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Os jovens são cada vez mais qualificados, mas ao mesmo tempo mais afectados pelo desemprego e pela precariedade: quase metade tem o ensino secundário ou superior e representam cerca de metade dos desempregados.
De acordo com um estudo da Interjovem, a que agência Lusa teve acesso, desde 1998 a percentagem de jovens com menos de 35 anos que terminou pelo menos o ensino secundário aumentou 60 por cento, o que contribuiu para que atualmente quase metade dos jovens tenham o ensino secundário ou superior como habilitação.
No entanto, cerca de metade dos desempregados são jovens com menos de 35 anos, que têm uma taxa de desemprego de 15,7 por cento.
Para os menores de 25 anos a taxa de desemprego é de 23 por cento.
O desemprego de longa duração atinge mais de um terço dos jovens com menos de 25 anos e quase metade dos que têm entre 25 e 34 anos.
Entre os jovens desempregados com formação superior o desemprego de longa duração é de 55 por cento e esta percentagem é ainda mais elevada entre os que têm o ensino básico ou secundário (52 por cento).
Segundo o mesmo estudo, que a Interjovem vai divulgar segunda-feira no âmbito das comemorações do Dia Nacional da Juventude, os jovens são também as principais vítimas da precariedade, representando 61,5 por cento do total de trabalhadores precários, o que corresponde a mais de meio milhão de jovens com menos de 35 anos.
Esta estrutura da juventude da CGTP refere a existência de cerca de 900 trabalhadores com contratos não permanentes (23 por cento dos trabalhadores por conta de outrem), tendo em conta os dados oficiais, mas estima que os trabalhadores precários sejam muitos mais, considerando que parte significativa dos mais de 800 mil trabalhadores independentes sejam trabalhadores por conta de outrem com falsos recibos verdes.
A precariedade laboral dos jovens resulta na obtenção de salários mais baixos, ganhando cerca de 30 por cento menos que os trabalhadores com vínculo permanente, diz o estudo que caracteriza a situação dos jovens trabalhadores.
Relativamente à proteção no desemprego, o documento refere que dois terços dos jovens (cerca de 130 mil) inscritos nos centros de emprego não tinha, no final de 2010, qualquer subsídio.
Apenas 34 por cento recebe subsídio, percentagem que era de 54 por cento um ano antes.
A Interjovem considera que o desemprego e a precariedade faz com que grande parte dos jovens portugueses não se autonomize das famílias por falta de condições económicas.
De acordo com análise feita por esta estrutura, quase dois terços dos jovens portugueses entre os 18 e os 34 anos vivem em casa dos pais, embora 60 por cento destes trabalhem (metade dos quais com contrato a prazo).
A Interjovem vai assinalar o Dia Nacional da Juventude com a distribuição de documentos à população e a pintura de um mural no Largo Camões. Marcou ainda para 1 de Abril uma Manifestação Nacional da Juventude para protestar contra o desemprego e a precariedade que afetam os jovens.
Lusa / SOL