De Isabel Marques da Silva & László Arató, in Euronews
A pobreza continua a ser uma importante condicionante da mortalidade infantil na Europa. Nas famílias com menos recursos, as crianças têm uma probabilidade 40% superior à média de morrerem antes dos cincos anos.
Seis organizações de defesa dos direitos das crianças reuniram-se com membros da Comissão e do Parlamento europeus para melhorar a estratégia de combate aos impactos da pobreza e da exclusão social na infância.
"No que se refere, especificamente, ao plano de estratégia da União Euopeia para a infância, esperamos que seja abrangente em termos de políticas internas, nos Estados-membros, mas também com os restantes países", disse Delphine Moralis, secretária-geral da organização "Terra de Homens".
"Deveria também facilitar uma consulta envolvendo as crianças, porque é a elas que se destina a estratégia", acrescentou.
Crianças migrantes e refugiadas em risco elevado
Cerca de 25 por cento das crianças na União Europeia vivem em risco de pobreza, totalizando quase 23 milhões. Em termos materiais, muitas foram afetadas pelos cortes nos subsídios e programas de segurança social devido à politica de austeridade a seguir à crise de 2008.
Quando questionadas sobre o que mais as aflige, as crianças apontam a violência. Estas e outras violações dos direitos das crianças agudizam-se no grupo das que são migrantes e refugiadas.
"Cinquenta e dois por cento dos refugiados em todo o mundo são crianças. Há uma enorme preocupação sobre saber se estamos, ou não, a desenvolver a resposta adequada às crianças refugiadas", explicou Meg Gardinier, secretária-geral da organização Aliança Fundo para a Infância.
"Um fator-chave é fornecer educação nos campos em que vivem. A educação deveria ser vista como um importante pilar da ajuda humanitária porque quando as crianças e jovens recebem educação, podem ter mais oportunidades e maior esperança no seu futuro", acrescentou.
O Parlamento Europeu tem pedido que seja criada uma Garantia para a Infância, que combata a pobreza infantil na União Europeia através do acesso gratuito a cuidados adequados de saúde, educação habitação e nutrição. Caberá à Comissão Europeia alocar recursos no próximo orçamento plurianual (2021-2027) para a concretizar no terreno.
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