in Jornal de Notícias
O movimento "Mais Sociedade" dá início, no sábado, com uma conferência no Porto a uma reflexão sobre "ideias e propostas" para o país, esperando que o contributo seja considerado "nos projectos políticos que venham a surgir".
Em declarações à agência Lusa o coordenador do movimento e presidente da Vodafone Portugal, António Carrapatoso, explicou que a antecipação do calendário eleitoral obrigou o "Mais Sociedade" a "concentrar mais as actividades".
"O "Mais Sociedade", uma iniciativa independente, autónoma da sociedade civil para dar contributos de ideias e propostas para Portugal, correspondeu a um desafio do presidente do PSD nesse sentido", lembrou António Carrapatoso, acrescentando que as ideias "podem ser aproveitadas por qualquer outra entidade".
"O que se vai passar basicamente é a discussão de um tema geral, mas importante, de enquadramento que é "uma visão para Portugal", apontou.
A conferência de sábado conta com quatro oradores: o neurocirurgião João Lobo Antunes, o sociólogo Manuel Vilaverde Cabral, o historiador Rui Ramos e o economista Vítor Bento.
Os participantes "vão apresentar as suas ideias e principais vectores de transformação" para que o país possa encontrar "um novo rumo, um rumo de crescimento, de maior coesão e sustentabilidade social".
António Carrapatoso acrescentou que o movimento irá "publicando no site os contributos" que foram sendo recolhidos "sobre as várias áreas temáticas".
"Estamos organizados em áreas temáticas, desde a economia, até à cultura, ao sistema político e eleitoral. Em cada uma destas áreas vão ser colocados contributos no nosso site e de certa forma essa interligação com os projectos políticos que estão a ser elaborados vai surgir desde já", esclareceu.
De resto, a cadência da reflexão do movimento da sociedade civil teve que acompanhar o encurtamento do calendário político e eleitoral.
"Obrigou-nos a concentrar mais as actividades. Nós nunca quisemos estar muito perto da campanha eleitoral. A nossa iniciativa é muito para discutir propostas para o médio e longo prazo e não para o curto prazo. Naturalmente numa campanha eleitoral há muito a discussão de medidas para o curto prazo". Tivemos que nos ajustar às novas circunstâncias e concentrar as actividades do mais sociedade num mês para terminarmos antes duma possível campanha eleitoral", disse.
O coordenador do movimento adiantou que até ao final de Abril deverá ser elaborado um relatório final dos trabalhos, que "não vai ser representativo de uma posição única do 'Mais Sociedade'", pretendendo antes constituir "um resumo do que se passou durante todos os trabalhos" e um elenco de "algumas ideias e propostas" - "algumas nem têm que ser necessariamente convergentes", vincou.
O documento, observou, "vai ser feito para o líder do PSD" mas "vai também ser tornado público" sendo por isso "um contributo para a sociedade geral".
O gestor confessou ainda que, sendo o objectivo da iniciativa promover a reflexão, "naturalmente que a sociedade civil gostará sempre que a sua voz seja ouvida e que seja tida em conta nos projectos políticos que venham a surgir".
"Como estamos convictos que as nossas ideias fazem sentido para o país, gostaríamos de ver essas ideias aproveitadas nos programas eleitorais. Mas não vamos fazer lóbi por isso nem pressionar para que isso aconteça", referiu.
António Carrapatoso adiantou que em breve será anunciado o local e data do evento final, que será antecedida nas próximas semanas por reuniões à porta fechada.