in Jornal de Notícias
O Supremo Tribunal do Bangladesh confirmou, esta terça-feira, o afastamento de Mohammed Yunus do banco de microcrédito que fundou, ao recusar o recurso apresentado pelo Nobel da Paz.
Com a decisão desta terça-feira, o painel de sete juízes presidido por Khairul Haque ratifica a ordem emitida a 2 de Março pelo Banco do Bangladesh (banco central), que alegou que Yunus renovou o seu mandato como director executivo sem a necessária autorização do banco central.
Fontes do banco de concessão de microcréditos citadas pela imprensa consideraram que a decisão de afastar Yunus é uma manobra governamental com origem nas divergências entre o Nobel da Paz e o governo.
A política do Bangladesh é dominada há duas décadas pela actual primeira-ministra, Hasina Wajed, e a agora opositora Khaleda Zia, herdeiras de duas dinastias políticas que criticaram a intenção de Yunus de criar um terceiro partido político para as eleições de 2008.
O relacionamento de Yunus, de 70 anos, com o governo, voltou a deteriorar-se em Dezembro de 2010 com a difusão de um documentário norueguês que denunciou transferências ilegais de fundos entre duas entidades do Grameen.
O Grameen Bank, ou "banco da aldeia", foi criado em 1983 e concedeu crédito a 8,3 milhões de pessoas de 81367 aldeias do Bangladesh. A instituição é detida em 25% pelo Estado.