Valter Lemos, in Jornal de Notícias
O secretário de Estado do emprego considera "positiva" a queda mensal do desemprego em uma décima para 11,1% em Fevereiro, mas sublinhou ser necessário aguardar pelos dados de Março pois podem vir a reflectir a crise política.
O desemprego em Portugal ficou nos 11,1% em Fevereiro, uma subida em termos homólogos face aos 10,5% em Fevereiro de 2010 e uma descida em cadeia face aos 11,2% de Janeiro, avançou, esta sexta-feira, o Eurostat.
"É um sinal bastante positivo, não tanto pelo valor, que é uma décima, mas por ser a primeira vez desde de Setembro de 2008 que a previsão do Eurostat dá uma baixa em cadeia [de mês para mês]. Temos uma inversão da tendência de não subida para início de descida", disse à agência Lusa o secretário de Estado do emprego e formação profissional, Valter Lemos, comentando os dados do gabinete de estatísticas europeu.
Segundo Valter Lemos, esta é uma "descida ligeira que encaixa na estabilização da situação de desemprego" que tem referido desde o final de 2010 e que, reforça, tem sido confirmada pelos dados do Eurostat, do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).
"Não há aumento do desemprego, mas também não significa ainda que há queda. É uma taxa alta para Portugal, estamos um pouco acima da taxa média europeia, embora neste momento, mesmo em posição relativa, Portugal voltou a melhorar. Este mês somos o décimo país do ranking do Eurostat [dos países com mais desemprego], no mês passado estávamos em nono. Temos vindo a melhorar", disse.
Apesar de considerar que "aparentemente a tendência é de estabilização", Valter Lemos sublinhou que é preciso aguardar pelos dados de Março, para saber se a actual crise política se vai reflectir nos números.
"Neste momento é imprevisível, não sabemos a médio prazo como evoluirá [o desemprego] e quais os impactos que a crise pode ter ou não nesta situação. Não podemos fazer vaticínios, vamos ver o que o mês de março nos pode mostrar", reforçou.