4.2.11

Espanha utiliza novo método nos censos de 2011

Por Daniela Adónis Carneiro, in Jornal Público

Em Espanha, os Censos de 2011 questionarão apenas dez por cento da população. O novo método permitirá poupar mais de 300 milhões de euros.

Embora seja mais económico, o novo método de recenseamento rompe com o critério histórico de universalidade. Em vez de distribuir inquéritos casa a casa, o INE inquirirá apenas dez por cento dos cidadãos, extrapolando depois os resultados à restante população.

O INE reconhece que as dificuldades económicas tiveram um papel determinante na mudança de método. Os censos de 2011 terão um custo de 80 a 90 milhões de euros, enquanto o sistema tradicional custaria mais de 400 milhões.

O método permitirá reduzir drasticamente o número de recenseadores contratados: em vez dos tradicionais 40 mil colaboradores, serão apenas necessários cerca de cinco mil.

Este corte na contratação de recenseadores tem levantado críticas entre os sindicatos.

A mudança de método tem também gerado polémica no seio do Instituto Nacional de Estatística Espanhol: “Em rigor, não é um censo, porque deixa de ser exaustivo”, disse uma das especialistas consultadas pelo organismo. Apesar disso, o subdirector geral do INE defende que o sistema é tão fiável como o anterior.

A recolha de dados começa em Setembro e durará um semestre. Ao adoptar este novo sistema, a Espanha junta-se a uma dezena de países onde os censos se realizam sem inquirir toda a população.