in Jornal de Notícias
O Fundo Monetário Internacional prometeu, este sábado, agir de forma firme para lutar contra a crise da dívida soberana na zona euro, com países de todo o mundo a alertar para o desgaste das economias da União Europeia.
Diferentes Estados membros do FMI, incluindo a China, Estados Unidos e Brasil, aproveitaram a reunião anual do fundo e do Banco Mundial para pedir à UE que atue rapidamente contra a crise na zona euro, e ouviram a promessa de que os líderes europeus vão tomar todas as medidas necessárias para evitar a escalada da situação atual.
O conselho de políticas do FMI admitiu que a UE -- cujos 27 países são os maiores acionistas do fundo -- está no epicentro da crise e garantiu que se vai esforçar para "restabelecer a confiança e a estabilidade financeira" para ajudar a economia mundial a voltar a crescer.
"Os países da zona euro vão fazer tudo o que for necessário para resolver a crise da dívida soberana na zona euro e assegurar a estabilidade financeira da zona euro de forma geral e dos Estados membros", disse o conselho.
Em conferência de imprensa, a directora-geral do FMI afirmou que o fundo precisa de aumentar os capitais que tem à disposição, caso a crise da zona euro venha a piorar.
"Hoje parece que estamos confortáveis, com a nossa capacidade para emprestar verbas, que é de cerca de 400 mil milhões de dólares [ 296 mil milhões de euros], mas este valor empalidece em comparação com as potenciais necessidades de financiamento dos países vulneráveis e dos países que assistem à crise", disse Christine Lagarde.
"A credibilidade do fundo e eficácia dependem da percepção sobre a capacidade que tenha para enfrentar os piores cenários", acrescentou, apelando à aprovação rápida, por parte dos Estados membros do FMI do mandato de 2010 para dobrar as quotas de participação na instituição.
Também em conferência de imprensa, Tharman Shanmugaratnam, o ministro das Finanças de Singapura que preside ao Comité Monetário e Financeiro do FMI, garantiu que existe "uma vontade colectiva" para evitar a escalada da crise, uma promessa feita depois dos Estados Unidos e das maiores economias emergentes terem pedido aos europeus que ajam melhor e mais depressa.
Zhou Xiaochuan, que lidera o banco central chinês, considerou hoje que "a crise da dívida soberana na zona euro tem de ser resolvida rapidamente para estabilizar a confiança dos mercados".
O ministro das Finanças do Brasil, Guido Mantega, disse que os líderes europeus têm que tomar medidas para "acabar com o contágio para além dos países da periferia da zona euro", como Portugal, a Grécia e a Irlanda.
Timothy Geithner, secretário de Estado do Tesouro norte-americano, considerou a crise da dívida europeia "o maior risco que a economia mundial enfrenta" actualmente e disse serem ainda necessárias mais medidas para criar uma muralha que evite mais contágios.