in Diário de Notícias
O Tribunal de Ovar começa hoje a julgar uma alegada rede de extorsão a prostitutas, com 16 arguidos acusados de dezenas de crimes, desde associação criminosa a sequestro e lenocínio.
O caso que ficou conhecido como "Reis da Mata", resultou de uma investigação conduzida durante cerca de um ano pela Polícia Judiciária de combate à extorsão a prostitutas que frequentavam a zona florestal de Ovar, a zona de Pigeiros (Santa Maria da Feira) e a estrada que liga Estarreja a Oliveira de Azeméis.
Os arguidos, 14 homens e duas mulheres, com idades entre os 29 e os 66 anos, pronunciados pela prática de dezenas de crimes, entre associação criminosa, lenocínio, lenocínio agravado, extorsão, sequestro, roubo agravado, detenção de arma proibida e tráfico e mediação de armas e munições, entre outros. Três dos arguidos estão em prisão preventiva, enquanto uma das mulheres está obrigada a permanecer na sua habitação.
No despacho de acusação, o Ministério Público (MP) diz que os três arguidos que se encontram presos preventivamente "constituíram um grupo que actuava com o objectivo de explorar sexualmente mulheres que se prostituíam com vista a obterem ganhos económicos com o dinheiro que as mesmas auferissem com a prática de actos sexuais remunerados". Segundo o MP, esta rede manteve-se em actividade durante, pelo menos, três anos (desde setembro de 2007 até Janeiro de 2010).
De acordo com o mesmo documento, os arguidos recebiam de cada uma dessas mulheres "quantias monetárias que variavam entre os 30 e 50 euros diários ou entre os 200 e 250 euros semanais, sendo que as mesmas cobravam aos respectivos clientes a quantia de pelo menos 15 euros por cada relação sexual mantida".
A alegada rede de extorsão foi desmantelada pela Polícia Judiciária em Janeiro do ano passado.