Carina Fonsenca, in Jornal de Notícias
Enfermeiros
Os estudantes de Enfermagem começam a pensar em emigrar mal entram no curso, tal é a preocupação com o desemprego e a precariedade que os espera.
Uma ideia defendida na conferência de imprensa que o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e a Federação Nacional de Associações de Estudantes de Enfermagem (FNAEE) promoveram, ontem, em Coimbra.
"Os estudantes de Enfermagem do primeiro ano preocupam-se cada vez mais com a falta de emprego. Ao longo do curso, já estão a pensar em qual será o melhor país para trabalhar", explicou Ricardo Martins, da FNAEE, enfermeiro aos 23 anos e desempregado. "Qualquer jovem com um mínimo de consciência entra em Enfermagem e começa logo a sofrer por antecipação", reforçou Pedro Frias, do SEP.
No entender de Frias, são três os problemas que afectam os enfermeiros - jovens, sobretudo -, por culpa do Ministério da Saúde. A saber: o desemprego, com a consequente "emigração forçada", a precariedade e a proposta de grelha salarial da nova carreira, a qual, nas suas palavras, prevê que quem nela ingresse aufira, até 2013, "vencimentos de bacharel, quando o seu grau académico é a licenciatura". Ele mesmo foi precário durante os primeiros cinco anos de profissão (tem 32), mas garante que, há dez anos, era mais fácil ter emprego.
Os enfermeiros manifestam-se, sexta-feira em Lisboa. O JN tentou, sem êxito, obter um comentário do Ministério da Saúde sobre a situação.