in Jornal Público
A criação de um certificado de estudante para os Roma permitirá que continuem a receber educação nas cidades por onde passam
(Adriano Miranda)
O presidente do Fórum Europeu para a Segurança Urbana (EFUS) e da Câmara de Matosinhos defendeu hoje a criação de “um programa Erasmus” para assegurar a contínua escolaridade dos jovens ciganos em trânsito pelas cidades europeias.
Esta proposta será apresentada, na quinta-feira, numa cimeira de presidentes de câmara europeus, a realizar no Conselho da Europa, em Estrasburgo, e cujo tema é a Inclusão da Comunidade Roma.
Para Guilherme Pinto, a melhor forma de ajudar à integração das comunidades ciganas é apoiar as crianças, assegurando o seu acesso à educação escolar.
“A criação de um certificado de estudante para os Roma permitirá que continuem a receber educação em cada cidade por onde passam”, sublinhou.
O autarca considerou que “cada cidade de acolhimento tem a obrigação de garantir o acesso à educação e saúde, sendo imperioso o apoio financeiro directo da União Europeia”.
Ou seja, defendeu, “a solução só pode surgir se a UE, em vez de apoiar os Estados, apoie directamente as cidades que acolhem esses cidadãos”.
“Os presidentes de câmara são diariamente confrontados com problemas reais de integração e inclusão das populações de etnia cigana e algumas cidades são fortemente penalizadas pela falta de apoio aos seus esforços para o estabelecimento de uma política local participativa, tanto a nível nacional como a nível europeu”, acrescentou.
Para isso, frisou Guilherme Pinto, deve ser estabelecida “uma verdadeira cooperação a nível europeu, principalmente, entre cidades europeias, para promover o intercâmbio de experiências, com o apoio directo da União Europeia”.
O presidente do EFUS considera também que a União Europeia tem de defender e promover os direitos das mulheres em todo o território, particularmente no seio das comunidades ciganas.
“Não faz sentido nenhum que uma Europa que luta pela libertação da mulher aceite uma comunidade no interior das suas fronteiras que mantém uma segregação inaceitável relativamente a metade da sua comunidade”, considerou.
Guilherme Pinto defendeu ainda a existência de um comissário europeu que “se dedique especificamente a gerir os problemas relacionados com esta população” evitando que “cada país per si tenha uma política isolada relativamente a estas matérias”.