in Diário de Notícias
Portugal faz hoje manchete do Wall Street Journal Europe. O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou ontem que vai fazer "alterações contabilísticas" ao défice do Estado do ano passado, fazendo-o disparar para mais de 8%, contra os 7,3% que tinham sido acordados entre o governo de José Sócrates e a Comissão Europeia.
Em causa estão os dois mil milhões de euros injectados no Banco Português de Negócios (BPN) e os 500 milhões transferidos para as empresas públicas de transportes, tecnicamente falidas e que não podem ser contabilizadas como activos.
O Wall Street Journal Europe cita uma porta-voz do INE confirmando que vai ser feita "uma série de alterações" num relatório a ser entregue ao Eurostat, gabinete de estatísticas da União Europeia, o que confirma uma notícia avançada nos últimos dia pela imprensa europeia. O valor definitivo do défice português será publicado pelo Eurostat na próxima semana.
O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, criticou o Eurostat quando surgiram as primeiras notícias de que o défice seria corrigido em alta, acusando o organismo de mudar as regras a meio do jogo. Mas, sem comentar estas declarações, um porta-voz do Eurostat remetue o WST Europe para uma nota publicada no site do organismo, a 16 de Março, que indica como é que os governos devem contabilizar aos activos depreciados.