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O governador do Banco Central da Áustria, e membro do conselho de Governadores do Banco Central Europeu, Ewald Nowotny, afirmou hoje que do ponto de vista económico seria «recomendável» Portugal recorrer a apoio financeiro internacional.
«Vendo de um ponto de vista puramente económico, uma decisão deste género pode ser certamente recomendável», afirmou Ewald Nowotny, num debate televisivo promovido pela televisão austríaca ORF, citado pela agência Dow Jones.
Para este responsável, a próxima emissão de dívida que o Estado português pretende fazer no mercado, que a agência aponta para abril e num montante de 5,5 mil milhões de euros, irá decidir se Portugal tem ou não de pedir ajuda financeira à União Europeia e ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Confrontado com as declarações do presidente do Eurogrupo, que havia apontado um valor a rondar os 75 mil milhões de euros para um eventual resgate financeiro a Portugal como «apropriado», o responsável recusou no entanto fazer estimativas para o valor que seria necessário utilizar, caso Portugal necessitasse de pedir ajuda.
O governador do Banco Central da Áustria acrescentou ainda que existe um risco real da Grécia ter de vir a fazer uma reestruturação da sua dívida (que poderia implicar adiamento de pagamento de parte da sua dívida e pagamentos abaixo do valor dos títulos).
«Honestamente, existe um certo risco. Também é essa a avaliação que os mercados estão a fazer. Podemos concluir isso das taxas que a Grécia paga actualmente para se refinanciar», disse.
No entanto, o responsável indica que o BCE está a «assumir que a Grécia irá conseguir» resolver os seus problemas sem ter de recorrer a uma reestruturação da sua dívida, podendo as suas perspetivas melhorarem caso o crescimento económico na Europa como um todo melhorar nos próximos meses.
Lusa / SOL