in Jornal Público
A ministra da Educação, Isabel Alçada, está segura de que o Orçamento do Estado para este ano vai permitir às escolas cumprir as metas que a tutela definiu para 2015. Às escolas caberá fazer a análise dos resultados e agir em conformidade, recomenda a governante.
O Conselho Nacional de Educação já alertou para a dificuldade em cumprir as metas para 2015. Como será possível cumpri-las com os cortes orçamentais previstos?
Quando traçamos as metas, temos em conta a estrutura de financiamento. Estas metas para o ensino profissional podem e devem ser alcançadas até 2015, porque falamos sempre de optimização dos recursos, sem pôr em causa as metas. Estas são essenciais para as pessoas e para o país.
O que é que está a ser pedido às escolas? Para fazerem mais com menos?
O que se pede às escolas é que usem de forma atenta a informação de que dispõem e que, em grande medida, o Ministério da Educação proporciona. Pedimos às escolas que comparem os seus resultados com os obtidos pelo resto do país, que comparem os resultados num dado momento com os do ano seguinte e analisem o que é que permite melhorar os resultados e o que se pode fazer para evitar que os alunos não prossigam os estudos.
Temos vários modelos de avaliação que permitem muita leitura - a avaliação feita pela escola, as provas de aferição, os exames nacionais, a taxa de conclusão de ciclos de estudo, a prossecução dos estudos, etc. Propusemos às escolas que seleccionem informação pertinente para monitorizar e verificar o seu desempenho. Se cada uma for o mais longe possível, a união de esforços faz a força.
Por que é o ensino profissional tão importante?
O ensino profissional é um factor muito relevante de consolidação, alargamento e expansão do ensino secundário. Sabemos que os jovens precisam de ter um projecto com uma meta definida e o ensino profissional foi uma espécie de íman, de factor de atracção para os jovens, porque tem saídas ao final de três anos. Além disso, tem dupla certificação, o valor equivalente às formações mais tradicionais e permite a entrada no mercado de trabalho. Quando o percurso era mais longo, tornava-se menos evidente a importância de continuar a estudar. O profissional é responsável pela redução do abandono e do insucesso escolar, mesmo no 3.º ciclo. A que é que se deve o sucesso do profissional? À aposta, em simultâneo, na rede privada e na pública. B.W.