21.9.11

Bancos na Europa devem reforçar capitais, diz o FMI

Por Pedro Crisóstomo, Público on-line

O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que as políticas para equilibrar as finanças públicas reduzam a pressão dos mercados sobre os bancos, mas vê como necessário que algumas instituições europeias precisem de aumentar capital.

Num relatório publicado hoje, a instituição liderada por Christine Lagarde diz que, face “aos riscos e incertezas” da actual crise, há “alguns bancos” que terão de tomar medidas. “Especialmente aqueles que dependem fortemente de largos financiamentos e estão expostos às dívidas públicas mais arriscadas, diz o FMI, “deverão também aumentar capital”.

Nesta explicação, o FMI não se refere em específico à Europa, mas foi dos bancos do Velho Continente que falou José Viñals, director do departamento de assuntos monetários e de mercados de capitais da instituição, quando hoje se referiu à necessidade de as instituições reforçarem os rácios de capital.

Viñals, que na apresentação do relatório em Washington disse que o mundo global está de volta “à zona de perigo, afirmou que os riscos “para a sustentabilidade financeira global aumentaram substancialmente”, cita a Lusa.

O volume de capitais adicionais dependerá em parte “da credibilidade das políticas macroeconómicas tomadas para corrigir as causas dos riscos soberanos” dos países.

A recapitalização da banca europeia é uma medida prevista nos acordos de Basileia III, de onde saíram recomendações para que as instituições reforcem os rácios de capital Core Tier 1 – que mede a saúde financeira dos bancos – para 7% a partir de 2013 até 2019.

“As instituições bancárias frágeis deverão ser objecto de uma reestruturação ou de uma resolução”, reforça o FMI, para quem a forma de lá chegar pressupõe que “todas as necessidades de fundos próprios devem ser convertidas por fontes privadas tanto quanto possível”.

Mas, em certos casos, acentua, “as injecções de fundos públicos poderiam ser necessárias e apropriadas para bancos viáveis”. “A constituição de volumes de fundos próprios ajudaria igualmente a promover o crédito do sector privado”, propõe o FMI.

Para a instituição, se fossem tomadas medidas “mais enérgicas” – não especificadas – seriam contidos riscos associados “a um período prolongado de baixas taxas de juro e aos riscos do ciclo de crédito”.