in Diário de Notícias
O anunciado fim da disciplina Área de Projecto foi ontem confirmado no Decreto-Lei 18/2011, ontem publicado em Diário da República . Quanto ao Estudo Acompanhado será apenas dirigido a alunos com dificuldades, e a Educação Visual e Tecnológica (EVT) passará a ser leccionada por um professor, em vez de dois como acontece actualmente.
Com o fim da Área de Projecto e com a redução de horário nas outras disciplinas, os sindicatos temem que muitos professores fiquem no desemprego. A Fenprof, por exemplo, receia que a extinção da Área de Projecto e do Estudo Acompanhado (no caso desta última disciplina acabou por se manter, mas com limitações) caíssem cerca de 5400 horários.
Também o Conselho Nacional de Educação (CNE) já se opôs às alterações por parte do Ministério da Educação, liderado por Isabel Alçada. "Trata-se de uma alteração curricular que, na sua essência, é determinada por critérios económicos e não por questões educativas e pedagógicas", lia-se num parecer da CNE.
José Morgado, psicólogo educacional, considera que a extinção da Área de Projecto e as limitações impostas ao Estudo Acompanhado são o resultado de uma política low cost" para a educação. "O que vai acontecer a esse tempo que passam na escola, quando estas não têm recursos para fazer mais?", questiona
A disciplina não curricular de Estudo Acompanhado é dirigida a alunos que precisam de apoio para melhorar os resultados escolares, principalmente a Português e Matemática. Estes alunos vão passar a ser indicados pelo professor responsável de turma ou pelo Conselho de Turma, formado por todos os professores que dão aulas a um mesmo grupo.
Maria do Rosário Gama, directora da Escola Infanta Dona Maria, em Coimbra, explicou que, com esta restrição no Estudo Acompanhado, terá de colocar a disciplina "nas pontas do horário, para que os alunos que não têm dificuldades não tenham de ficar na escola".
A Área de Projecto tinha como objectivo ensinar o aluno a organizar-se sozinho e em grupo. A sua extinção reduz a carga horária.