in Diário de Notícias
Os portugueses vão perder 5,4 por cento de remuneração real em 2012, o valor mais significativo dos 27 países da União Europeia e o mais baixo desde 1985, alertou hoje o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).
A redução dos salários em simultâneo com a subida dos preços e dos impostos serão "uma combinação explosiva para muitos trabalhadores do sector público", vincou o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), acrescentando que "as medidas drásticas para os trabalhadores da administração pública vão provocar uma perda real da remuneração dos funcionários públicos e pensionistas, a partir de um vencimento bruto de 1.100 euros, de 14,3 por cento em termos nominais, a que acresce 3,1 por cento da taxa de inflação prevista".
De acordo com as contas da estrutura sindical, "as remunerações reais por trabalhador para o total da economia deverão apresentar uma quebra de 5,4 por cento em 2012, representando o valor mais baixo desde 1985, o que constitui a quebra mais significativa do conjuntos dos 27 países da União Europeia e da zona euro".
A redução do salário [decorrente da suspensão dos subsídios de férias e de natal] em simultâneo com a subida de preços e dos impostos, num contexto de elevado endividamento das famílias portuguesas, tenderão a ser uma combinação explosiva para muitos trabalhadores do setor público", alertou.
Com o título "é isto que se quer para Portugal?", o sindicato dirigido por Bettencourt Picanço mostra que "é preciso regressar aos anos de 1983 e 1984 para se visualizar descidas tão importantes nos salários reais para o total da economia em Portugal", realçando que "o grande contributo para a perda de poder de compra dos trabalhadores em Portugal, em 2011 e 2012, deriva do elevado esforço feito pela generalidade dos trabalhadores da administração pública".
O STE, aliás, já pediu ao Presidente da República que solicite a fiscalização preventiva da constitucionalidade dos cortes de subsídios aos funcionários públicos previstos no Orçamento do Estado para 2012.