in Jornal de Notícias
Um curso superior ainda faz a diferença quando se procura trabalho, garante o Conselho Nacional de Educação (CNE), que concluiu que a taxa de emprego é mais elevada entre os licenciados.
No estudo sobre o estado da Educação, o CNE reconhece que nos primeiros seis meses de procura de emprego pode não haver resultados mesmo com o "canudo" mas afirma que a partir daí as probabilidades de arranjar trabalho aumentam para quem tem um curso superior.
Enquanto a taxa de emprego para licenciados estava em 2010 nos 84,5 por cento, para as pessoas com o secundário completo estava nos 79,9% e para quem não passou do básico estava nos 68,2%
Actualmente, "um em cada três jovens até aos 20 anos está no Ensino Superior", afirmou em conferência de imprensa a presidente do CNE, Ana Maria Bettencourt, o que é uma "evolução muito grande" em relação ao que se passava há dez anos, quando a percentagem não chegava aos 30%.
No ano lectivo de 2009/2010 havia mais de 383 mil alunos inscritos nos 3623 cursos das 143 instituições de ensino superior públicas e privadas, segundo os números do CNE.
No entanto, em 2000 havia mais alunos inscritos, uma redução que se explica "pela demografia", afirma o CNE, indicando que há menos jovens na população portuguesa.
Apesar de haver menos alunos a frequentar o sistema, a despesa anual com bolsas aumentou 70 por cento desde 2006 e situa-se actualmente nos 160 milhões de euros, a números de 2010.
O CNE salienta como positivo o aumento que se verificou desde 2000 na oferta e número de inscritos em cursos de especialização tecnológica no Ensino Superior Politécnico.
Num sector que atravessa uma "grave crise financeira", o CNE defende a necessidade de reconfiguração da rede de instituições e oferta de cursos como forma de "racionalizar" o sector.
O CNE defende a necessidade de apostar na orientação escolar e profissional ao longo do percurso dos alunos, de modo a que os alunos saibam desde logo que cursos podem escolher e quais as oportunidades de emprego que conferem.