28.2.07

Pobreza agrava-se no interior algarvio

Nuno Couto, in Jornal do Algarve

"A vida não está fácil para ninguém e muito menos para os velhos", afirma Luís Silva, 73 anos, nascido e criado em Marmelete, em plena serra de Monchique. O reformado e a sua mulher, que passaram toda a vida a trabalhar no campo, são dois dos potenciais candidatos a receber o complemento solidário para idosos (CSI) numa terra onde os salários são baixos, o emprego não existe, o poder de compra é fraco e a desertificação avança sem piedade. "Não temos praticamente rendimentos nenhuns desde que os nossos sobreiros arderam nos incêndios de 2003 e 2004.

Há quatro anos que não tiro nenhum proveito da minha terra. Com 230 euros por mês, não posso fazer mais nada para além de esperar a minha hora de partir deste mundo", soluçou Luís Silva. No entanto, de acordo com os requisitos da Segurança Social, o idoso e a sua esposa, que recebem perto de sete mil euros por ano das pensões, terão direito a receber mais 800 euros anualmente. A medida foi criada no ano passado, mas apenas destinava-se a quem tivesse 80 anos ou mais. Em 2007, aceitam-se as candidaturas a partir dos 70 anos. Mais desenvolvimentos edição papel 2605