30.3.11

ONU aponta exportações como chave para desenvolvimento de nações mais pobres

Ana Geraldes, in SIC

O relatório das Nações Unidas, hoje conhecido, aponta a diversificação da produção como vital para os países menos desenvolvidos, habituados a confiar nas garantias de comércio com os mais ricos.

Desafios do Desenvolvimento Global
Objectivos do milénio, ajudas internacionais e apoio humanitário Os menos desenvolvidos cresceram pouco na última década. Mas parte da culpa está na falta de incentivo dos principais importadores para que apostassem numa diversificação da produção, em vez de manter a sua economia baseada na exportação de matérias-primas.

O relatório "Growth, Employment and Decent Work in the Least Developed Countries" ( em português, "Crescimento, Empregabilidade e Condições de trabalho nos Países Menos Desenvolvidos"), preparado para a Conferência sobre os Países Menos Desenvolvidos que vai decorrer em Istambul, na Turquia, entre 9 e 13 de Maio, reconhece que o potencial de desenvolvimento económico destas nações acaba por ficar anulado pela dificuldade em implementar políticas de emprego, de inovação e produção em larga-escala, capazes de gerar riqueza e emprego melhor remunerado.

No documento, o painel de peritos indicados pelo Secretário-Geral, Ban Ki Moon, refere que a marginalização dos 48 países mais pobres do mundo - os chamados LDCs - aponta para um "futuro insustentável".

Na preparação da Conferência que vai avaliar os 10 anos de programas de ajuda ao desnevolvimento, energias renováveis, segurança alimentar, condições laborais e factores ambientais, o grupo - co-liderado pelo ex-Presidente do Mali, Alpha Oumar Konare, e o antigo Presidente do Banco Mundial, James D. Wolfensohn, acrescenta que a actualidade desafia os líderes destes países a assumirem o desenvolvimento como uma responsabilidade.

Contudo, a ajuda externa para que os LDCs conseguiam reduzir a pobreza, como previsto nos Objectivos Do Milénio (ODM), é importante e deve continuar a ser definida em metas concretas.

No perído 2000-2009, pode ler-se no relatório, "o crescimento alcançado não se traduziu em benefícios económicos e sociais", existindo ainda um enorme atraso no domínio das "infraestruturas públicas, educação e aptidões". O relatório realça, no entanto, a "heterogeneidade" do grupo dos LDC, mostrando que algumas regiões e determinados países apresentaram índices satisfatórios em áreas como o investimento, a redução da pobreza e a protecção social.