in Público on-line
O presidente da autoridade francesa dos Mercados Financeiros (AMF), Jean-Pierre Jouyet, fala de uma “situação muito preocupante” na Europa e a nível global e mostra-se receoso por um “risco de crise sistémica” capaz de arrastar as economias do mundo para a recessão.
Ouvido hoje pela rádio France Inter, Jean-Pierre Jouyet justifica esta situação com o endividamento “muito grande” do Japão, a terceira economia mundial, os desequilíbrios americanos “extremamente profundos”, onde os planos para relançar a economia “não estão a dar grande resultado”, e a crise das dívidas soberanas na Europa.
“Devemos tomar medidas urgentes a nível internacional”, acrescentou, no dia em que se soube que o G20 viu com bons olhos o compromisso da zona euro em tomar medidas para assegurar a estabilidade económica e financeira europeias. Para Jean-Pierre Jouyet, é isso “que esperam os mercados”.
“Estamos numa situação de crise de endividamento que, em 2008, se caracterizou por um aumento da dívida privada e que, hoje, se caracteriza por um aumento das dívidas públicas, dos défices públicos e dos desequilíbrios de todas as economias mundiais”, resumiu.
O epicentro dessa crise, frisou, é a Europa, estando agora numa situação que, segundo Jean-Pierre Jouyet, “não é melhor do que a de 2008”.