são ocupados sobretudo por jovens licenciados ou que estão a frequentar o ensino superior.
Flexibilidade
É uma realidade justificada pelo facto de ser um emprego com uma “grande flexibilidade de horários”, possível de conciliar com estudos. João Simões é um exemplo disso: neste momento, trabalha a tempo inteiro como formador enquanto acaba a sua segunda licenciatura, em Direito na Universidade do Porto.
“A maioria das pessoas que chega aos "call centers" ainda vem em busca de um emprego temporário”, admite João Simões, apesar de ser uma profissão onde é possível progredir na carreira: “No meu caso, ao fim de cinco meses tinha passado para uma linha mais especializada e depois para formador”.
Quem contacta um "call center", lembra o formador, raramente está satisfeito, sobretudo numa linha de apoio ao cliente. Daí que o jovem de 26 anos considere a “capacidade de lidar com a insatisfação" e o "controlo emocional” como fundamentais de quem quer ter este emprego.
O salário base de um operador de "call center" anda à volta de 500 euros para quem trabalha a tempo inteiro, aos quais acrescem, regra geral, incentivos extra. E trabalhar como operador a tempo inteiro já não é função rara: “A ideia de ser um trabalho apenas em part-time já não faz tanto sentido como há alguns anos”, conclui.
Operador de "call center" foi definida como profissão de futuro. Flexibilidade de horários leva jovens a procurar esta alternativa
Não é sentar numa cadeira e atender telefones. Nem é tarefa que se faça sem formação. João Simões está há sete anos ligado ao mundo do "call center" e sabe bem do que fala: “Felizmente já se desmistificou a ideia de que o operador de "call center" é um telefonista”, começa. “É muito mais do que isso”.
Operador de "call center" foi uma das 129 profissões definidas como estratégicas para o país por um recente estudo do Instituto de Emprego e Formação Profissional, Agência Nacional para a Qualificação e gabinete de planeamento do Ministério da Economia.
Para o agora formador João Simões, a notícia não é surpreendente: “É uma área que está sempre a empregar pessoas”, conta. Na empresa para a qual trabalha, os postos são ocupados sobretudo por jovens licenciados ou que estão a frequentar o ensino superior.
Flexibilidade
É uma realidade justificada pelo facto de ser um emprego com uma “grande flexibilidade de horários”, possível de conciliar com estudos. João Simões é um exemplo disso: neste momento, trabalha a tempo inteiro como formador enquanto acaba a sua segunda licenciatura, em Direito na Universidade do Porto.
“A maioria das pessoas que chega aos "call centers" ainda vem em busca de um emprego temporário”, admite João Simões, apesar de ser uma profissão onde é possível progredir na carreira: “No meu caso, ao fim de cinco meses tinha passado para uma linha mais especializada e depois para formador”.
Quem contacta um "call center", lembra o formador, raramente está satisfeito, sobretudo numa linha de apoio ao cliente. Daí que o jovem de 26 anos considere a “capacidade de lidar com a insatisfação" e o "controlo emocional” como fundamentais de quem quer ter este emprego.
O salário base de um operador de "call center" anda à volta de 500 euros para quem trabalha a tempo inteiro, aos quais acrescem, regra geral, incentivos extra. E trabalhar como operador a tempo inteiro já não é função rara: “A ideia de ser um trabalho apenas em part-time já não faz tanto sentido como há alguns anos”, conclui.
129 profissões estratégicas para a próxima década
Texto de Mariana Correia Pinto, in Público on-line (P3)
Estudo revela profissões com perspectivas de emprego para pessoas com ensino secundário e pós-secundário
Relatório define profissões estratégicas para o país, Luís Octávio Costa
Técnico de jardinagem, especialista em vitrinismo, motorista de veículos pesados, esteticista e agricultor biológico.
Estas são apenas cinco das 129 profissões definidas como estratégicas para o país, segundo dados preliminares de um relatório elaborado, em Junho, pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional, Agência Nacional para a Qualificação e gabinete de planeamento do Ministério da Economia.
O estudo tinha como objectivo inicial “identificar 100 profissões estratégicas para o desenvolvimento da economia portuguesa”, que correspondam a perfis “em falta e/ou emergentes” que possam ser ocupadas por “detentores de habilitações até ao nível secundário ou pós-secundário”, lê-se no relatório.
Nesta lista, costam especialidades como maquinista de comboio, operador de "call centre", dinamizador de redes sociais, operador de manutenção de campo de golfe ou tirador de cortiça.
As opções do grupo de trabalho basearam-se em estudos que prevêem a criação de 495 mil postos de trabalho até 2020, em sectores como turismo, mobilidade e transportes, saúde, tecnologias de informação, construção, comércio e serviços.
A lista final – que inclui 129 profissões e não 100, como previsto inicialmente - deve orientar os programas de formação profissional, pretende requalificar cerca de 20 mil desempregados e serve de base à reformulação do Catálogo Nacional de Qualificações, que deverá incluir 60 novas profissões.
Estudo revela profissões com perspectivas de emprego para pessoas com ensino secundário e pós-secundário
Relatório define profissões estratégicas para o país, Luís Octávio Costa
Técnico de jardinagem, especialista em vitrinismo, motorista de veículos pesados, esteticista e agricultor biológico.
Estas são apenas cinco das 129 profissões definidas como estratégicas para o país, segundo dados preliminares de um relatório elaborado, em Junho, pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional, Agência Nacional para a Qualificação e gabinete de planeamento do Ministério da Economia.
O estudo tinha como objectivo inicial “identificar 100 profissões estratégicas para o desenvolvimento da economia portuguesa”, que correspondam a perfis “em falta e/ou emergentes” que possam ser ocupadas por “detentores de habilitações até ao nível secundário ou pós-secundário”, lê-se no relatório.
Nesta lista, costam especialidades como maquinista de comboio, operador de "call centre", dinamizador de redes sociais, operador de manutenção de campo de golfe ou tirador de cortiça.
As opções do grupo de trabalho basearam-se em estudos que prevêem a criação de 495 mil postos de trabalho até 2020, em sectores como turismo, mobilidade e transportes, saúde, tecnologias de informação, construção, comércio e serviços.
A lista final – que inclui 129 profissões e não 100, como previsto inicialmente - deve orientar os programas de formação profissional, pretende requalificar cerca de 20 mil desempregados e serve de base à reformulação do Catálogo Nacional de Qualificações, que deverá incluir 60 novas profissões.
Mosqueteiros e Continente lideram em simulador da Deco para o supermercado mais barato
in Público on-line
A análise é da Deco e conclui que é nas lojas do grupo Os Mosqueteiros e do Continente que o consumidor consegue ter os preços mais baixos numa ida ao supermercado. Para saber qual a loja com produtos mais baratos, a associação de defesa dos consumidores disponibiliza desde hoje no seu site um simulador.
Segundo as conclusões da Proteste, a revista da Deco, depois de uma avaliação em 578 lojas do país, tendo em conta 64.950 preços para três tipos de cabazes de compras, são os dois grupos que apresentam os preços mais em conta.
Para quem prefere marcas do fabricante, a Deco pegou em 100 produtos e fez um cabaz. O consumidor que escolhe este conjunto pode conseguir uma conta final mais acessível se se dirigir a cinco estabelecimentos comerciais: quatro do grupo Os Mosqueteiros (Ecomarché, de Vila Pouca de Aguiar, e Intermarché de Ferreiras, Portalegre e Torres Novas) e um Continente Modelo, em Esposende.
O consumidor que faz as compras tendo como base os preços mais baratos consegue-o também em cinco lojas dos Mosqueteiros, um Continente e um Continente Modelo. Para este cabaz, a Deco analisou 81 produtos. A cadeia Ecomarché (Mosqueteiros) foi considerada a “melhor opção”.
Já os que preferem a marca das superfícies, as chamadas “marcas brancas”, os melhores preços estão em três lojas Intermarché e numa do Jumbo (grupo Auchan), em Rio Tinto. Aqui, foi feito um cabaz com 59 produtos. Apesar de neste caso, as “marcas brancas” “não apresentarem uma grande diferença de preços”, a Deco sublinha que as lojas Continente e Pingo Doce conseguem destacar-se.
Ainda com base na análise da Deco, é no Norte e Centro do país que estão localizados os estabelecimentos comerciais com os melhores preços, sendo que “dos 50 supermercados mais baratos, apenas 12 moram no Sul”, indica a associação.
A Deco conclui que os produtos com a marca do distribuidor “permitem, em média, uma poupança de 30% face às marcas do fabricante”, e que a “poupança atinge 38% na cadeia Minipreço, mas fica-se pelos 26% nas lojas Supercor”.
Para saber qual o supermercado mais barato no seu concelho, a Deco disponibiliza aos consumidores, no seu site, um simulador. Aqui, depois de escolher o distrito e o concelho, o consumidor pode reduzir ainda as suas opções a um cabaz completo ou personalizado. Feitas as escolhas, o simulador indica a loja mais barata e a sua localização.
A análise é da Deco e conclui que é nas lojas do grupo Os Mosqueteiros e do Continente que o consumidor consegue ter os preços mais baixos numa ida ao supermercado. Para saber qual a loja com produtos mais baratos, a associação de defesa dos consumidores disponibiliza desde hoje no seu site um simulador.
Segundo as conclusões da Proteste, a revista da Deco, depois de uma avaliação em 578 lojas do país, tendo em conta 64.950 preços para três tipos de cabazes de compras, são os dois grupos que apresentam os preços mais em conta.
Para quem prefere marcas do fabricante, a Deco pegou em 100 produtos e fez um cabaz. O consumidor que escolhe este conjunto pode conseguir uma conta final mais acessível se se dirigir a cinco estabelecimentos comerciais: quatro do grupo Os Mosqueteiros (Ecomarché, de Vila Pouca de Aguiar, e Intermarché de Ferreiras, Portalegre e Torres Novas) e um Continente Modelo, em Esposende.
O consumidor que faz as compras tendo como base os preços mais baratos consegue-o também em cinco lojas dos Mosqueteiros, um Continente e um Continente Modelo. Para este cabaz, a Deco analisou 81 produtos. A cadeia Ecomarché (Mosqueteiros) foi considerada a “melhor opção”.
Já os que preferem a marca das superfícies, as chamadas “marcas brancas”, os melhores preços estão em três lojas Intermarché e numa do Jumbo (grupo Auchan), em Rio Tinto. Aqui, foi feito um cabaz com 59 produtos. Apesar de neste caso, as “marcas brancas” “não apresentarem uma grande diferença de preços”, a Deco sublinha que as lojas Continente e Pingo Doce conseguem destacar-se.
Ainda com base na análise da Deco, é no Norte e Centro do país que estão localizados os estabelecimentos comerciais com os melhores preços, sendo que “dos 50 supermercados mais baratos, apenas 12 moram no Sul”, indica a associação.
A Deco conclui que os produtos com a marca do distribuidor “permitem, em média, uma poupança de 30% face às marcas do fabricante”, e que a “poupança atinge 38% na cadeia Minipreço, mas fica-se pelos 26% nas lojas Supercor”.
Para saber qual o supermercado mais barato no seu concelho, a Deco disponibiliza aos consumidores, no seu site, um simulador. Aqui, depois de escolher o distrito e o concelho, o consumidor pode reduzir ainda as suas opções a um cabaz completo ou personalizado. Feitas as escolhas, o simulador indica a loja mais barata e a sua localização.
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