in Jornal de Notícias
Mais de oito milhões de pessoas na África Oriental precisam de ajuda alimentar de emergência devido à recente seca, o que significa um aumento de dois milhões de pessoas, segundo um comunicado das Nações Unidas.
foto EPA/ARQUIVO_Criança no Quénia
Mais de oito milhões de pessoas na África Oriental precisam de ajuda alimentar de emergência devido à recente seca, o que significa um aumento de dois milhões de pessoas, segundo um comunicado das Nações Unidas hoje divulgado.
As fracas chuvas registadas entre Outubro e Dezembro agravaram a falta de água e ajudaram à deterioração das condições do gado de pasto no Djibouti, Etiópia, Quénia, Somália e Uganda, situação que piorou com conflitos, elevados preços dos alimentos e condições de saúde de pessoas e animais, segundo a agência Coordenadora dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).
A esmagadora maioria das pessoas mais afectadas recentemente pela falta de alimentos é do Quénia. Registaram-se surtos de doenças relacionadas com a seca no país, que levaram à morte de mais de cinco mil animais só em Janeiro.
Segundo as Nações Unidas, os níveis de desnutrição grave estão a aumentar. Uma pesquisa recente no sul da Somália registou taxas de desnutrição grave na ordem dos 30% da população, enquanto no Djibouti e no Quénia e se situam entre os 20% e os 25%.
"O que causa extrema preocupação é a escassez acentuada de água", refere o documento da ONU.
O sector da educação está também a ser fortemente afectado, com o aumento do número de crianças em idade escolar e de professores que tiveram de emigrar à procura de água e de zonas com alimento.
Só na Somália, mais de 400 escolas fecharam devido à seca desde Dezembro, afectando cerca de 55 mil alunos. Na Etiópia há relatos de 58 mil desistências de estudantes.