25.3.11

Taxas do crédito à habitação continuaram a subir em Fevereiro

Por Paulo Miguel Madeira, in Jornal Público

A taxa de juro implícita nos contratos de crédito à habitação continuou a aumentar em Fevereiro, para 2,144 por cento, revelou hoje o INE.

A taxa de juro implícita no conjunto destes contratos tem vindo a aumentar consecutivamente desde Junho do ano passado, quando registou a taxa mais baixa desta série. Este valor culminou um forte ciclo de descida de juros (apesar da subida de spreads pelos bancos) pela na sequência da crise financeira internacional, que levou o BCE a colocar a sua principal taxa directora num mínimo histórico de um por cento, em Maio de 2009.

No entanto, desde Junho a subida das taxas Euribor, cujo valor decorre em grande medida do das taxas directoras do Banco Central Europeu (BCE), tem tido reflexos nas prestações do crédito à habitação pagas pelos portugueses, o que desde então já fez a taxa implícita subir 0,341 pontos percentuais. No mês passado, a subida foi de 0,043 pontos.

Esta subida aconteceu mesmo com a taxa directora a manter-se no seu mínimo histórico de um por cento, situação que não deverá manter-se muito tempo. Devido à subida da inflação nos últimos meses, o BCE já fez saber que é provável que na sua próxima reunião sobre política monetária, no início de Abril, a taxa Repo (aplicada às principais operações de refinanciamento) aumente.

A iminência desta decisão já teve reflexos na subida das taxas Euribor e vai fazer aumentar mais as prestações pagas pelas casas no país.

Em Fevereiro, a prestação média do crédito à habitação em Portugal foi de 262 euros, mais um euro do que em Janeiro.